Capítulo Um: A pessoa que nada com peixes

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O sol está quase se pondo, Houser ponderou que faltava pouco mais de uma hora para o anoitecer. O plano era chegarem ao vilarejo de Cad.

Ele estava agora chegando ao topo de uma colina, em todos os lados era possível ver planícies que se estendiam até onde sua visão alcançava. 

- O que não daria para ser surdo. - Houser pensou enquanto o barulho causado pelas pessoas que o seguiam estavam fazendo seus ouvidos doerem já faz algum tempo.

Quarenta jovens com dezesseis anos, com destino a Academia.

Anualmente era mandado para buscar os jovens na região leste.

Ele não suportava jovens mimados, esse provavelmente era um dos poucos defeitos de Houser.

 - Maldito rei porque não mandou outro em meu lugar? - Seguindo a trilha com os olhos viu de longe a vila de Cad.

- Iremos dormir no celeiro de uma conhecida minha. - Ele gritou aos jovens ao se virar e encarar eles.

 Na verdade ele não sabia dizer se podia chama-la de conhecida mas sempre acabava passando por ali algumas vezes.

- Se eu sequer ouvir reclamações sobre vocês mandarei vocês de volta divididos em pedaços. - Ele se virou e começou a descer a colina.

Após poucos tempo andando eles haviam chegado a Cad.

Varias casas feita de madeira ou pedra podiam ser vistas pela rua central variando em altura e formas, ao final da rua se encontrava a pousada de Sra. Ana a qual a sua frente a rua se dividia formando um caminho para direita e outro para a esquerda.

A pousada de Sra. Ana tinha três andares, contando com o solo onde haviam alguns quartos, o andar da entrada era feito em pedra e próximo do portão de madeira de pinheiro onde haviam sido talhadas para mostrar uma imagem que lembrava uma floresta. Haviam sido colocados dois pilares de madeira onde ardiam archotes em cada lado da porta. Os demais dois andares eram feitos de madeira. Uma grande construção que até dez anos atrás poderia ter sido chamada de sonho.

 -Realmente, a Alquimia trouxe muitos benefícios. - Ele se lembrava de antes do aparecimento de Alquim o reino da Alquimia, ele raramente via uma casa que chamava sua atenção sem ser as dos nobres que tanto odiava, mas o reino havia tornado possível tal evolução para pessoas normais esse era um dos motivos pelos quais Houser trabalhava para "Deus".

Houser bateu a porta e foi atendido pela dona, onde trocaram algumas palavras e ela mostrou-lhes o caminho  para o celeiro sem dizer mais nenhuma palavra.

O celeiro talvez não fosse tão apresentável quanto a estalagem mas era mais que suficiente para abrigar todos e lhes permitir descansar.

Ele orientou as meninas a subirem as escadas e arrumarem suas coisas, e aos meninos para arrumarem onde dormir no solo, ele não queria perder tempo com conversas idiotas então não ouviu o que eles disseram, na verdade ouviu mas o desinteresse foi tanto que não conseguiu distinguir as palavras. Após terem-se alojado ele gritou para calar a voz dos demais:

- Sairei a caça com quatro de vocês, Tom, Ricardo, Paula e Benjamim virão comigo, os demais quero fogueiras queimando quando voltarmos com a comida, e como disse antes se ouvir alguma reclamação tratarei pessoalmente do assunto. - Ele se virou para a saída de trás do celeiro e seguiu em direção a floresta que se estendia atrás da cidade seguido pelos jovens.

A floresta se estendia até as montanhas no horizonte era difícil dizer sua extensão total mas era óbvio que não era um local que muitos entravam, os cidadãos evitavam entrar ali devido aos grandes predadores que ali habitavam.

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