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  - Tobirama, se acalme! - Exclamou Izuna, puxando os braços do Senju, que esfregava suas mãos no lençol freneticamente, como se quisesse se livrar de algo.

Mas Tobirama não queria obedecer seu pedido - ou melhor, não conseguia. Ele agarrou o lençol com força e continuou esfregando as mãos nele; a brutalidade que usava era tanta que acabou por rasgar o tecido com suas unhas.

  - Não quer sair... - sua voz soou baixa, mas ainda assim, o desespero nela era nítido. O Senju continuou esfregando o lençol nas mãos, com tanta força que suas unhas começaram a cortar sua pele.

Agoniado, Izuna segurou os pulsos dele fortemente, cessando seus movimentos. Tobirama tentou se soltar, mas o agarro do Uchiha era forte.

Ao perceber que Izuna estava à sua frente, Tobirama se acalmou aos poucos.

  - O que aconteceu, Tobii? - Perguntou com cautela, deslizando seus dedos no grande ferimento que se formou na mão do Senju. - De que... sangue você está falando?

Olhando em volta, o Uchiha não viu nada incomum. Mas Tobirama agora via o mundo de outra forma.

À sua volta, tudo estava manchado em um escuro tom de vermelho. O sangue escorria pelas paredes e formavam largas poças no chão; sua cama estava encharcada, seu corpo, Izuna...

E por mais que tentasse limpar, aquele sangue não queria sair de suas mãos.

Com a garganta quase se fechando por conta de seu desespero, Tobirama fechou os olhos e tentou pensar com clareza. Se Izuna não estava vendo nada, então aquilo era uma coisa de sua cabeça.

Mas ao abrir os olhos novamente, o sangue ainda não havia desaparecido. E suas mãos estavam frias, e grudentas, e...

Por que sua mente insistia em lhe dizer que tudo aquilo era sua culpa?

  - O que eu fiz? - A pergunta lhe escapou automaticamente. Não tinha ideia do que tinha feito, mas o sangue em suas mãos era uma prova de que algo horrível aconteceu. - O que eu fiz... O que eu fiz... O que eu fiz...

Mesmo com a pulseira, Tobirama conseguiu se livrar do agarro do Uchiha e levar suas mãos até os cabelos, os puxando fortemente em seguida.

  - Me desculpa, me desculpa, me desculpa, me desculpa, me desculpa...

Assustado, Izuna segurou os ombros do Senju com força, tentando o acalmar.

  - Tobirama! Por favor, se acalme! - Disse firme, mas o Senju parecia estar em outra realidade. - Você não fez nada!

O albino então negou com a cabeça. Ele fez algo, algo horrível; mas não tinha ideia do que era.

Tentando se livrar do olhar firme do Uchiha, Tobirama olhou para o lado e se deparou com sua espada, encostada em um canto do quarto.

Por alguma razão, a simples arma fez um grande calafrio correr seu corpo. Com os braços trêmulos, Tobirama agarrou as roupas do Uchiha com força e enterrou sua cabeça no peito dele.

Estava buscando por qualquer coisa; conforto, segurança, calor. Mas tudo o que conseguiu sentir foi ainda mais desespero.

Izuna tentava controlar suas próprias emoções enquanto o Senju desabava em seus braços; ele estava tremendo tanto, e chorando tão alto que até soluçava.

Obviamente, aquilo era uma falha no jutsu, uma falha que precisava concertar antes que tudo se perdesse.

Com o coração apertado, usou o Kotoamatsukami novamente, dessa vez, apenas para deixar Tobirama em um transe.

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