Obscuro

capítulo 1

                 

Axl corria desesperado  pelas ruas movimentadas de Nova York, e o motivo de seu desespero? Bom, é bem simples, Axl havia acordado com o cadáver de sua agora ex-mulher ensanguentado, e misteriosamente suas roupas continham o sangue viscoso de Vitória.
 
Para sua sorte, as pessoas estavam distraídas de mais para reparar no sangue manchado em suas roupas, então sua face se iluminou ao ver uma delegacia na outra calçada.

Axl entrou na delegacia após atravessar a rua com muita dificuldade, seus pés doíam por ter corrido muito em uma velocidade rápida, assim que Axl entrou, foi a sensação do momento, os policiais o olhavam enquanto rapidamente colocavam as mãos no coldre.

- Calma, calma. Minha mulher....ela... Ela foi...assassinada por uma fera...de olhos amarelos. - Axl ergueu as mãos em sinal de rendençao para mostrar que é inofensivo, mas as manchas em sua camisa não ajudavam.

Os policiais trocaram olhares divertidos.

- Você, vem comigo. - Um policial loiro de alta estatura se aproximou e Axl pode ler o crachá colado na roupa do oficial, Jackson Vassiliev.

- Eu não fiz nada, eu juro. Eu acordei e minha mulher está morta no chão. - Axl tremia, um gosto amargo invadiu sua boca, ele sentia como se estivesse dizendo uma grande mentira, mas era verdade, certo? Ele não matou Vitória.

- Não é isso o que suas roupas dizem. - O policial debochou pegando as algemas em seu cinturão.

Axl correu assustado, mas foi parado por um policial de quase dois metros de altura que segurava uma arma de choque, então tudo se apagou.

                          •

Axl respirava ofegante olhando ao redor, ele estava em uma sala cinza com suas mãos presas em algemas embutidas na mesa de metal. A temperatura da sala era fria, fazendo com que seus dentes batessem um no outro em um movimento frenético.

A porta de titânio da sala se abriu revelando um homem de meia idade segurando uma pasta de documentos.

- Axl Dave. - A voz rouca intimidante do homem ecoou pela sala fria. O homem se sentou em uma cadeira de metal que ficava de frente para Axl, enquanto mantida seus olhos intensos presos ao de Axl.

- Eu sou Alan Brown, você está na prisão de segurança máxima. Vitória Dave, esse nome é familiar? - Alan colocou a pasta sobre a mesa sem quebrar o contato visual.

Axl mordeu o lábio inferior inspirando profundamente antes de responder. Axl sabia a resposta que Alan queria, Alan quer que ele fale que matou Vitória.

- Sim. Ela é minha mulher. - Sua voz saiu firme, o que gerou um certo esforço. Os lábios cheios de Alan se curvaram em um pequeno sorriso de canto.

- Os policiais me disseram que você chegou desesperado na delegacia, alegando que sua mulher foi assassinada por uma...fera de olhos amarelos, isso é verdade?

- Eu sei que parece loucura, mas eu vi, eu vi. - Axl fechou os punhos.

- O que você viu, Axl? - Alan selou  suas mãos grandes relaxando as costas na cadeira.

Axl suspirou.

- Eu cheguei em casa, a Vitória estava na cozinha... Ela disse que tinha descoberto que eu traía ela, então ela me mandou arrumar minhas malas, eu disse que a casa é minha mas ela está no nome da Vitória... Mas eu me lembro de ter sentido uma dor alucinante antes de tudo ficar escuro.

O silêncio reinou na sala antes de Alan forçar uma tosse.

- Você me disse que tudo ficou escuro, mas você também me disse que tinha visto a "fera de olhos amarelos". Você está mentindo pra mim, Axl? - A voz assustadoramente calma de Alan fez os pelos de Axl se arrepiarem.

- Não, Não. Não estou mentindo. Eu desmaiei, mas antes eu vi um reflexo na janela do quarto de uma fera peluda de olhos amarelos vibrantes. - Axl se exaltou franzido suas grossas sombrancelhas expressivas.

- Axl, a sua família tem casos de esquizofrenia? - Alan pergunta cautelosamente folheado a fixa de Axl.

- Eu não sou louco. - Axl perdeu a paciência batendo na grande mesa de metal, que emitiu um estrondo.

- Eu peço que se acalme.

- Eu só vou te responder com o meu advogado.

                              •

Sentado em um banco de madeira em frente à uma cafeteria, Adam se deliciava com seu café expresso observando as crianças brincarem na neve densa. Mas Adam foi interrompido pelo irritante toque de seu celular.

- Kto to jest? - Adam nem fez questão de esconder seu mal humor.

- Adam Nowak? Eu sou  Alan Brown, da segurança máxima.

- O que deseja, detetive? - Adam cruzou suas pernas.

- O chefe tem um trabalho pra você.

Adam revirou os olhos jogando o café no chão, logo se levantando.

- Chego aí em uma semana.

Notas do autor:

Kto to jest? - quem é?