Última chance.

Final alternativo

Mew acordou assustado, estava ofegante e seus olhos demoraram em se acostumar com a súbita mudança de cenário. O pior pesadelo de sua vida, poderia chamar, ainda conseguia sentir a dor e angústia de perder Gulf. Olhou ao redor e estava em seu escritório, provavelmente pegara no sono enquanto trabalhava. Haviam lágrimas em seus olhos, resultado do pesadelo, então tratou de enxugá-las.

Ele olhou para o relógio e marcava 23:35 do dia 16 de outubro. Era o aniversário de 10 anos dele e de Gulf, somente agora ele parou para perceber isso.

Sem perder nem um segundo a mais, Mew levantou e correu até a porta de seu escritório, saindo como um jato escada a baixo. A casa estava decorada com pétalas de rosa, vela e balões; seu marido estava sentado à mesa, dormindo apoiado nos braços.

Mew sentiu seus olhos lacrimejarem ao vê-lo ali, havia sido tão injusto com Gulf, tão abominável com o homem que mais amava e deveria cuidar. Lentamente, ele caminhou até o marido, se ajoelhando ao seu lado.

Gulf acordou com o movimento, abriu os olhos, encontrando se esposo ajoelhado ao seu lado, chorando enquanto segurava sua mão.

— Me perdoe — Mew pediu, a cabeça baixa.

— Mew... — Gulf sussurrou, ele olhou a hora em seu relógio de pulso e suspirou — Você demorou tanto.

— Eu sei — Levantou o rosto — Eu sei que fiz e deixei de fazer um monte de coisas e não há nada que eu me arrependa mais do que isso. Eu falhei com você de tantas formas e sei que nada do que eu disser vai mudar a mágoa que eu te causei, mas eu imploro pelo seu perdão. Por apenas uma última chance.

— Eu já te dei tantas chances... — Gulf suspirou.

— E eu fui um tolo por desperdiçá-las — Mew continuou, virando Gulf para olhá-lo — Mas eu juro que não errarei desta vez. Juro por tudo que existe que eu não farei nada estúpido como isso novamente.

Gulf o encarou, tinha tanta veracidade no olhar de seu marido que seus olhos transbordaram, tantas dores que ficaram guardadas em sua alma se derramavam através de lágrimas que escorriam soltas por seu rosto.

— Eu não sei se consigo passar por isso de novo, Mew — Disse — Estou exausto e estressado e... você não me ajuda em nada! Não quero ser apenas uma obrigação sua ou-

— Você não é! — Mew o cortou — Você é o amor da minha vida e não há nada, absolutamente nada que eu não faria por você. Percorreria os confins do mundo, me ajoelharia diante de você e gritaria aos quatro ventos o quanto te amo se isso for o que quer — Segurou as mãos de seu marido, as lágrimas escorrendo por seu rosto — Me diga, me diga o que preciso fazer para que não me deixe, me diga e juro por minha vida que farei.

Gulf chorava, sem saber como reagir àquilo. Sua raiva e mágoa eram avassaladoras, mas havia alguma coisa, uma mínima fagulha de esperança que faiscou em seu coração. Queria se agarrar a ela, ao mesmo tempo que temia se enganar novamente e Mew o decepcioná-lo.

— Me diga o que está pensando — Suppasit pediu — Não importa se acha que irá me machucar, apenas diga tudo o que tem guardado, esfregue na minha cara o quanto fui cretino e monstruoso, mas também, após tudo isso, me permita tentar novamente. Pode me bater se isso o fará se sentir melhor, mas me permita recomeçar — Olhava profundamente nos olhos de Gulf através das lágrimas.

— Você me machucou — Gulf disse, respirando fundo para poder pronunciar o que queria — Você fez eu me sentir inferior e descartável quando me prometeu amor, parecia que não me queria mais em sua vida e isso doeu tanto — Sua voz falhou um pouco, mas buscou se recompor — Tenho medo de confiar em você e tudo não passar de uma ilusão. Tenho medo de me machucar de novo com você.