730 Dias De Casamento || 1° TEMPORADA

Capítulo 01

Casa dos Santos🏡 - Cozinha

Eram 6:45 da manhã. Cecília acordou com o despertador tocando sem parar…
Na verdade não era seu despertador. Era uma ligação.
Cecília acordou e tentou pegar o celular sem abrir seus belos olhos azuis, porém a tentativa não foi bem sucedida e o celular caiu no chão.

Cecília levantou e pegou o celular do chão. Atendeu a ligação…
Era uma cliente.
Cecília é uma jovem de vinte e quatro anos recém-formada em direito, está a procura de um trabalho fixo, mas seu maior sonho é trabalhar numa grande empresa chamada Vega e Associados. É uma empresa grande em Doce Horizonte e Cecília pensa em levar seu currículo.

Após atender a ligação da mãe alterada pelos choros, pelo fato do filho estar preso, Cecília vai para o banheiro tomar banho. Após um banho quente e bem gostoso, Cecília procura uma roupa, se veste, faz uma maquiagem simples, arruma os cabelos e desce para o primeiro andar da casa…

— Bom dia, mãe — Cecília entrou na cozinha e colocou a bolsa pendurada na cadeira.

— Filha, me ajuda aqui. Pega o bolo e coloca na mesa pra mim — Cristina, mãe de Cecília disse, terminando de passar o café.

— Ta — Cecília pegou o bolo e o colocou na mesa.

— Tá indo trabalhar? — Olhou para Cecília. Fechou a garrafa de café e colocou o mesmo na mesa.

— Tô. Recebi uma ligação agora cedo. Vou tirar um cara da cadeira — pegou uma xícara no armário, encheu de café e se sentou na cadeira.

— De graça? — Cristina fuzilou a filha pelos olhos. Cristina era uma mulher jovem, bonita, vaidosa e ambiciosa. Formada em administração porém desempregada. Tinha um bom trabalho numa empresa de vinho, porém a empresa faliu há alguns meses.

— Eu não tenho muita opção, mãe. Você sabe muito bem que apesar de eu ser advogada eu não posso sair cobrando por todo caso que eu pegar. Eu preciso que as pessoas reconheçam o meu trabalho primeiro. Eu tô pensando em levar meu currículo em uma empresa de advocacia — falou e tomou um gole de café.

— Você nunca faz nada pra ajudar, Cecília. Temos tantas coisas pra pagar e você fica por aí fingindo que não é uma advogada — disse e Cecília a olhou perplexa.

— Eu não faço nada pra ajudar? —, Cecília indagou colocando os punhos na mesa e cruzou as palmas das mãos. —  Eu e os meus irmãos temos trabalhado duro para trazer as coisas pra casa e pra pagar as contas, incluindo as compras absurdas que você faz

— Ei, não reclame! Eu preciso manter meu corpo bonito — Cristina disse e Cecília riu eufórica.

— Você não pode estar falando sério, né? Você não vai morrer se ajudar um pouquinho. Se você conseguisse um trabalho você poderia ter dinheiro pra pagar as merdas dos seus "creminhos" de pele! E agora você tá devendo a cidade inteira e quem vai ter que cuidar disso sou eu e os meus irmãos, e claro, o papai trabalha como um condenado só pra satisfazer seus desejos caprichosos — Cecília berreu e Cristina a olhou com os olhos arregalados e com a boca boquiaberta. Estava tão surpresa quanto a filha. Cecília nunca havia gritado com a mãe antes, mas agora Cecília estava irritada.

— Eu vou me aposentar, Cecília — Cristina disse, despertando mais ainda a fúria da filha. Cecília só pensava o quão a mãe estava sendo egoísta. 

— Mãe, você é jovem. Você está em ótimo estado para trabalhar! — Cecília disse e fechou os olhos por uns segundos para processar o que foi dito pela mãe. Cecília sabia que brigar não iria adiantar de nada.

Abriu os olhos novamente, se levantou da cadeira e disse:
— Não adianta falar com você. Olha, eu vou trabalhar porque eu ganho mais — Cecília pegou a bolsa, pegou a xícara e jogou o café que sobrou dentro da pia. Cecília virou de costas e começou a sair da cozinha.

— Cecília, não pense em me deixar falando sozinha de novo! Não acabei de falar com você… — Cristina berrou e Cecília continuou saindo da cozinha sem olhar para trás. Não era a primeira vez que Cecília deixava a mãe falar sozinha. Ela não gostava de brigar com a mãe e já estava cansada dessa conversa.