4- Sozinho

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Olá olá, espero que gostem ❤️

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WIN ON*

Acordei no meio da noite com uma dor de cabeça horrível e flashbacks do meu "babá" cantando pra mim. Lembro da voz dele calma e suave soando no meio daquela confusão em que me encontrava, da discussão curta mas dolorosa que tive com minha mãe. Não queria lembrar. Eu só quero sumir e esquecer de tudo, toda dor, todo sofrimento, tudo!!

-Merda - enxugo as lágrimas insistentes, que sempre se fizeram presentes em toda minha vida

Minha vida. É até engraçado dizer isso, mas eu não vivo, eu sobrevivo. Desde de pequeno sempre fui sozinho, minha mãe "trabalha"muito então nunca teve tempo pra mim, e até quando estava em casa ignorava minha existência.

Aos oito anos de idade sendo sempre  criado por empregados eu achava que minha mãe me odiava

Aos dez eu tive certeza. Enquanto eu chorava por sua atenção, ela apenas me disse para "deixá-la em paz", depois daquele dia eu realmente fiz isso, eu mal via ela, é até engraçado falar isso já que moramos na mesma casa.

Embora tudo isso, ela sempre me  presenteava com coisas caras, tudo que eu pedia e não pedia também, eu não negava, aceitava e nem mesmo um obrigada dizia, no começo eu via aquilo como uma troca por todo vazio que ela me deixou. Mas aquilo nunca, nunca preencheu o vazio, a ausência de amor que se fez presente em mim

E foi assim, foi assim que eu perdi a vontade de seguir regras, foi assim que eu virei um "rebelde". Meu amigo diz que não sou isso, diz que eu sou um "prodígio", mas já ouvi tantas vezes essa palavra da minha mãe que me convenci "do rebelde inconsequente" que me tornei

-"eu te dei tudo, te dei tudo e é assim que você agradece? Sendo um rebelde inconsequente??- Essa era uma das frases que eu mais ouvir depois de chegar em casa bebo quando tinha 15 anos, e enquanto ela me falava isso eu apenas me perguntava o sentido da vida.

Sempre fui rodeado de pessoas desde novinho, pessoas que de cara só se interessavam por meu dinheiro. Meninas? Não faltava, chovia meninas dos quintos dos infernos pra mim, e eu como não era besta não dispensava nenhuma. Com um tempo tudo só ficava cada vez mais chato e repetitivo, as pessoas, o interesse das pessoas, tudo!

E foi no primeiro dia de aula do ensino médio que eu finalmente em toda minha vida encontrei uma pessoa, uma pessoa que não quis se aproveitar de mim, que nem ao menos sabia que eu era rico. Ele se aproximou e coloriu um pouco o meu mundo cinza depois de abrir um sorriso enorme e meter um tapao na minha cabeça me confundido com um amigo. Nos apresentamos e daí pra frente foi só nós dois e seu irmão, que conheci em um dia que fui visitar sua casa. Boun e Gun sempre se mostravam presentes na minha vida, eu tinha um cadeado e eles quebraram e entraram no meu coração com aquelas piadas idiotas e danças esquisitas nos sábados a noite

Sempre foi nós, tínhamos outros "conhecidos" é claro, mas nós não nos separávamos. Eu contei um pouco da minha vida pra eles, era um pouco difícil me abrir então eu contei só o que eles precisavam saber, que eu não tinha mãe, só tinha uma pessoa que me dava as coisas.

Eu sempre levava bronca deles quando bebia ao ponto de nem lembrar meu nome.. eles me protegiam e me deram o carinho e atenção que minha mãe nunca foi capaz de me dar.

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