Tatuado em Mim

Mikaela

-Vem sobe! Para, não faz essa cara são só dois lances de escada. - Falei para a minha irmã que parou no pé da escada e fez cara de desgosto.

- Como suas clientes gagá vão fazer para subir? - Perguntou Júlia, ela era branquela com cabelos preto de farmácia com as pontas dos cabelos em arco íris, cheia de tattoo e piercings, pois ela era tatuadora.

Julia era quinze anos mais nova que eu, somos melhores amiga, sua idade não era problema. Eu tinha trinta e cinco e ela vinte, me casei muito nova com Romero meu falecido marido, e quando ele morreu a cinco anos atrás ela foi minha força me ajudou a cuidar de Isaac meu filho que na época tinha dez anos.

Para me tirar da fossa me ajudou a reformar a casa e me incentivou a fazer curso de depilação e massagem, no qual hoje exerço a função, enfim, ocupou bastante minha cabeça nesses anos. Hoje vim mostrar a sala que aluguei para montar meu studio.

- Aquela porta serve? - Apontei para a porta metálica ao lado direito dela.

- Sim, sim, serve sim. Não queremos aquelas vovozinhas com mais problemas no quadril e joelho do que elas já possuem.

A maior parte dos meus clientes são os avôs e avós dos amigos de Isaac, eles foram minhas cobaias e portfólio quando estava fazendo os cursos.

Subimos os dois lances de escadas e paramos em frente a uma porta de vidro fumê com grades na frente. Júlia olhou o corredor e me encarou com os olhos esbugalhados e a boca no dedão do pé, ela fez igual a desenhos animado.

- O que foi guria, viu fantasma? - Perguntei sabendo exatamente o que ela tinha visto na porta em frente a minha sala.

- Sério! Você vai trabalhar na frente do estúdio do Ferit Aslan. Ele é o mestre da tattoo, o cara é muito foda! - Me falou tudo num fôlego só e dando pulinhos.

- O turco que você é fã? sim vou ser vizinha dele. Quem sabe posso ver com ele se tem alguma vaga ali para você. - empurrei seu ombro - Agora vamos entrar.

Entramos na sala que estava crua com suas paredes brancas e sem vida, um espaço arejado com dois banheiros sendo um para clientes e outro com box perto da cozinha e área de descanso juntos. Não era grande mas dava para fazer uma recepção pequena com quatros poltronas, se fizer uma repartição posso fazer uma sala bem confortável de atendimento também.

- O que você achou Jujuba? - Perguntei à ela usando seu apelido de infância.

- Leka é muito top esse espaço, já consigo imaginar como vai ficar suas coisas aqui. - Leka é o apelido que ela me deu quando era criança e não conseguia falar Mikaela - Parabéns mana você merece muito. - falou beijando o topo da minha cabeça como nosso pai faz.

Esse mês foi corrido com agenda de clientes, compra de móveis para o studio, decoração, supervisionar a reformar e fora a vida de mãe... Não que meu filho me desse trabalho pois ele já é um moço e ajuda bastante, mas sempre gostei de estar presente. O mês foi tão cheio que achei que não ia sobreviver.

E para comemorar essa correria toda fomos tomar um brink num pub ao qual o namorado da Júlia é DJ. Sentamos em uma mesa para quatro pessoas, Júlia, Isaac e eu. Felipe o namorado de Júlia estava na mesa de dj, quando dava uma folga ele vinha bater um papo conosco e dar uns cheiros em minha irmã. Estavamos com nossas bebidas em mãos e petiscos na mesa quando Júlia levantou seu mojito e disse.

- A novas oportunidades! - Brindou ela.
Levantei meu chopp e Isaac sua pepsi e brindamos.

- Filho criado, negócio montado agora você já pode pensar na vida amorosa. Já passou da hora de tirar essas teias de aranhas. - falou minha irmã pedindo em uma confirmação silenciosa do meu filho, e que de quebra ele confirma na maior cara pau.

- Verdade mãe já está na hora de aposentar o rico. - Arregalei os olhos após ele citar meu vibrador em formato de baleia. Como ele sabe disso?

- Você mexeu nas minhas calcinhas Isaac? Achou alguma que te sirva meu filho?

- Claro que não né, precisei de pilha para por no controle do ps! - falou como se fosse a coisa mais natural do mundo mexer na gaveta de roupa íntima da mãe.

- Sei...- falei com falsa incredulidade para tirar onda com ele.

- E respondendo sua pergunta dona Jujuba, quem sabe no ano que vêm eu pense melhor nessa sua ideia. Por hora quero dançar, topam? - Me levantei e fui para a pista olhando para o meu cunhado esperando que eles entenda que quero dançar até me acabar, como se ele lesse meus pensamentos botou para tocar No Lie do Sean Paul e Dua Lipa.

Levantei as mão para cima e comecei a mexer e remexer o corpitio, os dois se juntaram a mim e dançamos de uma forma esquisita e mas divertida , batemos bumbum com bumbum, dançamos macarena a turma do pub se juntou a nossa coreografia, por fim nos acabamos de tanto mexer a raba.