Exílio

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Pov Timmy on:

O som dos aviões decolando era forte naquele aeroporto, era fim de dia e muitos partiam para suas viagens, o que também era o meu caso, mas não uma viagem, exílio seria a palavra mais apropriada, abracei minha mãe uma última vez sobre o olhar tedioso do meu querido "papai".

Sr. Turner: Andem logo, eu não tenho o dia todo. _ Serrei os dentes, algum dia eu vou voltar pra foder a vida desse desgraçado.

TImmy: Tem uma faca debaixo do meu colchão no caso de as coisas ficarem feias, te amo mãe. _ Não foi mais que um sussurro, mas ela ouviu claramente, e me olhou temerosa.

Sra. Turner: Vá em segurança meu filho, te amo. _ Me afastei deles em direção ao portão de embarque, e bem no final deu pra ver aquele sorriso nojento no rosto dele.

A viagem foi exatamente como previsto, uma dona dormiu escorada no meu ombro, tinha uma senhora com um bebê chorando no banco de trás a viagem inteira, um cara inventou de acender um cigarro na fileira da direita e uma discussão de quase duas horas, em resumo, um grande pedaço de merda, assim que eu cheguei no portão tinha um bombadão careca de terno com uma placa onde meu nome estava escrito, caminhei com a minha bagagem até ele.

Segurança: Timothy Tiberius Turner? _ O homem a minha frente era alto, careca e tinha uma cicatriz na lateral do rosto, usava um terno preto e um óculos escuro.

Timmy: Sim. _ A resposta saiu seca, mas foi o suficiente.

Segurança: Siga-me, meu empregador mandou que eu viesse busca-lo. _ Simples, peguei minha mala o segui, ao sair do aeroporto, seguimos até um Bentley Bentayga preto, o porta-malas abriu e eu coloquei a bagagem ali, só para vê-lo abrir a porta para que eu entre.

Timmy: Algo como isso não é necessário, por favor. _ Voltei até ele, o olhando de baixo, devido a altura.

Segurança: Recebi ordens expressas de que deveria trata-lo tal qual trataria meu empregador, e pretendo cumprir o que me foi passado. _ Indicou o banco de trás e apenas suspirei, entrando no carro e indo para a janela do canto, já havia um motorista, então ele se sentou ao meu lado.

Timmy: A única coisa que peço é que não me chame de Timothy, só Timmy já está ótimo. _ O vi fazer um aceno de concordância com a cabeça pelo canto dos olhos, em seguida o motorista deu a partida e saímos.

A viagem transcorreu tranquila, era verão na Inglaterra e caía uma leve chuva, saímos da cidade e entramos em uma avenida e seguimos até virar em uma rua que seguia pra dentro de um bosque, e logo chegamos em uma propriedade enorme, uma floresta extensa rodeava um casarão vitoriano amarronzado, tinha três andares e era bem extenso, pode perceber um campo de golfe e outros esportes frufruzentos que pessoas de alta classe praticavam, paramos em uma espécie de praça central, onde tinha uma fonte, desci do carro e fui pegar minha bagagem, só pra ver um velho em um terno preto elegante parado na porta, tinha uma leve semelhança comigo, o penteado era o mesmo, embora a cor fosse o que um dia teria sido preto, mas agora era cinza.

Velho: Venha comigo. _ E passou a caminhar para dentro da mansão, o segui sem dizer nada. _ Alguma vez na vida seu pai falou de mim?

Timmy: Não, nunca, mas tenho que perguntar, como aquele desgraçado viveu tão na merda tendo você como pai? _ Olhei com atenção o interior da mansão, tudo era impecavelmente limpo, e parecia caro também.

Velho: Por que ele é um idiota, quando completou a maioridade, veio até mim exigindo a herança, eu o avisei de que se ele perdesse esse dinheiro nunca mais receberia um centavo de mim. _ Ri audivelmente, já adivinhando o resto.

Timmy: Ele insistiu e você deu o dinheiro, ele perdeu tudo e voltou rastejando como o rato que é. _ O velho riu e abriu uma porta, dando em um escritório, onde se sentou atrás da mesa e me indicou a poltrona a sua frente.

