Prólogo

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Em alguma rua de Atlanta, dois sonhadores estavam no telhado, esperando o nascer do sol, fumando o cigarro que Mark havia roubando da mãe. Athena gostava de ficar ao seu lado, ela sabia que ele é o único que há entendia.

A garota admirava os primeiros raios de sol, que a lembrava do cabelo da irmã. Ela transferiu seu olhar para o primo, que também era ruivo. Mas o do garoto era diferente, quase como castanho.

Quando pequena, ela o invejava, mas com o tempo ela percebeu que não podia invejar o que era tão semelhante.

-Tenho uma hora para dormir antes e ir trabalhar. - Ele diz soltando a fumaça, que parecia fazer desenho no ar.- Você quer dormir um pouco? Podemos juntar as camas.

Athena nega com a cabeça.

-Tenho que terminar uma pintura. - Ela sorri para o ruivo. Um sorriso de obrigada.

O mesmo devolve o sorriso. Ele levanta, e bagunça o cabelo dela, antes de passar pela janelo do quarto, e pula na cama, quase a quebrando.

Athena andou até o fim do corredor, e abriu a pequena passagem, estendendo a mão para segurar a escada – que sempre esteve quebrada-, não a deixando a cair no chão, e acordar todos.

Subindo a escada, que a qualquer momento poderia cair, ela sentia como se estivesse chegando ao céu. Quando colocou o pé direito- para dar sorte, - ela sentiu como estive pisando em uma nuvem. Ela estava no paraíso.

Athena sempre adorou desenhar e pintar, era seu jeito de expressar. Em suas pinturas, ela deixava escondido sentimentos, em pequenos e finos traços.

Sua tia havia disponibilizou o sótão para que não sujar a casa. Em 14 anos ela já havia pitado dezessete quadros. Três, foram vendidos para uma senhora que morava a dois quarteirões dali, e os outros quatorze, ao cemitério. 

Quando a senhora Lilyen, comprou o primeiro quadro, ela mau sentiu o dinheiro em sua mão. Ajudava a tia a pagar a dívida do marido- que não coloca os pés em casa tem anos, vive dormindo nos bares da cidade. - Athena, por incrível que pareça não ficou nem um pouco brava com a tia, pelo contrário, a tia cuidou dela e dos irmãos quando seu pai os abandonou. Ela correu por inúmeras ruas, chorando de felicidade ela contou a mãe, que havia vendido o primeiro quadro. Seu melhor amigo, Glenn, naquele ano lhe presenteou com alguns pinces, ele gastou todo o dinheiro que havia guardado, só para ver o lindo sorriso de sua amiga. Glenn pagaria qualquer preço para ver a felicidade naqueles olhos verdes. 

Athena pega a tinta marrom, misturada com branco, e termina de dar os últimos retoque na pintura. Um pássaro. Era esse desenho que ela faz uma vez por ano. Foi a primeira coisa que sua mãe a ensinou a pintar. Significava muito para as duas.

Terminando de dar os últimos detalhes, agora, com uma tinta amarela, que lembrava os curtos cabelos loiros da mãe. Estava pronto o pássaro protetor. 

Endless NightMare/ Daryl DixonOnde histórias criam vida. Descubra agora