Naquela noite uma chuva forte caiu em Trajano de Morais.
Marlon Oliveira chegou na delegacia ensopado após ter sido expulso da própria casa pela irmã ele nessecitava falar com o pai.
_ Delegado sei que não é o horário de visita mas meu pai foi preso ontem sou filho de Mariano Oliveira.
A expressão de Marlon era aflitiva. O delegado o examinou com o olhar.
Boca machucada roupa molhada e suja de terra.
_ Teu pai foi preso em flagrante por tentativa de assalto com arma de fogo na chacara do prefeito Salatiel e não tem direito a visita por enquanto.
_ Delegado porfavor presciso conversar com meu pai ! Sou a única pessoa que ele tem quero ver se ele necessita de algo.
O delegado fez caras e bocas suspirou levantando-se com raiva.
_ Rapaz você tem apenas cinco minutos.
_ Obrigado. Muitíssimo obrigado.
Mariano se encontrava em uma cela sozinho no fundo do corredor. Um gurda vigiava toda a conversar.
_ Pai ! O que foi que o senhor fez pai !
Mariano viu o filho com muita vergonha ele se pos a chorar pedindo perdão atrás de perdão.
_ Assalto pai ? A mão armada ? O que o senhor se tornou ?
_ Me desculpe filho eu vacilei fiquei desesperado pra conseguir dinheiro pra botar comida na mesa fiquei constrangido por estar desempregado a mais de dois anos.
_ Pois pai agora como vamos fazer ? Não temos grana pra um bom advogado os defensores públicos desta cidade não ligam pra pobre, fazem pouco caso ! E pra completar você foi roubar logo do prefeito um homem implacável.
Mariano tapou o rosto barbado com as mãos num choro envergonhado que cortou o coração de Marlon dentro do peito.
_ To me sentindo muito mau Marlon eu tô com tanta tanta vergonha do que fiz.
_ Tá bom pai agora não adianta chorar e se lamentar temos que buscar um jeito de te tirar ou amenizar sua pena.
Marlon recordou que foi expulso de casa por sua meia irmã Marta e suspirou exaurido.
_ Humm pai tem mais uma coisa Marta e Ronaldo me expulsaram de casa.
_ O que ? Como tiveram coragem ? Te bateram Marlon ? É por isso que está com a boca machucada ?
_ É pai. Ronaldo me deu um soco a bruxa da Marta tomou posse da casa.
Mariano sacudiu a cela bravo incomodado com aquilo.
O gurda avisou : _ Vocês tem apenas mais um minuto.
Marlon olhou para o pai aflito Mariano então falou :
_ Olhe, você vai procurar um primo meu seu nome é Oscar Martins ele é um cara muito generoso, crescemos juntos ele poderá de dar abrigo e me ajudar.
_ Mas pai eu . . .
_ Marlon escute o endereço é rua Rio do Iambé número 306 bairro Nova Brasília.
_ Pai farei o que for necessário para te ajudar.
_ Vai com Deus filho e novamente perdão.
Marlon foi levado para a sala de espera se deparou com o prefeito Salatiel Rodrigues conversando com o delegado.
O delegado contou que Marlon era filho do homem que tentou roubar sua chacara.
Salatiel lhe lançou um olhar frio e rígido.
_ Então você é filho do bandido que tentou roubar minha propriedade ?
_ Desculpa seu prefeito pelo ato inconsequente do meu pai ele tava desesperado pra conseguir dinheiro sei que não é a atitude certa mas é que nós temos muitas dificuldades financeiras ........
_ Eu realmente não quero saber das tuas moléstias rapaz aliás eu quero mais que você e seu pai vão pro quinto dos infernos se depender de mim teu pai apodrece nesta cadeia.
_ Pra que tanto ódio prefeito tem misericórdia ele errou tá arrependido merece pelo menos a chance de ter um advogado. _ Surgiram lágrimas nos olhinhos pretos dele.
Salatiel riu de Marlon e prometeu :
_ Ninguém nesta cidade será macho o suficiente pra defender seu pai. Ele vai ficar onde esta atrás das grades tendo como companhia as baratas.
_ Isso não é justo ! Não é ! _ Marlon chegou a gritar as lágrimas pingando.
Salatiel gargalhou arqueou uma sombracelha escura e avisou :
_ Muleque eu sou o amo e senhor destas terras. Eu faço as regras eu dito as ordens.
Marlon secou o pranto com o braço deu uma última olhada pro rosto do prefeito Salatiel e saiu daquele lugar.
Salatiel comentou com o delegado :
_ Ninguém tenta me roubar fica livre pra contar a história. Delegado certifique-se de colocar o verme do Mariano na solitária.
_ Sim senhor como quiser.
Com o endereço na cabeça naquela noite de chuva torrencial Marlon começou a procurar.
Ele tinha a esperança que Oscar Martins pudesse ajudar seu pai.
Aquele foi o dia mais terrível de sua vida.
Tudo começou com Hugo fazendo gracinha, depois a notícia da prisão de seu pai em seguida Marta e Ronaldo o agridem e é expulso da própria casa.
Agora aquele encontro desagradável com o prefeito Salatiel Rodrigues.
Que dia ! Marlon logo recordou que seus cadernos contendo suas histórias estariam em pose de Marta que com certeza botaria fogo.
A grana do seu curso de escrita criativa já era também.
Ao chegar na rua todo ensopado Marlon sentia o peso das roupas molhadas do cansaço físico e mental.
Parou diante de uma bonita casa tocou o interfone.
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_ Menino do céu você tá todo molhado vem entre vou te dar uma toalha seca e café quente. _ Emma a empregada foi a primeira pessoa realmente bacana aquele dia.
A casa do primo de seu pai era lindíssima e confortável.
Após se enrolar em uma toalha azul escuro sequinha e receber de Emma uma caneca de café quente Marlon abriu um breve sorriso.
Ele contou a Emma sobre seu pai e informou que Mariano era primo de Oscar.
_ Ah sim olha Oscar e dona Lenice estão na sala de estar vendo TV vou te levar lá pra conversar com eles ok ?
_ Obrigado Emma, deixa só eu terminar este café foi a única coisa que tive a oportunidade de por no estômago hoje.
Emma sentiu muita pena.
Oscar e Lenice Martins tinham jeito de ser pessoas muito boas. Sentados no sofá eles escutavam todo o drama de Marlon atentos.
Lenice tinha cabelos castanhos até o ombro e bonitos olhos azuis. Oscar tinha cabelos brancos olhos claros e uma barriga pronunciada.
_ Meu pai falou que eu podia vir buscar auxílio com vocês. _ Marlon espera que eles o aceitassem pois não tinha pra onde correr.
_ Faremos o que for necessário para lhe ajudar teu pai é meu primo. Crescemos juntos em um sítio aqui perto.
_ Obrigado, Deus abençoe vocês.
_ O que esse pau no cu tá fazendo na nossa sala ! ? ! ? _ Uma voz brava bradou.
Marlon virou o rosto e exclamou : _ Hugo !
A cara do homofóbico Hugo estava vermelha de raiva !
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OLHAR de ANJO
RomanceMarlon chegou naquela casa com o coração despedaçado. Sem esperança e amor. Foi aí que ele encontrou Christopher ! Naquele olhar ele encontrou a paz, ternura e confiança. Mas Christopher não podia ser dele. Ele tinha compromisso com a filha do hom...