capítulo único.

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— Jinko… Você lembra do dia em que nos confessamos?

— Como eu poderia esquecer? Foi uma catástrofe total - Atsushi riu baixo, enquanto apertava um pouco mais forte a mão do namorado deitado à sua frente.

— Nem foi tão ruim assim, vai… Eu até te levei flores!

— Arrancadas do jardim da senhora Kouyou, e ainda tinha terra nelas!

— Quer dizer que você não gostou então?

— É claro que eu gostei, idiota.

Um silêncio se fez presente na sala, sendo possível ouvir apenas o barulho do ventilador na velocidade mínima.

— Eu… - Atsushi começou a falar, mas foi cortado pelo mais velho.

— Você ‘tava tão fofo aquele dia… Quero dizer, era o mesmo jeito de sempre, mas parece que você tinha se superado de algum jeito.

— N-não é pra tanto também, Ryuu… - O mais novo dizia, sentindo as bochechas esquentarem um pouco pelo elogio.

— É verdade. Eu lembro de ter pego as flores da Kouyou e ido ao nosso local de encontro o mais rápido possível, minhas mãos estavam suando de nervoso. E quando eu cheguei você já estava me esperando lá, olhando a vista do luar de cima da cobertura do prédio. Eu fiquei tão nervoso porque eu tinha certeza que estava apaixonado por você, e você não colaborava. E aí quando você se virou com aquela cara medrosa, achando que eu ia te matar ou algo do tipo, eu quase corri de medo da sua reação, mas fui até o fim, e aí eu…

— Você me deu um soco com a mão que segurava aquele buquê despedaçado e gritou “VOCÊ ACEITA SER MEU NAMORADO, JINKO?”

— Foi sem querer! Eu não tinha calculado direito a distância entre minha mão e seu rosto… E eu já te pedi desculpas por isso!

— Mas não deixa de ser engraçado, Ryuu - o albino ria agora, enquanto o mais velho fazia uma cara emburrada, essa que não durou muito e ele logo se juntou às risadas. — Eu fiquei tão confuso que achei que você tinha batido a cabeça.

— Talvez eu tivesse mesmo, mas acho que essa é a única pancada que eu não me arrependo de ter levado, senão eu não estaria com você agora.

— Talvez… Sabe, Ryuu… - o mais novo foi cortado novamente.

— E uma semana depois, o nosso primeiro encontro como namorados oficiais… sem juras de morte ou brigas… Foi sem dúvidas um dos melhores dias da minha vida. Você quase me faliu de tanto que comeu, mas foi fofo ver você com as bochechas parecendo um esquilo, enquanto acumulava tigelas do seu lado.

— Eu não comi tanto assim!

— Diga isso pro dono do restaurante. Ele deve estar em Las Vegas apostando em casino com o meu dinheiro até hoje.

— Deixa de ser bobo! Do jeito que você diz até parece que foi no restaurante mais chique da cidade! Akutagawa, você me levou no restaurante da esquina!

— Ok, ok… Eu prometo te levar no restaurante mais chique de Yokohama um dia!

— Certeza que vai ficar dando desculpas e no final nunca vamos chegar perto de lá!

— Talvez… A gente sabe que não sou muito bom com promessas!

— Deveria tomar vergonha na cara e começar a ser! - Atsushi fingiu estar bravo, enquanto o moreno ria baixo.

— Cof, cof, cof… - Akutagawa começou a tossir um pouco mais forte do que o habitual, por causa da risada, coisa que deixou Atsushi preocupado.

— Respira devagar… Agora beba um pouco de água. - o mais velho seguia os conselhos do outro, enquanto sentia o olhar pesado sobre si. - Akutagawa, eu… - foi cortado pela terceira vez.

Promises - SHIN SOUKOKUOnde histórias criam vida. Descubra agora