Era apenas mais uma manhã de quarta-feira com um raro dia nublado no Rio de Janeiro, mas não para Dona Teresa Cristina que não possuía qualquer compromisso real naquela manhã, aproveitando-se assim dá oportunidade de desfrutar uma manhã de folga, a imperatriz do Brasil decide por fazer algo pelo qual é apaixonada, mas raramente lhe é permitido fazer.
Assim, com o auxílio de sua sempre leal dama de companhia Dona Teresa Cristina veste sua roupa de montaria, consistente, por mais escandaloso que possa ser uma calça de um tom de azul quase preto, uma blusa branca de mangas compridas e gola alta com um belo laço no pescoço e uma capa azul marinho, enquanto seu cabelo só é preso por uma única tiara de tranças deixando assim os cachos negros completamente livres caindo por suas costas.
Aproveitando-se então que as filhas estão na aula e o imperador provavelmente estará entretido com a condessa, a irmã do rei Ferdinando II deixa que Celestina saia primeiro afim de averiguar que o caminho está livre e assim seja possível que a soberana possa cavalgar sozinha em um raro momento de privacidade.
Não demorou muito para que a esposa de Dom Pedro II chegasse ao estábulo e rapidamente se dirigisse a uma baia mais distante, onde encontrou uma bela égua completamente negra que relinchou assim que a viu.
_Ciao Pandora. –A imperatriz diz estendendo a mão para acariciar o animal tido pelos tratadores como temperamental.
_Já faz tempo amore. –A napolitana fala suavemente enquanto faz carinho na bela égua andaluz.
Logo a imperatriz está arriando a égua negra sozinha, não tardando em puxá-la para fora, mas é então que uma voz conhecida por ela chama sua atenção e dona Teresa Cristina não consegue evitar de ouvir a conversa.
_Luísa meu amor.... –O imperador do Brasil suplica à amante.
_Apenas diga o que lhe pedi Pedro. –A condessa de Barral repetiu o que havia solicitado pouco antes da imperatriz sair dos estábulos.
_Eu não sinto nada por Teresa, nosso casamento é um mero acordo entre reinos. –Dom Pedro II falou fitando fixamente os olhos verdes da ruiva a sua frente e sequer notou que não muito longe dali a outrora principessa das Duas Sicílias ouvia a tudo estagnada.
_E a forma como você a olha? –A condessa indagou ainda não muito confiante das palavras do soberano.
_É nada mais que cuidado, não me importo com ela, mas ainda preciso zelar por ela em nome do meu acordo com o rei Ferdinando. –O filho de dona Leopoldina disse e instantaneamente Teresa apertou com força as rédeas que puxava a égua ao seu lado fazendo com que assim o animal relinchasse atraindo então a atenção dos amantes.
_Teresa? –O imperador do Brasil disse quando enfim notou a presença da esposa, mas a napolitana sequer deu ouvidos, apressando-se em subir no animal que antes puxava e assim saiu cavalgando em disparada para longe dali.
_Teresa! –O imperador gritou a esposa.
_Pedro, não faça alarde.... –A condessa diz na tentativa de acalmar o amante, não demorando em acrescentar enquanto pega em seu antebraço –Como você bem disse, você não se importa com ela.
Contudo, o imperador sequer dá atenção a mulher e aproveitando a oportunidade em que um guarda sai dos estábulos com um garanhão tordilho devidamente selado, Dom Pedro II simplesmente toma as rédeas do cavalo do guarda dizendo:
_Preciso desse cavalo.
E assim em questão de segundos o imperador sai em disparada atrás de sua esposa.
Por seu turno, as princesas haviam terminado a aula com um novo professor convidado pela preceptora e após se despedirem acompanhada de Lurdes, Isabel indagou à governanta:

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Love me like you do
FanficAlguns dizem que o amor é fogo que arde sem se ver, outros que é sinônimo de afeição, carinho e cuidado, há amores épicos, mas também há amor cruéis e doentios. Dona Teresa Cristina estaria pronta para descobrir o que o marido sente por ela?