Encontro

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Ty Dolla Pov

Acordei na manhã seguinte com uma ressaca de leve, mas que daria para controlar com uma aspirina.Assim que peguei o celular e liguei o Wi-Fi, chegou uma mensagem de um número desconhecido.Estreitei os olhos e abri rapidamente, e sorri ao ler a mensagem.

“Oi Ty! Sou eu Lauren, garota da calçada de New York, salve meu contato ;-)”

Isso havia sido ontem, mas como cheguei em casa e já dormi, acabei vendo só agora, e decido responder.

“Oi Lauren, garota da calçada de New York! Acabei de salvar seu contato! Não lhe respondi ontem pois acabei dormindo, me desculpe. Aliás, bom dia! Dormiu bem?”

Dois minutos depois a resposta veio.

“Que isso, não há problema algum! Bom dia! Dormi sim e você? Está de ressaca?”

“Um pouco! Mas dormi bem.”

“Temos que marcar de nos ver novamente 😝”

Ela era ousada. E, agora pensando bem, eu gosto mesmo de mulheres assim. Que são diretas e sabem o que querem. Sorri malandro.

“Claro que sim! Vamos jantar na sexta feira, no Romanella! Como você disse que adora massas..😜”

“Amo aquele lugar! Pode deixar, nos encontramos lá às oito, ok?”

“Tudo certo! Tenho que ir agora, beijos 😘”

Mandei a mensagem e desliguei o Wi-Fi, sorrindo de lado. Será que agora eu terei encontrado alguém que realmente valha a pena? Eu sei que posso parecer maluco, mas eu realmente gostei dela. E ela realmente me lembra alguém, mas não me recordo.

Neguei com a cabeça para deixar os pensamentos de lado e me levantei, indo em direção ao banheiro para fazer minhas higienes e começar um dia.

Lauren Pov

Sorri vitoriosa bloqueando o celular em minhas mãos. Já teria um encontro com Ty na sexta feira, e isso será maravilhoso para dar mais um passo nos meus planos. A pessoa que me contratou para matá-lo, me deu três meses, e na verdade é tempo suficiente para tal, já que como ele já está aos meus pés, e só uma questão de semanas para finalizar o que tenho que fazer.

Vocês devem pensar que eu sou uma pessoa fria, não é? Na verdade eu sou, mas não era assim. Eu sou sozinha no mundo desde que acordei em um hospital sem entender nada, sem memória alguma, e os médicos me dizendo que meus pais haviam morrido, e eu mal me lembrava deles. As pessoas que me conheciam, quando sai do hospital, me contaram histórias que eu não fazia ideia que tinha vivido, do carinho dos meus pais e o meu com eles, mas eu não conseguia me lembrar de nada e quando me forçava, minha cabeça quase explodia de tanta dor.

E então, sem aguentar mais tudo aquilo, eu fugi. Eu sai de Miami, lugar onde eu nasci, e vim para Nova York tentar uma vida nova. Trabalhei de tudo o que podem imaginar; garçonete, babá, diarista, passadeira. Mas tudo era muito pouco, eu acabei conhecendo Normani, uma amiga que eu divido apartamento ate hoje. A conheci trabalhando como garçonete no mesmo restaurante que eu, ela saiu do Texas para tentar uma vida nova. Mas como tudo era tão pouco.

Um belo dia, um homem bem vestido chegou no restaurante e nos observou piamente. Na época, eu e Normani ficamos atentas e não gostamos muito dele nos olhar, e quando fomos tirar satisfação, ele nos ofereceu um emprego. A grana era alta, e nos teríamos que fazer um serviço para ele. E como eu e Mani estávamos afundadas em dívidas, aceitamos.

E só quando chegou o dia, soubemos que seríamos matadoras de aluguel. Simon, o nosso chefe, havia escolhido mulheres porque ninguém desconfiaria que uma mulher mataria a sangue frio. No início, eu e ela não quisemos aceitar, mas então, ele ofereceu mais dinheiro e disse que contaria para a polícia que participávamos do cartel que ele tinha. E então, amedrontadas, aceitamos novamente.

Funciona assim: Simon tem uma empresa de faxada, mas na verdade ele lava dinheiro e tem cartéis espalhados pelo país. Nessa empresa, as pessoas que queriam encomendar a morte de alguém, iriam lá, conversavam e davam o nome completo da pessoa que queriam morta. E de lá, a empresa descobria tudo da pessoa, com acesso a alguns arquivos da polícia, e passa para a gente, assassinas de aluguel.

Tivemos treinos de tiros, artes marciais para saber nos defender, de como ficar praticamente invisível aos olhos da polícia, tudo o que vocês podem imaginar. E estamos nisso há 10 anos. Se eu já quis sair? Sim, ainda mais nos primeiros dois anos.

Mas depois eu infelizmente fui me acostumando. Ainda mais que matávamos pessoas que não fariam falta no mundo. As vezes pessoas muito ricas que tinham feito muita merda com gente pobre, as vezes estupradores e até mesmo assassinos. Hoje em dia para mim, era como uma seleção natural.

—Já acordada? -perguntou Mani, e eu nem havia reparado que ela tinha aberto a porta do meu quarto. -Chegou tarde ontem..

—Estava rondando a “encomenda”. -expliquei para Normani, enquanto eu me sentava na cama.

—Ah sim, eu vou seguir hoje a minha. -ela disse olhando as unhas, como se estivesse falando uma coisa comum.

E na verdade, para nós, é uma coisa comum, como se falássemos que vamos ao mercado.

—Marcamos de nos encontrar na sexta. -eu disse, iniciando o assunto. -Na Romanella.

—Você ama esse restaurante. -pontuou Normani, agora olhando para a amiga. -Você disse algo a ele? -perguntou incisiva.

—Não, eu só disse que gostava de massas. -eu disse dando de ombros, e ela me repreendeu com o olhar. -O que tem demais em falar isso?

—Você sabe que temos que mentir mais do que falar a verdade. -ela disse repressiva, e eu girei os olhos.

—Mani eu não mentiria sobre o que eu gosto de comer, vai que ele me levaria em um japonês? -eu disse fazendo caretas, e Normani sorriu negando com a cabeça.

—Você não tem jeito. -ela disse ainda entre risos. -Como ele é?

—Bonito. -foi a primeira coisa que eu disse. -Sensual, sexy. Talvez eu tire uma casquinha dele antes de matá-lo. -eu ponderei pensativa, me lembrando de todas as suas curvas que fui capaz de ver.

—Lauren! -ela disse rindo. -Você sabe que não podemos nos envolver muito, ainda mais com homem que nos atraem e você sabe bem o porquê.

Era verdade, porque talvez não iríamos ter coragem de os matar. Então o certo, era tentar não se envolver muito para não se apegar.

—Mani relaxa, se acontecer, vai ser só sexo. -eu disse piscando um olho e colocando minha língua pra fora, uma mania.

Eu não deixaria passar disso.

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