O som estridente e incessante despertou Miya Atsumu de seu sono. Seus ouvidos doeram pelo barulho alto e seus olhos piscaram para se adequar ao ambiente. Não estava muito claro, mas as cortinas deixavam passar um pouco de luz.
Inferno, já era segunda de novo?
Atsumu se moveu, soltando o braço do casulo de cobertas e o expondo ao ar frio da manhã para desligar o maldito despertador. Aquele som era seu inferno pessoal. Queria ser o tipo de pessoa que acordava com música clássica. Mas não. Só acordava se pegassem uma britadeira junto com o urro de um ogro e multiplicassem três vezes.
Em compensação.... Atsumu sorriu de maneira terna e acariciou o rosto adormecido de seu marido, Miya Shoyo. Desde que eram crianças que o sono pesado de Shoyo se fazia presente na relação. Uma vez que adormecesse, não despertaria mais.
Com os olhos transbordando de amor, Atsumu continuou a admirar quem amava. Fez carinho na pele macia e nos fios ruivos e sedosos e se aproximou pra beijar a ponta do nariz rosada. Puxou o marido para seu peito e inspirou o cheiro fraco de creme de pêssego. Deslizou para baixo para ficar cara-a-cara com o rosto adormecido e o assistir melhor.
— Eu te amo tanto — sussurrou. Se aproximou e deixou um selinho leve nos lábios vermelhos. Depois assistiu o sono de Shoyo pelos próximos cinco minutos. Deu mais um selinho. — Eu volto daqui a pouco.
Atsumu levantou da cama e foi ao banheiro. Na volta, quase tropeçou na calda no gato. Marshmallow era um gato gordo e escaminha, cheio de manchinhas cor de caramelo espalhadas pelo pelo preto e marrom. Havia uma perto do olho esquerdo que era sempre beijada por seus donos. Atsumu se ajoelhou no chão e beijou o gato, depois voltou pra cama.
Shoyo havia se encolhido em uma bola fofinha. Tão adorável. Atsumu tirou a coberta do marido, observando ele se encolher mais. Atsumu deitou ao lado dele e começou um vai e vem na pele de Shoyo. Primeiro na lateral da coxa desnuda e depois pelo braço.
Se aproximou e começou a beijar o pescoço de Shoyo, sussurrando:
— Amor, Sho, é hora de acordar, meu bem.
Shoyo soltou um murmurar de satisfação e, ainda em seu sono, se moveu. Ele esticou um pouco o pescoço e virou de barriga pra cima, sua camisa levantando um pouco e revelando um trecho de pele da barriga. Atsumu se mexeu e beijou aquele pedaço, mordendo onde sabia que Shoyo tinha cosquinhas.
Mas ainda nada. Shoyo permaneceu perfeitamente adormecido. Então era um daqueles dias.
Resignado, Atsumu se levanta e vai ao banheiro, onde coloca a banheita para encher. Joga sais de banho perfumadas na água e deixa a escova de dentes a postos. Volta ao quarto, sobe na cama e começa a tirar a roupa de Shoyo. São apenas duas peças. Uma camiseta branca que é larga demais e uma cueca azul clara. Depois de deixar o marido nú, Atsumu o pega no colo e vai ao banheiro, o pondo na banheira.
— Em alguns anos, vou estar velho demais pra ficar te carregando por aí sabia? — Diz Atsumu para si mesmo. Segura Shoyo para que ele não afunde a cabeça enquanto fecha a água. — Isso me deixa triste sabe? Não poder cuidar de você como eu cuido agora. Mas é inevitável. É por isso que faço questão de aproveitar cada um desses momentos.
Atsumu sempre fala quando Shoyo está adormecido. Não sabe ao certo o motivo, mas é tão natural que não faz diferença saber ou não o porquê. Faz parte da rotina.
Atsumu vai jogando água com a mão nos ombros de Shoyo, odiando a ideia de seu ruivo pegar friagem. Se aproxima e beija os lábios do marido, inspira contra sua pele e aguarda.
— Sho, acorda amor.
— Naum.
A palavra sai tão baixa que soa como um miado.
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Nossa Rotina (AtsuHina)
FanfictionApenas um pedacinho da rotina de Miya Atsumu e Miya Shoyo.