Entrevista

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Alexander's POV
 
Quarta-Feira - 08:47AM
 
  —  Acelera esse carro, Jace! Vamos nos atrasar para a entrevista se continuar a dirigir nessa velocidade. - disse já irritado. Odeio me atrasar. 
 
  —  Se acalme, senhor! Falta só mais essa curva e a gente chega na Dior. Relaxe. - disse Jace, meu motorista, gesticulando com a mão que não estava presa ao volante. 
 
  —  Não me mande relaxar, você sabe que eu odeio quando fazem isso. - suspirei. Hoje todo mundo resolveu me tirar do sério, a começar pela Isabelle que ficou doente e não poder vir na entrevista desse cara. Agora, eu sou obrigado a vir entrevistá-lo porque os outros jornalistas estão trabalhando em outras pautas. 
 
   Ao adentrar na empresa de Magnus, pude perceber que o senso para moda não está só nas coleções de roupas, também é presente na decoração do ambiente. Entrar na Dior é como entrar no interior de Bane, com mil camadas de tecido brilhante e detalhes dourados.
 
  —  Senhor Lightwood, o Senhor Bane está a sua espera. - uma moça loira veio até mim à medida que saio do elevador. - Permita-me guiá-lo até a sala.
 
  Estou bastante trêmulo tentando suprimir meus nervos. Junto minha bolsa de couro, e faço meu caminho para a porta parcialmente aberta.
 
  —  Você não precisa bater, apenas entre. - Ela amavelmente sorri.
 
   Eu empurro a porta aberta e cambaleio, tropeçando em meus próprios pés, e caio de cabeça dentro do escritório. Ótima maneira de se apresentar para alguém - atormentou-me meus pensamentos. Merda: eu e meus dois pés esquerdos! Eu estou de quatro na porta de entrada do escritório de Magnus Bane.
 
  Rapidamente me recomponho e lanço meu olhar para cima. Puta que pariu, ele é tão… instigante.
 
  —  Senhor Lightwood. — Ele estende uma mão com longos dedos para mim, uma vez que eu fico de pé. — Eu sou Magnus Bane. Você está bem? Gostaria de se sentar? - Ele é alto, vestido em um fino terno verde, camisa branca e gravata também verde com listras finas douradas, com incontroláveis cabelos negros e intensos, luminosos olhos castanho-dourado que me observam astutamente. Leva um momento para eu encontrar minha voz.
 
  —  Perfeitamente — eu murmuro. Em uma confusão, eu coloco minha mão na dele e nós levamos um choque. Quando nossos dedos se tocam, eu sinto um estimulante e estranho calafrio, correndo através de mim. Eu retiro minha mão apressadamente, em reflexo à sensação. Deve ser estática, tem que ser estática. 
 
 —  A Senhorita Lightwood está indisposta, então ela me pediu para vir no lugar dela. Espero que você não se importe, Sr. Bane.
 
 —  E você é? — Sua voz é morna, possivelmente divertida, mas é difícil dizer por sua expressão impassível e ingênua. Ele parece ligeiramente interessado, mas acima de tudo, educado.
 
 —  Alexander Lightwood. Eu sou o CEO da Condé Nast, empresa responsável por escrever, editar, publicar e cuidar do marketing da revista Vogue, a qual minha irmã é editora chefe. 
 
  —  É um prazer conhecê-lo, Alexander. 
 
  —  Podemos começar a entrevista? 
 
  —  Claro. Gostaria de se sentar? - assinto com a pergunta.  
 
  Ligo o aparelho de gravação e deposito o mesmo em cima da mesa de vidro a minha frente. 
 
  —  Como foi para você assumir a empresa de sua família? - pergunto assim que desabotoou o botão do meu paletó azul.
 
  —  Foi um misto de emoções. Sempre trabalhei aqui, mas em outro setor. Assumir o posto que meu pai ocupava, e que um dia, meu avô também ocupou, foi no mínimo assustador no início, mas depois, com a ajuda de uma excelente equipe, consegui me adequar. - deu um leve sorriso depois de responder. Parecia familiarizado com a pergunta, tenho certeza que ouvia isso sempre. Isabelle bem que podia dar uma inovada. 
 
  —  Certo. - passei o olho pelas perguntas e li a quinta - Pretende ter filhos?
 
  —  Sim, é um dos meus maiores sonhos. Quero ter dois, mas não depende só de mim, Camille tem que querer ser mãe também. 
 
  —  Camille? Quem é Camille?
 
  —  Minha esposa. - disse por fim, se recostando em seu assento.
 
  —  Ah, não sabia que era casado… - que desperdício esse pedaço de gostosura estar casado. - Mas então, por que ela não quer ser mãe? - perguntei como quem não quer nada.
 
Ele olhou para o gravador, desconfortável. Apertei o botão do aparelho e desliguei-o. 
 
  —  Estamos passando por uma fase difícil, apenas. Ela anda um pouco estressada, distante… - respondeu com um ar triste
 
  —  Uma pena ela não te valorizar, uma hora pode te perder. - joguei.
 
  —  Não vai me perder, eu a amo demais. - Quanta melação, vou vomitar.
 
 —  Bom, voltando à entrevista: - apertei o botão que liga o gravador novamente - Pode falar sobre sua próxima coleção?
 
  —  Ah!.. - suspirou animado - Minha coleção de verão. Estou trabalhando nela com Clarissa Fairchild, meu braço direito. Em breve terão novidades.
 
  —  Grande parte dos projetos em que você participa tem parte da remuneração voltada para a caridade. Realmente se importa com os menos afortunados ou é jogada de marketing? - Meu Deus, Isabelle é muito inconveniente. 
 
  —  Nossa… Que pergunta! Eu me importo com os menos afortunados de verdade, não é jogada de marketing. Acredito que se eu tenho oportunidade de ajudá-los, eu devo fazê-lo. 
 
  —  É bem genuíno da sua parte pensar assim, Bane. 
 
  —  Sim, mas não faço pelo prestígio.

[...]
 
Quando as perguntas acabaram, comecei a juntar o material que trouxe para ir embora.
 
  —  Quer tomar uma água ou um café? Posso pedir a minha assistente para trazer. - Magnus indagou, parecia que ele não notava o quanto o clima estava tenso.
 
  —  Não, obrigado. Meu motorista está lá embaixo me esperando. - eu não estava nem aí para Jace, só não queria ficar numa sala sentindo tesão por um casado. - Isabelle te mandará um e-mail quando a entrevista for publicada. Até mais.

 
  —  Até...

[...]
 
  —  Nunca mais me peça para entrevistar alguém. - disse assim que cheguei no carro, falando no telefone com Isabelle.
  —  Por que está com essa voz? Aconteceu alguma coisa na entrevista? - disse ela do outro lado da linha. 
  —  Esse Magnus é um filha da puta de um gostoso, e o pior é que ele nem se dá conta disso. - Joguei a cabeça para trás, segurando o telefone com uma das mãos. 
  —  Tá interessado nele? Ainda tenho o e-mail pessoal dele, amanhã quando eu voltar para a empresa, te envio. 
  —  Não, nem pense nisso. O cara é casado. 
  —  E daí? 
  —  Não, Izzy. 
 
  Desliguei. As vezes minha irmã não consegue agir de forma profissional se tratando de negócios com a família.

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⏰ Última atualização: Jan 15, 2022 ⏰

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Hopelessly Devoted to You • MalecOnde histórias criam vida. Descubra agora