𝗺𝗮𝗻𝗶𝗮𝗰, 𝗃𝗈𝗌𝗁 𝖻.

=͟͟͞͞🥯 𝖻𝗈̂𝗇𝗎𝗌.

▒░ 𝖡𝖮𝖭𝖴𝖲 ░▒

Encarando o local a minha frente, eu percebia como minhas mãos tremiam e meus olhos marejavam, meu pulmão trabalhava em dobro, como meu cabelo estava desgrenhado e a minha pele pálida pelo frio. Meu coração batia tão forte quanto uma bateria. O vento soprava tão forte e tão gelado, que minha boca tremia de vez em quando.

Eu suspirei fundo, antes de pisar em frente e ir até onde ela estava.

Como diabos eu ainda estava aqui, mesmo depois de tantos erros cometidos? Simples, eu a amava. Amava muito. Havia me tornado tão dependente dela, e apenas mais tarde, pude ver o quanto aquilo me fez mal.

Se tornar dependente de alguém é uma sensação horrível. Nada é capaz de te separar daquela pessoa, mesmo que ela te faça mal, mesmo que te maltrate, você não vai deixá-la por se sentir incompleto sem ela. Você se sente vazio.

Mas por trás de todo aquele arrependimento, estava meu amor por ela. Mackenzie Green. A pessoa que eu amei louca e cegamente durante anos.

Mackenzie tinha uma luta interna. Entre falar a verdade e ser julgada por seu ciclo social ou simplesmente viver uma vida triste e cheia de mentiras, sem julgamentos.

Eu lamentava pela nossa história.

Carregando comigo algumas flores, pensei em como tínhamos chegado a isso. Sorri de lado. Tudo tinha começado quando esbarrei sem querer na garota mais linda que eu tinha visto bem na lanchonete em que eu trabalhava.

Ela era a pessoa mais divertida do mundo quando não tinha seus amigos idiotas por perto. Se tornava leve, verdadeira. Se tornava a minha Mack. E aqueles momentos me faziam ama-la como um bobo apaixonado.

Depois de me cansar de vê-la me rejeitando por medo de ser julgada, eu acabei indo embora da cidade, a deixando. Fui para Nova York, onde eu fiz minha faculdade de administração e mais tarde, consegui meu emprego. Fui estagiário por muitos anos e passei por diversas promoções antes de virar CEO, e isso me deixava satisfeito. Ver onde eu tinha chegado, me deixava satisfeito.

Claro, nos primeiros anos eu sofria como um louco, pensando nela, no que fazia, como estava e se ainda me queria. E porra, eu tinha a sensação de que se ela me ligasse pedindo para voltar, eu voltaria na hora.

Mas por sorte, alguns anos depois eu conheci Sina Deinert enquanto fazia um exame de rotina. Ela era uma paciente na ala de oncologia. Eu tinha me encantado por seu sorriso tão sincero em meio a tantas tragédias que se fizeram presentes na vida dela. Apesar dos pesares, ela sempre se manteve dócil e positiva.

Acabei me apaixonando por ela e namoramos por dois anos. Ela era como um anjo. Eu adorava vê-la assistir desenhos bestas da tv, enquanto ria da forma mais descontraída possível.

Estávamos noivos quando ela teve complicações e eu vivi meus piores momentos. Eu a via cada vez mais fraca e mais cansada, mas eu não a deixei em momento algum. Eu segurava suas mãos quando ouvi seu último suspiro e seu coração dar a última batida fraca.

Eu tentei parecer o mais forte possível quando suas irmãs me abraçavam aos prantos se lamentando pela morte dolorosa, ou quando minha mãe perguntava se eu estava bem.

Eu não estava.

Eu estava cansado demais pra tentar me manter de pé. Sina tinha partido, e junto com ela, um futuro planejado que tínhamos. Eu não estava em condições de continuar em Nova York, então, acabei, por impulso, indo para aquela pequena cidade, na qual eu tinha prometido nunca mais pisar.