Apenas nós

A chegada

Pov Bianca

— Chegamos! – meu pai exclama parando o carro.

Eu olhava pela janela e via muitos adolescentes na entrada do colégio, muitos abraçando seus pais e se despedindo, felizes, queria eu estar assim.

— Bibi? – chama minha atenção – Não vai descer?

Respiro fundo, abro a porta do carro e ele faz o mesmo me acompanhando te o porta mala do carro. Ficamos em silêncio enquanto tirávamos minhas malas.

— Quer ajuda pra levar até o seu quarto? – apenas discordo com mexendo a cabeça e absoluto silêncio.

— Olá, Senhor Tatto! – uma mulher cumprimenta meu pai – Seja bem vinda, senhorita?

— Bianca! – respondo a cumprimentando.

— Aah que cabeça a minhas, desculpa são muitos alunos eu acabo demorando pra gravar nomes. Sou a diretora do colégio, espero que a gente se dê muito bem, seu pai me garantiu que você é uma excelente aluna e seu histórico não deixou ele mentir. – ela pontua sorrindo com muita animação, o que é bizarro pra mim, apenas concordei com a cabeça eu não sai bem o que responder – Bom vou te levar até seu quarto.

Pego minhas malas, esse era o momento mas desagradável que eu já tinha vivido. Foi uma decisão do meu pai me deixar em um internato, após minha mãe nos abandonar. Ele é um empresário muito ocupado, não era preciso se preocupar comigo antes da minha mãe ir embora, mas depois disso eu passei a ser uma dor de cabeça pra ele, pelo menos era o que ele demonstrava como se sentir em relação a mim.

É claro, é mais fácil se livrar de um problema, do que enfrentá-lo. Pra mim não foi uma novidade, só mais uma prova que pra ele sempre fui um peso.

— Bianca! – ele chama minha atenção após eu estar alguns passos de distância dele, eu viro apenas um pouco meu corpo para sua direção – Se comporte!

Fingi que não ouvi e continuei andando em direção a entrada junto com a diretora. "Se comporte" ... ele podia dizer tanta coisa.

— Bom Bianca este é seu quarto. – a diretora diz ao parar em frente a uma porta com o número 101 – Eu fiz o possível pra te deixar com as boas alunas que conheço, você parece ser uma boa menina, vou te deixar à vontade se quiser conhecer melhor o colégio posso te indicar uma  aluna que vai te mostrar melhor.

— Não, não precisa, obrigada mas eu tenho algumas amigas que estudam aqui, obrigada pela companhia. – falo já entrando em meu quarto sem deixar que ela diga mais nada.

Estava vazio, minhas outras duas colegas não estavam no memento, então apenas deixei minhas coisas em um canto e me sentei em uma das camas um pouco cabisbaixa. E antes mesmo que eu pudesse pensar em qualquer coisa meu celular vibrou.

Bibi on

Sofia Santino

Me diga que já chegou!

Venha me encontrar!!! 

(Ela enviou uma imagem da cantina da escola)

Nem respondi, só levantei e fui ao encontro dela, parei umas mil vezes pra perguntar aos outros onde era a cantina, mas consegui chega lá. O lugarzinho gigante, ehm...

— Olha só, que gatinha! – Sofia diz ao me ver me aproximando da sua mesa.

Ela estava bebendo um suco com uma pose de madame de pernas cruzadas, ela sabia ser bonita e elegante ao mesmo tempo, isso que eu achava incrível.

— Obrigada, obrigada! – digo dando uma voltinha antes de me sentar de frente para ela – Você também tá um xuxuzinho! – ela sorri – Se a gente não fosse amigas, te convidaria pra um chá. – ela ri e balança a cabeça.

— Você não faria meu tipo meu bem... – ela pisca e eu rio.

Logo uma moça de olhos claros e quadris largos se aproxima e mal olha pra mim, se apoia na mesa e volta o olhar fixo em Sofia.

— Sofia, precisamos ter uma reunião com as meninas do grupo urgente!

— Então avise elas e me manda uma mensagem quando estiverem todas presentes... – ela diz em um tom meio seco e a menina olhou com um olhar confuso – Se você não tá vendo eu tô ocupada Maria Eduarda e eu não sou sua secretária ou porta voz, agora me dá licença. – ela diz rude e toma seu suco como se nada estivesse acontecendo.

A menina revirou os olhos e saiu um pouco brava com a fala da Sofia, eu fiquei neutra mas achei engraçado nunca vi a Sofia tratar alguém desse tipo, não combinava com ela.

— Nossa... que que foi isso? – pergunto rindo levante.

— Isso? – ela aponta para a menina que já estava longe de nós – Isso foi uma patricinha  tentando se comunicar com pessoas normais como nós.

— Todas as meninas daqui são assim?

— Sinceramente, não sei o que te responder. Eu gosto da Duda, ela é uma menina legal, mas é filha única de um casal bilionário, então, é, as vezes é preciso ter que pulso firme com essas meninas. – ela diz enquanto respira fundo – Mas nada que você também não consiga lidar. – ela dá um sorriso malicioso e eu ri, entendi bem o que ela quis me dizer.

  Conheci a Sofia quando éramos muito pequenas, nossos pais eram muitos amigos, ela tinha o pé mais no chão, apesar de se vestir como uma das patricinhas daquele lugar, ela tinha algo muito diferente delas, eu amava nossa amizade.

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