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Piquerez estava pensativo, ansioso com a final da libertadores que iria acontecer dali dois dias.
Ele estava tentando manter a calma e não deixar a ansiedade consumi-lo, então estava apenas ali deitado de olhos voltados para o teto do quarto de hotel, tentando não se preocupar com o treino do dia seguinte.

Um suspiro se solta dos seus lábios, e ele se coloca sentado no colchão com seus olhos voltados para a janela à sua frente. Joaquín estava onde sempre sonhou estar, jogando num grande time e disputando a final da libertadores em seu país, mas naquele momento a angústia tomava conta de seu coração e ele não conseguia entender o motivo.

Piquerez se levanta e vai até a janela, um carro com um grupo de torcedores gritando e cantando alegremente passa em frente ao hotel, os faróis iluminando a rua escura por um curto tempo antes da escuridão tomar conta novamente, ele apoia o cotovelo na janela apenas para apreciar a vista e uma ideia surge em sua cabeça.

Joaquín se perguntava se Abel ficaria muito bravo se pagasse ele saindo escondido do hotel com um carro alugado.

Um outro suspiro sai de seus lábios quando ele se deita novamente para fitar o teto, sendo prontamente seguido por um som de notificação de seu celular ao lado da cama.

Piquerez o pega.

Está acordado?

O uruguaio presta atenção no nome logo em cima da mensagem. Benjamín era seu melhor amigo desde que ele chegou no Palmeiras. Joaco, às vezes se pergunta se era normal sentir tanto afeto por apenas uma pessoa e por outra não conseguir sentir quase nada.

Ele digita uma resposta rápida.

Estou, por quê?

Kuscevic estava com insônia, assim como ele.

Quer fazer alguma coisa legal?

As sobrancelhas de Joaquín se estreitam. Às vezes, Benjamín tramava algumas ideias um tanto malucas, mas Joaquín não se importava com isso, ele gostava de estar ao lado do chileno independente do que fosse.

Não sei.
Você tem alguma ideia?

Piquerez coloca seu celular em seu peito como se assim fosse pensar melhor. Ele olha para a janela e o pensamento que ocorrera há uns minutos vem de novo na sua cabeça.
Joaquín pega o celular novamente nas mãos, visualizando as duas mensagens do Benjamín. Ele ainda estava online... Benjamín sempre estava online só para ele.

Vá para a frente do hotel.

Ele digita rápido, nenhuma explicação.

Piquerez bloqueia a tela do seu celular, ainda deitado ele estica seu braço até a mesinha ao lado da cama para alcançar o telefone fixo, em menos de um minuto o aparelho é colocado novamente sobre a mesa, ele levanta rapidamente e abre a porta do quarto e a torna a fechar com cuidado, caminha a passos calmos e calculados até o elevador.


A noite estava fria, mas ele não se importou em colocar um casaco. Na recepção ele apenas apresentou seu crachá e uma recepcionista sorridente lhe entregou um pequeno cartão com as informações do carro e as chaves. Agradecido, ele se apressou em ir direto ao estacionamento.
No estacionamento ao avistar o carro parado, ele destranca e entra. Abel poderia muito bem o matar no dia seguinte, mas naquele momento ele não se importava.

𝐃𝐎𝐂𝐄 𝐂𝐀𝐋𝐌𝐀𝐑𝐈𝐀 Onde histórias criam vida. Descubra agora