HWASA

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Ano 743 A.D

Onde havia imortais, havia também outras criaturas que se acreditava ser  mitos e lendas. Ahn Hyejin era uma daquelas criaturas que vagavam pela floresta. Aqueles que buscavam por provas de criaturas de outro mundo diriam que a garota era um tipo de híbrido, a julgar por seus caninos e unhas afiadas, sua personalidade astuta expressando a de um leão.

Garras afiadas rasgaram a carne de um cervo, o pobre animal soltou um som sinalizando a dor que recebeu. A forma animal de Hyejin cravou seus dentes no pescoço, acabando com o sofrimento do mamífero.

Hwasa vivia como um animal na floresta, guiada por seus instintos de caça, mas freqüentemente contido pelos humanos. Falando em humanos, Hyejin parou de devorar a carne fresca, seu nariz farejando o ar. Ela sentiu o cheiro de um humano por perto.

Já era estranho ter um humano nessas partes da floresta, considerando que aqueles que vagavam seriam nomeados como hereges ou bruxos pelo império governante. O que tornava tudo ainda mais estranho era o cheiro. Era tão diferente do normal, mas ainda humano.

Seu nariz apurado guiou a leoa em direção a uma garota adormecida.

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MoonByul dormia, mas com o passar dos anos aprendera a unir a mente e o corpo ao ambiente. Ela podia ouvir o canto dos pássaros ou os movimentos leves dos esquilos. No entanto, esta noite a floresta estava quieta.

Ela vagou muito fundo?

E aí veio, o estalar de galhos. Mas era muito pesado para ser um dos esquilos que geralmente pulam em cima de sua cabeça. Conforme os passos se aproximavam dela, a imortal sentiu um hálito quente atingir seu rosto.

Isso fez Byul abrir os olhos.

Um Leão.

Predadores não iriam embora. Eles só se aproximariam dela se pegassem seu cheiro, achando a garota misteriosa de alguma forma deliciosa. Mas eles então fugiriam, sua própria maldição os tornando incapazes de a morder , sua carne queimava-os como ácido pela garganta.

O leão diante dela assistiu com olhos curiosos, chegando mais perto da imortal, seu focinho sangrento esfregando a bochecha da garota. Era uma sensação desagradável, mas Moon estava acostumada a pior, imóvel e esperando o que o leão decidisse.

Mas o animal ficou olhando em seus olhos, batendo-lhe aleatoriamente com o nariz. Byul percebeu que ele era muito grande para ser um normal. Então ela percebeu.

A criatura na frente dela bufou, ou parecia, se afastando agora, seu hálito quente não abanava mais o rosto da imortal. O leão rosnou baixinho, mas não parecia nada ameaçador.

Outro rosnado, mas desta vez vindo do estômago da Imortal. Seu corpo estava dolorido e cansado, e ela sabia que não havia nenhuma necessidade real de caçar para comer.

O leão se aproximou dela novamente, esfregando o focinho em seu braço, movendo sua cabeça "fofa" em direção à floresta, talvez querendo que Byulyi se levantasse e fosse até lá. O leão parecia gentil com ela, que através dos anos tinha aprendido a ignorar e fechar a todos e qualquer coisa além de si mesma.

Isso explicaria seu estado lamentável.

Com um grunhido, a imortal se levantou, seguindo frouxamente o grande leão, chegando a uma clareira onde um cervo morto estava, sua carne mordida e comida, o cheiro de sangue e vísceras cutucando seu nariz sensível. Moon olhou para o leão, cuja cabeça apontava para o cervo morto, como se dissesse 'vá aproveite'. A imortal fez uma careta, seu estômago embrulhou, preferindo ficar vazia a sucumbir aos instintos primitivos dos animais.

INTERMINÁVEL - MoonByul (Shortfic)Onde histórias criam vida. Descubra agora