~One~

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As luzes dos faróis do Impala irrompem a vasta escuridão da estrada, o som do motor se espalha na noite vazia. Aquele era mais um dia, de mais um ano desde que derrotaram Chuck, o vazio que Dean achou que se completaria no seu peito depois de matá-lo, não foi preenchido e permanece igual, não!, agora ele está pior. Dean havia perdido Castiel, Charlie e Bobby, assim que Jack assumiu o posto de novo Deus, criou um universo onde aqueles que perderam o seu pudessem viver enfim em paz. E falando em "Jack" ele estava sumido por muito tempo, os Winchesters nunca mais se encontraram e nem souberam de notícias sobre seu paradeiro, e quem saberia sobre a vida de Deus, não é?.

Aquela noite já tinha dado o que tinha pra dar, os irmãos estavam retornando de mais uma caçada. Dean estava frustrado e machucado, e o único jeito que conhecia para lidar com aquilo, era caçar, Sam havia proposto que parassem, a vida deles não tinha que ser aquilo, "nós derrotamos Deus Dean, não temos mais obrigações com ninguém, nossa vida foi escrita pelo Chuck e era resumida em apenas caçar, nós podemos viver agora, você pode viver agora, então vamos por favor." foi o que o irmão mais novo disse, o mais velho apenas virou a cara, ignorando a verdade, e mergulhou dentro das caçadas para tentar achar um jeito de fugir da dor. Dean não estava agora caçando pensando em fazer o bem e salvar pessoas, ele estava apenas querendo matar seres sobrenaturais para que amenizasse a sua dor.

Sam estava relutante sobre Dean, não sabia o que fazer ou o que falar com ele, sabia a razão que deixou seu irmão assim, mas nunca falaram nisso. Quando Sam soube que o Cass havia sido levado pelo vazio, ficou arrasado, inconformado com tudo aquilo, então ele poderia imaginar o estado que seu irmão estava, os dois possuíam um "vínculo mais profundo" segundo o próprio Castiel. Porém algumas peças não estavam se encaixando na história que Dean contou, na verdade nos pedaços que ele mal falou, Sam não insistia no assunto porque percebe o desconforto do irmão quando se trata disso, mas alguma coisa tem nessa história mal contada, que está deixando Dean cada dia mais num estado deplorável.

-Dean...-Sam quebra o silêncio que o Impala estava durante toda a viagem-Você acha que devemos agora ir direto para o hotel descansar ou ir pro Bunker? Nossas coisas já estão aqui no carro e acho que devemos descansar depois dessa caçada, quase que eu...

-Vou parar num bar que fica no início da cidade-Dean interrompe o Sam-Você pode ir descansar se quiser, eu só preciso tomar algumas cervejas.

-Você tem certeza?-Sam pergunta para Dean-Não acho que você esteja em condições para beber.

-Ta falando da minha roupa ou de como eu estou?-Dean questiona-Se for sobre as manchas de sangue na jaqueta, pode deixar que tenho outra aqui no banco de trás.

-Não estou falando das manchas de sangue-Quem dera se fosse isso o problema.

-Não estou a fim de bater outro papo de garotas, não agora-Dean fala e em sequência virá seu rosto, com um belo sorriso irônico e sarcástico, para Sammy e diz-Talvez eu marque um horário na minha agenda para tomarmos um chá, aí já conversamos sobre nossos sentimentos e sobre garotos, o que acha?

-Idiota-Sam responde e logo estipula uma face emburrada para o irmão.

O impala começa a fazer a curva para adentrar em Lindsborg, essa pequena e desconhecida cidade que ficava localizada no condado McPherson, no estado do Kansas, estava abrigando um ninho de vampiros num galpão abandonado, obviamente os Winchesters deram conta deles e ninguém saiu ferido, para quem derrotou Deus uns vampiros não são de nada. Dean começa a estacionar no Bar que ficava logo no início da cidade.

-Toma-Diz Dean atirando as chaves para o Sammy-O hotel fica perto daqui, eu vou voltar a pé, se você acordar e eu não estiver lá, é porque me dei bem na noite.

