Capítulo 02 👼💖

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Naquela noite uma chuva forte caiu em Trajano de Morais. 

Marlon Oliveira chegou na delegacia ensopado após ter sido expulso da própria casa pela irmã ele nessecitava falar com o pai.

_ Delegado sei que não é o horário de visita mas meu pai foi preso ontem sou filho de Mariano Oliveira. 

A expressão de Marlon era aflitiva. O delegado o examinou com o olhar. 

Boca machucada roupa molhada e suja de terra. 

_ Teu pai foi preso em flagrante por tentativa de assalto com arma de fogo na chacara do prefeito Salatiel e não tem direito a visita por enquanto. 

_ Delegado porfavor presciso conversar com meu pai ! Sou a única pessoa que ele tem quero ver se ele necessita de algo.

O delegado fez caras e bocas suspirou levantando-se com raiva. 

_ Rapaz você tem apenas cinco minutos. 

_ Obrigado. Muitíssimo obrigado. 

Mariano se encontrava em uma cela sozinho no fundo do corredor. Um gurda vigiava toda a conversar. 

_ Pai ! O que foi que o senhor fez pai  !

Mariano viu o filho com muita vergonha ele se pos a chorar pedindo perdão atrás de perdão.

_ Assalto pai ? A mão armada  ? O que o senhor se tornou ?

_ Me desculpe filho eu vacilei fiquei desesperado pra conseguir dinheiro pra botar comida na mesa fiquei constrangido por estar desempregado a mais de dois anos. 

_ Pois pai agora como vamos fazer  ? Não temos grana pra um bom advogado os defensores públicos desta cidade não ligam pra pobre, fazem pouco caso ! E pra completar você foi roubar logo do prefeito um homem implacável.

Mariano tapou o rosto barbado com as mãos num choro envergonhado que cortou o coração de Marlon dentro do peito. 

_ To me sentindo muito mau Marlon eu tô com tanta tanta vergonha do que fiz.

_ Tá bom pai agora não adianta chorar e se lamentar temos que buscar um jeito de te tirar ou amenizar sua pena. 

Marlon recordou que foi expulso de casa por sua meia irmã Marta e suspirou exaurido.

_ Humm pai tem mais uma coisa Marta e Ronaldo me expulsaram de casa. 

_ O que ? Como tiveram coragem  ? Te bateram Marlon  ? É por isso que está com a boca machucada ?

_ É pai. Ronaldo me deu um soco a bruxa da Marta tomou posse da casa. 

Mariano sacudiu a cela bravo incomodado com aquilo. 

O gurda avisou : _ Vocês tem apenas mais um minuto. 

Marlon olhou para o pai aflito Mariano então falou :

_ Olhe, você vai procurar um primo meu seu nome é Oscar Martins ele é um cara muito generoso, crescemos juntos ele poderá de dar abrigo e me ajudar. 

_ Mas pai eu . . .

_ Marlon escute o endereço é rua  Rio do Iambé número 306 bairro Nova Brasília. 

_ Pai farei o que for necessário para te ajudar. 

_ Vai com Deus filho e novamente perdão. 

Marlon foi levado para a sala de espera se deparou com o prefeito Salatiel Rodrigues conversando com o delegado.

O delegado contou que Marlon era filho do homem que tentou roubar sua chacara. 

Salatiel lhe lançou um olhar frio e rígido. 


_ Então você é filho do bandido que tentou roubar minha propriedade  ?

_ Desculpa seu prefeito pelo ato inconsequente do meu pai ele tava desesperado pra conseguir dinheiro sei que não é a atitude certa mas é que nós temos muitas dificuldades financeiras  ........

_ Eu realmente não quero saber das tuas moléstias rapaz aliás eu quero mais que você e seu pai vão pro quinto dos infernos se depender de mim teu pai apodrece nesta cadeia. 

_ Pra que tanto ódio prefeito tem misericórdia ele errou tá arrependido merece pelo menos a chance de ter um advogado. _ Surgiram lágrimas nos olhinhos pretos dele.

Salatiel riu de Marlon e prometeu :

_ Ninguém nesta cidade será macho o suficiente pra defender seu pai. Ele vai ficar onde esta atrás das grades tendo como companhia as baratas. 

_ Isso não é justo  ! Não é ! _ Marlon chegou a gritar as lágrimas pingando.

Salatiel gargalhou arqueou uma sombracelha escura e avisou :

_ Muleque eu sou o amo e senhor destas terras. Eu faço as regras eu dito as ordens. 

Marlon secou o pranto com o braço deu uma última olhada pro rosto do prefeito Salatiel e saiu daquele lugar. 

Salatiel comentou com o delegado :

_ Ninguém tenta me roubar fica livre pra contar a história. Delegado certifique-se de colocar o verme do Mariano na solitária. 

_ Sim senhor como quiser. 



Com o endereço na cabeça naquela noite de chuva torrencial Marlon começou a procurar. 

Ele tinha a esperança que Oscar Martins pudesse ajudar seu pai. 

Aquele foi o dia mais terrível de sua vida. 

Tudo começou com Hugo fazendo gracinha, depois a notícia da prisão de seu pai em seguida Marta e Ronaldo o agridem e é expulso da própria casa. 

Agora aquele encontro desagradável com  o prefeito Salatiel Rodrigues. 

Que dia ! Marlon logo recordou que seus cadernos contendo suas histórias estariam em pose de Marta que com certeza botaria  fogo.

A grana do seu curso de escrita criativa já era também. 

Ao chegar na rua todo ensopado Marlon sentia o peso das roupas molhadas do cansaço físico e mental. 

Parou diante de uma bonita casa tocou o interfone. 


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_ Menino do céu você tá todo molhado vem entre vou te dar uma toalha seca e café quente. _ Emma a empregada foi a primeira pessoa realmente bacana aquele dia. 

A casa do primo de seu pai era lindíssima e confortável. 

Após se enrolar em uma toalha azul escuro sequinha e receber de Emma uma caneca de café quente Marlon abriu um breve sorriso. 

Ele contou a Emma sobre seu pai e informou que Mariano era primo de Oscar. 

_ Ah sim olha Oscar e dona Lenice estão na sala de estar vendo TV vou te levar lá pra conversar com eles ok  ?

_ Obrigado Emma, deixa só eu terminar este café foi a única coisa que tive a oportunidade de por no estômago hoje. 

Emma sentiu muita pena. 

Oscar e Lenice Martins tinham jeito de ser pessoas muito boas. Sentados no sofá eles escutavam todo o drama de Marlon atentos. 

Lenice tinha cabelos castanhos até o ombro e bonitos olhos azuis. Oscar tinha cabelos brancos olhos claros e uma barriga pronunciada. 

_ Meu pai falou que eu podia vir buscar auxílio com vocês. _ Marlon espera que eles o aceitassem pois não tinha pra onde correr. 

_ Faremos o que for necessário para lhe ajudar teu pai é meu primo. Crescemos juntos em um sítio aqui perto. 

_ Obrigado, Deus abençoe vocês. 

_ O que esse pau no cu tá fazendo na nossa sala ! ? ! ? _ Uma voz brava bradou. 

Marlon virou o rosto e exclamou : _ Hugo !

A cara do homofóbico Hugo estava vermelha de raiva  !


OLHAR de ANJOOnde histórias criam vida. Descubra agora