Queima de Arquivo ㅡ Taekook ABO

UM BOM MENINO

 Esse capítulo faz parte do ANTERIOR, é no mesmo dia em que o Jungkook aninhou.

Daegu - 30/1/ - 21:25

Com as crianças dormindo, Taehyung se recolhia em seu escritório e tentava organizar todas as cartas que estavam sendo colocadas na mesa.

Mas ficava difícil de se concentrar com o sono pesando na cabeça e lhe ardendo os olhos. Balançou a cabeça e suspirou.

"Eu até dormiria... Se soubesse que realmente iria dormir." Pensou, fazendo um pequeno mapa da cidade, tentando encontrar uma rota que evitasse todo o policiamento que estava em Daegu.

Não demorou muito e caiu sobre os papéis. Choramingou contra a mesa, mas não conseguia mais manter os olhos abertos. Seu corpo estava quente e sabia que estava com febre. Ficou assim o dia inteiro, a mordida que recebeu do outro alfa, apesar de não ter pegado em seu pescoço, espalhou uma quantidade mínima de veneno em suas veias, e sentia espasmos às vezes. O veneno agia direto no sistema nervoso.

Tentou manter os olhos abertos, mas desistiu e se rendeu ao cansaço.

"Estava novamente na cozinha da pequena casinha que viveu até a adolescência. Seu peito doeu de saudades quando viu a mulher de pele amorenada e cabelos castanhos no fogão. Sabia que ele estava fazendo nada mais, nada menos que seu prato preferido na época: uma boa macarronada.

Seu sonho tinha tons de sépia, mesmo que nevasse do lado de fora. Não demorou para a porta da frente abrir com tudo e um pequeno lobinho entrasse, molhando a casa inteira com a neve que derretia de seu pelo branco.

— Taehyung, o que já falei sobre entrar em casa molhado?! — Kim Yeona gritou, revirando os grandes olhos castanhos. Taehyung se sentou, sua cauda abanando atrás de si. — Anda, vai tomar banho, você está com cheiro de cachorro molhado.

Ele observou o lobinho correr no corredor extenso até o banheiro, respirava fundo e tentava manter o coração batendo no mesmo ritmo. Mas ficou difícil; ele sabia o que iria vir agora. E a simples visão da mãe já fazia seu peito doer imensamente.

Logo depois dela ter colocado os pratos na mesa e servido o macarrão, Taehyung viu a si mesmo (em miniatura) entrando na cozinha. Uma grande blusa moletom cobria seu corpo e a calça que usava estava um pouquinho molhada pois havia pingado água.

— Aish, saiu de cabelo molhado de novo? — Yeona pegou, a toalha que tinha colocado na cadeira e colocou no cabelo do filhote. — Vamos, não quer ficar doente de novo, quer?

— Não, mamãe! — respondeu, a voz fina e infantil enquanto se sentava na mesa.

Taehyung sentiu a bochecha arder antes mesmo do seu pequeno "eu" começar a falar.

— Mamãe, hoje na escola a gente brincou muito! — disse com a boca cheia, mas a mulher não lhe repreendeu.

— Ah é? Estudar que é bom, nada hum? — o pequeno Kim fez uma careta, mas a Alfa riu. — Brincaram de quê, hein?

— Estávamos brincando de polícia e ladrão! Eu era um vendedor ilegal e...

Yeona se levantou e deu um tapa no rosto do menino. Foi repentino, então o pequeno nem conseguiu conter as lágrimas que escorreram em seu rosto, mais pelo susto do que pela ardência que se apoderou da bochecha.

— M-mamãe...?

— Eu quero que você me ouça bem, Kim Taehyung! — a alfa se levantou e ficou na frente do menino que limpava o rosto. — Eu nunca mais, nunca mais quero ouvir ou ver de você brincando desse tipo de coisa!