Diabo

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Sinopse: O Padre da igreja local segue para mais um culto, porém, na casa de Deus acaba encontrando o Diabo.

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                                                                                  Diabo


 O relato que escrevo não pretende convencer a ninguém, nem mesmo eu sou capaz de acreditar. Pretendo por meio dessa página divulgar o que e da forma que me foi passado. No fatídico dia estava me preparando para uma missa, e por mais motejador que seja, dou a minha palavra que assim se fez. Dirigia-me em direção a igreja, o dia era chuvoso e os pneus deslizavam durante o trajeto. Embora desconfortável, cheguei ao estacionamento sem problemas. Desci do meu carro e me desloquei até os fundos da igreja, onde me preparei e segui ao púlpito. Embora seja natural haver poucas pessoas na igreja, nunca havia visto-a vazia. Até mesmo conferi a data em meu smartphone, mas era de fato naquele dia que eu deveria comandar o rito! Fui até à grande porta da frente, incrédulo, e me deparei com uma tempestade, um dilúvio. Pensei ser esse o motivo da não presença dos fiéis e voltei-me para trás. A chuva instantaneamente passou, agora no lugar dos raios um Sol ardente brilhava. As velas que antes iluminavam o local, se transformaram em tochas. O que antes era uma igreja que chamava à Deus, agora obtinha o trono do Diabo.

- Bom dia, Padre.

- O que?! - Disse incrédulo, não era possível, como o Demônio poderia entrar em uma igreja?

- Ora, Padre, como pode pensar tão pouco de mim? É fato que sou o Demônio, mas não conseguir entrar em uma igreja...

- Em nome de Deus, volte ao Inferno seu porco! - Proclamei, caindo em oração.

- Vamos começar de outra forma. Bem-vindo ao inferno, aqui está em sua frente o Diabo.

- Por que estou aqui? - Disse após juntar forças.

- Logo tudo irá se esclarecer. - A ardilosidade do demônio é fato, mas dizer-me que tudo se iria esclarecer alguma hora, enquanto estava eu em desespero era maquiavélico! Após um minuto de reflexão, decidi que não adiantaria lutar contra ele, eu estava no seu lar, não podia fazer nada a não ser jogar seu jogo.

- Por qual motivo estou aqui? - Disse eu ao Diabo.

- Pra me questionar, ora.

- Te questionar?

- Isso! Me perguntar, interrogar, enfim, questionar à mim.

- Ótimo motivo para me trazer ao inferno... mas o que devo lhe questionar?

- Ora, não tenho muito tempo, sou muito ocupado! Você tem a chance de perguntar a mim, tudo o que quiser, ande, pergunte!

- Calma, calma! Deixe-me pensar! - Era tudo tão confuso, tão estranho. Ter que perguntar para Satanás! Eu estava na igreja a poucos minutos e agora isso? Após um tempo me coloquei de volta à mim, e pude questionar sobre o que todos sempre quiseram.

- Qual a sua história?

- Irônico, não? Um padre me questionar sobre a minha história? Não sou para vocês o Rei da calúnia?

- Ora, jamais! Não posso ser injusto, todos sabemos que a palavra de Deus nos pede verdade e justiça. Portanto novamente o peço, conte sua história.

- Bom, você melhor do que ninguém sabe o que aconteceu segundo a bíblia.

- Perfeitamente.

- Pois então, o que está lá somente interessa aos doutrinários como você. Para os que à olham de forma não religiosa soa mais como um monte de baboseiras.

- Nada da bíblia é real para você então?

- Claro que é real! Como um dilúvio que destrói e mata tudo o que não está dentro de uma arca gigantesca poderia ser falso? Papai decodificou o livro, mas é óbvio que vocês arrogantes acharam saber mais que ele... inclusive foi isso que gerou nossa discussão.

- Então de fato houve uma briga?

- Não! Claro que não! Eu o amo, como vocês o amam!

- Pois então?

- Tudo começou quando papai acordou, ele sempre existiu, mas estava em uma espécie de "hibernação". Quando acordou instantaneamente começou a pensar, de uma forma subconsciente e rápida. Foi assim que gerou-se o Big Bang, uma explosão de idéias.
Papai juntou os elementos criados pelo Big Bang e se encarregou de montar cada coisinha.

- Mas e você?

- Ah! Verdade, tinha me esquecido! No começo de tudo ele criou a música, nós éramos encarregados de cantar enquanto ele montava tudo. Mas assim que ele decidiu que faria vocês, me voltei a sua frente e disse à ele que jamais o deixaria se automutilar.

- Deixe-me adivinhar. Ele ficou nervoso com você e te mandou ao inferno?

- Errado. Eu pedi a ele.

- O que?!

- Se ele deixasse àquelas microscópicas criaturas se tornarem máquinas de matar eu me encarregaria de matá-las também.
Óbvio que papai disse que eu não poderia, mas mesmo assim desci ao centro dessa rocha, e no magma fiz meu reino.

- Você então.... - Meus sentidos se enfraqueciam enquanto minha cabeça pendia, em após poucos minutos levantei-me exausto, e do embaço da minha visão surgiu centenas de fiéis esperando que eu começasse a leitura do livro.

O Horror - Coletânea de ContosOnde histórias criam vida. Descubra agora