PRÓLOGO

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Em um lago calmo e cristalino onde podia-se encontrar enormes peixes perto de rochedos, um lugar mágico onde nenhuma maldade havia sido cometida no entanto, a água que antes era clara agora assumia uma cor vermelha que ia se espalhando por todo o rio, vinha de um corpo caído ao lado de algumas pedras, o corpo possuía manchas no pescoço, machucados que ficavam cada vez mais fortes conforme o menino ia perdendo a cor.

O ancião andava até o lago com um semblante preocupado, sua capa roxa se arrastava na grama, seus passos eram silenciosos e o medo o consumia, só aumentou quando ele pôde ver a água com clareza. Seguindo o rastro de sangue com o olhar encontrou o que tanto temia, o corpo do seu filho, notou que ele estava com a mesma roupa que sairá pela manhã, a diferença era que a blusa branca agora estava completamente vermelha e a calça estava rasgada, ele se ajoelhou ao lado do corpo, a dor no seu peito era tanta que por um instante ele achou que ia morrer ali também. Averiguando todos os machucados ele pode perceber que seu filho havia morrido por uma magia proibida.

- Licença- um sussurro o tirou de seus pensamentos fazendo-o levantar a cabeça, fadas liras, eram tão pequenas que se estivessem longe não daria para enxergá-las.

- O que fazem aqui?- disse já ficando de pé novamente

- Nós vimos quem fez isso com o seu filho.- Uma delas disse perto do seu ouvido, ele apenas encarou o pequeno grupo de fadas a sua frente - Estávamos escondidas, ficamos com medo e...

- Está bom, já entendi, agora falem quem fez isso!- As pequenas fadas se olharam com medo - Fadas não mentem

- Foi a feiticeira Cirya, nós vimos quando ela jogou o feitiço.

- Venham comigo para a vila, vão contar isso para o conselho.- Sem esperar qualquer resposta, ele pegou o corpo de seu filho e o carregou. As fadas o acompanhavam adentrando a floresta seguindo o caminho para a vila, o qual era iluminado por luzes amarelas e cercado por árvores enormes e animais que ficavam curiosos e assustados com o que havia acontecido. A aldeia era perto do portal, com várias casas de madeiras, detalhes de plantas verdes, havia flores em todo o lugar, o chão era de pedra e as árvores que antes faziam sombra, agora eram baixas sendo possível ver o céu.

Caminharam até a casa central, que ficava na frente do portão, ele era alto feito de raízes de árvores e olhando não dava a nem um lugar específico. A residência era extensa e alta com um jardim lindo na frente, lá que todas as reuniões da floresta aconteciam e o ancião morava. Ao entrarem, os dois principais participantes do conselho estavam lá.

- Vocês me esperam na sala.- Falou para as fadas- E digam tudo a eles. Disse subindo para um quarto, no qual deixou o seu filho tirando aquela blusa suja

- Desculpe filho, não consegui te proteger... - disse e algumas lágrimas desciam por sua bochecha, logo sem demora desceu para a sala.

- Elas já nos contaram o que aconteceu.- Disseram um dos membros do conselho

- O que pretende fazer?- A rainha das fadas perguntou.

- Devemos expulsá-la da floresta! - O líder dos feiticeiros propôs - Ela coloca todos nós em risco e seu desejo de poder a fez matar alguém.

- E usar magia proibida! - Falou o ancião - Vão buscá-la! - Falou para dois feiticeiros que não demoraram a sair.

- Essa atitude não pode prejudicar as pessoas fora da barreira? - A rainha questionou .- fizemos um juramento você esqueceu? Esse ela for a criatura?

- Este ser morreu a anos e prejudicar como? Além dessa floresta não tem outro lugar que tenha magia, e o objetivo de Cirya é a espada.

- Faremos isso! - Diz o ancião saindo do conselho.- E esconderemos a espada em um lugar onde ela será incapaz de encontrar.

- Que lugar seria este?- Perguntou a rainha.

- Um lugar onde só pessoas de coração puro podem entrar e só alguém sem maldade irá conseguir vê-la.

- Este lugar...- Assim que ela iria perguntar, dois feiticeiros aparecem com Cirya, a deixando perto do portão. Os três caminharam até ela, sendo seguidos pelas fadas que se escondiam.

- O que querem comigo? - Cirya pergunta tentando esconder a mão.

- Nós descobrimos que foi você quem matou o filho do ancião!- Exclama a rainha.

- Como podem saber? Não podem me acusar sem provas!

- As fadas nos disseram. - O feiticeiro falou se aproximando lentamente - E por isso - Ele puxa a mão dela que possuía marcas verdes subindo para o seu braço - Magia proibida! - Ele diz se afastando.

- Com a palavra das fadas e sua confirmação, você Cirya está sendo expulsa da floresta mágica pelo conselho! - O mago então com um movimento de mão faz o portão abrir, fazendo seu cabelo vermelho voar com a lufada de vento, e depois a barreira dando visão a uma floresta diferente.

- Vocês não podem fazer isso, eu tenho o direito de permanecer aqui!- Diz Cirya enfurecida.

- Não tem! Você matou uma pessoa e desrespeitou nossas regras. Saia!- A rainha disse estalando o dedo e jogando um feitiço que a empurrou para fora da barreira.

- Vocês vão me pagar!- Ela gritou tentando voltar, mas antes que isso acontecesse a barreira já havia se fechado junto com o portão fazendo um estrondo com o impacto.

ATRIXIRIS - A FLORESTA MÁGICA | VOLUME 1Onde histórias criam vida. Descubra agora