Dean pisca para Sam antes de sair do carro com um sorriso estampado no rosto, uma ótima máscara para disfarçar o que estava sentindo. Antes que o irmão pudesse protestar sobre o que o outro havia dito, ele já tinha entrado no bar, e ali ia começar a rotina do irmão mais velho, o rapaz caçava, ia pro bar, chegava bêbado no hotel, desmaiava e quando acordava já estava se preparando para outra caçada, já tinha se tornado um ciclo sem fim aquilo, Sam estava cansando e poderia apostar que o irmã também.

Uma bela garçonete cumprimenta Dean assim que entra no bar, ele responde com um sorriso malicioso e um aceno de cabeça, o local estava cheio de caminhoneiros e viajantes, o tipo de local que Dean adorava frequentar. Assim que se acomoda num dos bancos do balcão, uma garçonete vem para o atender, ela tinha longos cabelos escuros, alta e possuía olhos cor com uma tonalidade de azul que lembrava Dean de uma certa pessoa , uma pessoa que não estava presente ali com ele.

-Como posso te ajudar garotão?-Garçonete pergunta e insinua um sorriso malicioso, tentando flertar com o rapaz.

-Me traz uma dose de Whisky para começar-Dean fala e ignora a tentativa da moça de paquerar ele.

-Certo-Fala enquanto prepara o pedido-Veio aqui para esquecer um certo alguém ou só é um alcoólatra mesmo?

-Nenhum dos dois-Dean responde com certa ignorância em seu tom de voz-Vim aqui apenas para beber.

-Certo então a primeira-A garçonete entrega a dose para o rapaz-Ela te traiu?

-Você é uma péssima garçonete e péssima para adivinhar, sabia?-Dean vira a dose e larga o copo no balcão novamente-Me traz outra.

Depois de sabe deus quantos copos ele tomou, Dean começa a sair do bar, já estava quase amanhecendo, e a noite não foi boa. Quando o rapaz vira a esquina do local, escuta um grito, ele reconhece aquela voz, é a garçonete!, como um reflexo instintivo ele saí correndo na direção do som, e quando chega percebe que tem 2 Homens tentando abusar dela, ele puxa a arma e dá dois disparos para cima, apenas para alertá-los, mas já entra em posição para que se fosse necessário atirar neles.

-Larguem a garota agora-Alerta eles agora com um grito enfurecido-Ou dessa vez eu irei atirar nas bolas de cada um.

-Você não tem corag...-O barulho do disparo interrompe o homem, e logo em seguida ele cai com as mão sobre o local que foi atingido.

-Eu fui bonzinho e avisei-Responde Dean-Agora você outro, caí fora ou o próximo é você.

O outro homem pega seu parceiro e saem correndo dali.

-Muito obrigada!-A garçonete diz tentando se recompor novamente-Eu sou muito grata, desculpa por ter que te fazer atirar neles.

-Não há de que-Diz o rapaz-E sinto muito a respeito do que eles fizeram.

-Posso abraçar meu salvador como forma de agradecimento?-Pergunta a moça e já vem se aproximando com os braços estendidos.

-Hum, pode eu acho-Dean vai de encontro à ela para um abraço, mas sente duas presenças atrás de si.

-Agora!-Grita ela.

Os dois homens que haviam fugido estavam agora segurando os braços de Dean, eles não eram apenas homens, aquela força era descomunal, era sobrenatural. A suposta garçonete começa a se aproximar com um semblante alegre no rosto, para demonstrar e debochar que seu plano para pegar o Winchester havia dado certo, marcas pretas, iguais tatuagens começam a aparecer em seu rosto, e começam a brilhar intensamente em um tom de azul agora, iguais os olhos dela. Era um Djinn!, ela começa a se aproximar e falar em línguas desconhecidas para o rapaz, e mesmo tentando lutar contra aquilo, ele percebeu que não teria chances, conseguiram mesmo o pegar, e como se nada existisse e nada mais importasse, Dean apenas desistiu de tentar se libertar e aceitou o destino, era pra ser assim, e seria desse jeito.

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