Velho: Correto, e logo depois o mandei embora, o proibi de sequer mencionar que tinha um pai e pelo menos dessa vez ele escutou. _ Seu rosto se tornou sério de repente. _ Eu o busquei da casa do seu pai com um propósito, Preciso de alguém para ser o meu sucessor, como o merdinha do meu filho ferrou com tudo, talvez o meu neto possa servir de remendo.

Timmy: Então foi pra isso que me trouxe pra cá "vovô"? Se for pra algo assim, preciso de benefícios, servir de tapa buraco é muito cansativo, sabe? _ escutei uma gargalhada retumbante ecoar na sala.

Tiberius: Realmente... Você não é mesmo como os informantes disseram. _ Passou a mexer em alguns papeis na mesa.

Timmy: Como eu era descrito? _ Não desviei o olhar do mesmo nem por um segundo.

Tiberius: Fraco, baixinho, nenhum espirito de competitividade, burro, e por aí vai. _ continuou remexendo os papéis até encontrar o que tanto procurava. _ Quando eu enviei o pedido de guarda para o seu pai à uma semana atrás, ele assinou na mesma hora.

Timmy: Ele me vendeu por qual mixaria? _ Minha cabeça já latejava, a raiva estava voltando com tudo. _ Espera, não me conta, 50.000 dólares americanos.

Tibérius: Exato. Foi praticamente um troco de bala. _ Apanhou um papel de dentro da gaveta e pôs em cima da mesa, ainda o mantive no meu campo de visão. _ Eu tenho uma proposta pra você Timothy, aceite e vai ter a melhor educação possível, viverá confortável aqui e será meu herdeiro quando eu me aposentar em dez anos.

Timmy: E os contras? _ A pergunta foi seguida de outra gargalhada retumbante.

Tiberius: Você não terá permissão para sair do pais até que termine de se preparar para assumir os negócios e administrar a fortuna da família, também terá que agir de maneira totalmente exemplar de agora em diante, vou apresenta-lo em uma conferência onde os prometidos como sucessores estarão, e como tal, deve ser perfeito. _ Seu rosto enrugado fixou seu olhar em Timmy, e o mesmo pesava sua decisão.

Timmy: "Não tenho nada a perder com isso, se me junto agora consigo manter uma maneira sustentável de arrecadar fundos, não tenho mais meus padrinhos e vou usar tudo no meu alcance pra conseguir a minha vingança." _ Pegou o papel posto na mesa e passou a ler como se sua vida dependesse disso. E, com sua decisão tomada, se virou para o velho. _ Eu não quero.

O velho homem estreitou o olhar, estava escrito em sua expressão que iria aceitar, mas um brilho de compreensão passou por seus olhos, "Seria fácil demais se ele simplesmente aceitasse isso sem mais nem menos."

Tiberius: E eu poderia saber por que? _ O observava atentamente quando o menino se levantou da cadeira e começou a caminhar pela sala.

Timmy: Primeiro de tudo, privacidade, só vou aceitar dois seguranças como guarda-costas e eu mesmo vou escolhe-los, ambos só me seguirão nas atividades cotidianas em caso de qualquer tipo de ameaça, velada ou explicita, de alguém que tenha cargo maior que prefeito, e em todo momento estarão disfarçados. Segundo, quero livre acesso das redes e caso eu queira criar uma empresa paralela enquanto não assumo a sua empresa, ela vai ser completamente minha, você não mete o nariz nos meus negócios, terceiro, minha mesada tá muito magrinha pra quem diz que 50.000 é um troco de bala, eu quero 100.000 em libras esterlinas em uma conta que apenas eu possa abrir, e por último, eu quero um X-burguer. _ Se sentou novamente sob o olhar satisfeito de seu avô.

Tiberius: Muito bem dito, acho que posso começar a dizer que é um neto digno. _ Sorria de maneira predatória, seus inimigos não saberiam o que os atingiu depois que ele ensinasse seu neto tudo o que sabia.

E daí, passaram se 5 anos...

Continua...

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⏰ Última atualização: Jan 06, 2022 ⏰

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Uma vez um garoto bomOnde histórias criam vida. Descubra agora