Quatro

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Juliette sentiu a garganta trancar. Quando chegou na premiação lhe direcionaram direto até as entrevistas. Avistou vários famosos, pessoas importantes e que entendem de música, respirou fundo, o que estava fazendo ali? Para ajudar, em uma das entrevistas comentaram sobre o ensaio e erros, por mais que tenha se saído bem para responder, ficou chateada. Queria sumir, nem conseguia prestar atenção aos seu arredores, então, para não ter que conversar com ninguém nesse estado, resolveu ir ao banheiro.

Ao chegar lá, suspirou, uma das cabines estava interditada e a outra estava ocupada, teria que esperar

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Ao chegar lá, suspirou, uma das cabines estava interditada e a outra estava ocupada, teria que esperar. Torceu para que ninguém entrasse, se virou para o espelho e apoiou as duas mãos na pia. Olhou seu reflexo e pensou "calma, Juliette, vai dar certo", abaixou a cabeça. Sua vontade era de molhar o rosto, mas iria estragar toda a maquiagem. De repente escutou o barulho alto da porta da cabine batendo, deu um pulinho de susto.

- Eita, está tudo bem aí? - perguntou se virando, vai que alguém precisava de ajuda.

Estranhou a demora para obter resposta, mas logo a porta se abriu. Não acreditou no que viu, definitivamente não estava esperando encontrar Sarah parada ali. Ela continuava tão linda quanto se lembrava: olhos verdes marcantes, os lábios rosados, as pernas longas, perfeita... Nem percebeu que estava segurado a respiração. Se encaram em silêncio por alguns instantes, não sabiam o que dizer, por fim o silêncio foi quebrado pela loira.

- Está tudo bem, Ju, acabei escorregando e batendo a porta lá dentro... Quanto tempo... ãn... oi - falou como uma metralhadora e com um sorriso sem graça.

Observou mulher que caminhava até a pia da cabeça aos pés. A aproximação fez com que sentisse o seu perfume doce, fechou os olhos. Lembrou da última conversa que tiveram, pelo celular, na qual se resolveram, mas que não teve abertura para aproximação. Ela mesma não tinha dado essa abertura, seu coração apertou. Percebeu que ainda não havia respondido e quando voltou os olhos para a loira para falar, se deparou com os olhos verdes lhe observando. Pensou no que havia feito na noite anterior, justamente com esses olhos em sua mente, sabia que estava ruborizando e sabia que precisava falar logo, qualquer coisa.

- Oi - disse por fim e pensou "sério, Juliette? É isso o melhor que consegue fazer?", notou a angústia no olhar de Sarah com a resposta seca e completou - como você está, galega?

- É, bem... Indo, na verdade. - gaguejou - E você?

- Indo também... - mais uma vez ficaram em silêncio se encarando, e aquela tensão conhecida entre as duas parecia cada vez mais forte. - Estou muito nervosa.

- Vai se apresentar hoje, né? Fiquei sabendo, que música vai cantar?

- Sim, é a primeira vez que me apresento sozinha. - percebeu o olhar atencioso da loira, a conversa já fluía melhor - Vou cantar vixe que gostoso, não sei se ouviu?

- Claro que ouvi e tenho que te dar parabéns, viu? Sabia que era talentosa, mas você evoluiu muito e em pouquíssimo tempo.

- Obrigada, de verdade, isso é muito importante para mim... - sentiu sua confiança crescer com o elogio e estava estranhamente feliz em saber a maior havia escutado suas músicas. Continuou falando e acabou abrindo o coração. - Estou morrendo de medo de decepcionar meus fãs, a equipe, minha família... Eu nem sei direito o que estou fazendo aqui, como isso aconteceu? Sinto que tem tanta expectativa e estou achando que vou acabar com tudo.

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