dancing butterflies.

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Se tem uma coisa que Remus odeia mais que manhã é: escola de manhã.

Não faz sentido algum as aulas serem de manhã. Manhã é a hora em que seu cérebro está mais lento. Ele não consegue se concentrar em nada por conta do sono. Na maioria das vezes acorda com dor de cabeça. Somando tudo isso, e multiplicando por todos os alunos; os professores realmente esperam que alguém preste atenção no que eles falam?

Trinta e dois adolescentes sonolentos, enfiados em uma sala de aula por seis horas às 6:00 da manhã. Isso faz algum sentido?

Aqui está a resposta: não. Nenhum sentido.

A primeira coisa que Remus faz ao acordar é ficar deitado. Tentando tomar alguma coragem para realmente sair da cama. Mas quando se vive em uma das áreas mais frias de toda Inglaterra, é compreensível querer ficar em casa, embaixo das cobertas, tomando um chocolate quente, talvez.

Naquele dia nevava tanto lá fora, que alguns carros desapareciam debaixo das grossas camadas de neve. O que não era o caso de Black, óbvio.

Assim que levantou, Remus foi até a janela ver como estava lá fora. Tudo o que viu foi branco, branco, branco… preto? Um carro preto, um dos únicos carros visíveis no meio de tanta neve.

Claro que era o carro de Sirius Black, seu vizinho.

Remus não o suportava. Não que realmente tivesse um motivo para isso, simplesmente não gostava do garoto. Com aquele cabelo perfeitamente perfeito, ou os olhos perfeitamente cinzas, ou a voz perfeitamente perfeita. Entenderam? Ninguém é tão perfeito! Há algo de errado com ele, Remus só não descobriu o que é ainda. Ele apenas poupava trabalho e começou a o odiar antes.

Quando parou de observar a vista de sua rua pela janela, foi até o banheiro – tremendo dos pés à cabeça –, ligou a torneira para lavar seu rosto, já que não seria maluco ao ponto de tomar banho à essa hora da manhã nesse frio; a água estava tão fria que parecia que ia cortar a pele de seus dedos. Ainda assim, levou as mãos ao rosto e, agora sim, ele havia acordado.

Havia posto tantas camadas de roupas que mal conseguia se mover.

Desceu as escadas até a cozinha, onde viu sua mãe preparando o café da manhã.

— Oi mãe — cumprimentou Remus com os dentes batendo.

— Bom dia filho — respondeu ela com os dentes também batendo.

— Frio né?

— O aquecedor quebrou. Preciso chamar alguém para consertar.

Está explicado, pensou Remus.

— Vai comer algo? — perguntou Hope.

— Acho que não — respondeu ele. — É possível a comida congelar na minha garganta e eu morrer engasgado?

Hope riu.

— Olhe, eu não duvido de mais nada.

Quando abriu a porta da frente de sua casa, sentiu o ar de seus pulmões sendo arrancado. O ar lá fora estava tão frio que parecia que cortava seu rosto.

Pôs o pé do lado de fora, e ele afundou na neve.

— Isso vai ser complicado — pensou ele em voz alta.

Cada passo parecia mais difícil que o anterior. Ele precisava pisar no chão, e levantar a perna o máximo possível para tirá-la da neve novamente.

— Está com dificuldades, Remmy? — questionou Sirius com um tom sarcástico e em voz alta quando Remus passou pela frente de sua casa e quase afundou totalmente na neve.

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⏰ Última atualização: Jan 13, 2022 ⏰

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