introdução

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ᴅɪᴀ́ʀɪᴏ ᴅᴇ s/ɴ

26 ᴅᴇ ᴍᴀʀᴄ̧ᴏ.

As primeiras horas numa nova cidade são totalmente estranhas.

                     Eu e a minha mãe pegamos um avião às 6 horas da manhã. A viajem durou em cerca de pelo menos 12 horas - apesar de eu ter dormido em quase todo o percurso - , e quando chegamos ao aeroporto demorou até meu vô aparecer para nos levar até a nova casa. Que ao meu ver, era simples e sofisticada.
                     Meu quarto ficava no segundo andar, na última porta à esquerda. Minha janela dava a vista para toda a rua. Era engraçado como as casas pareciam ser iguais. Quando entrei, coloquei as minhas malas na lateral da parede. Me dei conta e olhei para cada detalhe daquele cômodo: Perto da janela, estava uma escrivaninha que estava vazia. Mais ao lado, se encontrava o guarda roupa e uma estante com alguns DvD's antigos. E na parede que dava vista para as janelas, se encontrava uma cama comum.
                     Não ia me desfazer de muitas coisas dali, apenas iria limpar tudo e começar a decorar. Entretanto, estava muito cansada para pensar nisso hoje. Me deitei sobre a cama e olhei o teto, imaginava uma galáxia bem na minha frente. E era lindo.
                    

                     Fui chamada poucos minutos depois. A voz da minha mãe se soltou quando ela mesma teria aberto a porta para me ver.

s/mãe: Filha, você não vai vir jantar? - perguntou numa forma calma.

s/n: Não estou com tanta fome assim. - digo, vejo ela me olhar com uma expressão preocupada. E é claro que eu estava com fome, mas não queria ter que me levantar agora.

s/mãe: Você está se sentindo mal por algo? Posso te dar alguns remédios se quiser. É alguma dor de cabeça ou algo do tipo? - questionou mais uma vez.

s/n: Não, não tenho nada. Estou muito bem mãe. - dou um sorriso.

s/mãe: Mas tem certeza que não quer comer? Sua avó ficará desapontada se não ver a sua neta. - faz um biquinho.

s/n: ok mãe, eu vou. - sorrio novamente, dessa vez ainda mais confiante.

s/mãe: muito bem, vou esperar lá na cozinha. - parecia ter ficado muito mais alegre com a resposta que recebeu desta vez.
                     E sumiu atrás da porta.

                     Eu estaria indo por uma boa causa, até agora não tive contato nenhum com vovó. Isso até parece estranho, mas ela estava dormindo esse tempo todo. Deve ter acordado só agora.
                     De qualquer maneira, me levantei da cama e fui para o primeiro andar. Desci às escadas e segui o caminho que eu achava ser a cozinha. Por sorte a casa não era tão grande assim, então eu não ia me perder tão fácil desta vez.
                     Quando cheguei, minha vó estava sentada em uma das cadeiras comendo a deliciosa sopa que eu creio ser da minha mãe. Ao seu lado havia uma muleta apoiada na cadeira.

s/mãe: Que bom que veio s/n! - sorriu ao me ver.

                     Minha vó olhou para mim e deu um sorriso. Eu me sentia um pouco constrangida, mas logo devia passar.

s/avó: Como está grande. Da última vez em que te vi, podia jurar te confundir com um de meus anões de jardim. - da uma risada fraca, parecia realmente mal.

s/n: olá vó. Desculpa a demora. - me desculpo envergonhada.

s/avô: creio que não tenha problema, certo rose? - disse o suposto nome da minha vó, ela deu um sorriso de novo.

S/avó: sim, é claro. O importante é que você veio meu amor. Pode se servir, não fique aí parada. - disse contente. E lá fui eu.

                     Eu comi muito porque estava morta de fome. No avião as comidas não eram aquelas que me enchiam de verdade, e a sopa era muito boa!

                     Depois disso tudo, eu peguei algumas roupas no meu quarto e tomei um banho quente. Mal podia esperar para dormir sem o insuportável barulho do meu lado.
                     Depois que estava prestes a me deitar, fui fechar a janela que ainda estava aberta. Só então, vi logo na casa da frente alguém na janela. Parecia ser alto, cabelos rosa, óculos extravagante e antenas na cabeça.
                     Logo que olhei para ele, recebi outro olhar do mesmo. Mas fiquei trêmula e acabei fechando a janela nos meus próprios dedos. Nessa noite eu tive que colocar 10 curativos, não consigo nem me lembrar da dor que senti. E provavelmente ele teria rido da minha cara. Seja lá quem for.

Saiki Kusuo - IMAGINEOnde histórias criam vida. Descubra agora