𝓙𝓾𝓭𝔂
Nova Jersey
7:00am
Já são sete da manhã e novamente me pego tão ansiosa com o novo trabalho.
Levei tanto tempo para chegar aqui que agora vejo como cada esforço realmente valeu a pena.
Minha mãe sempre me disse como acreditar torna tudo possível, embora eu não tenha dado crédito, pois, a fada do dente nunca apareceu mesmo eu acreditando tanto.
Poder realizar esse sonho de infância de me tornar uma psicoterapeuta me faz lembrar de como ele sempre acreditou que isso um dia aconteceria e agora está mesmo acontecendo.— Você e a mamãe se completavam tanto pai... - suspiro enquanto seguro um porta retrato com a foto dos meus pais.
Ela fala sobre como acreditar faz o impossível acontecer em algum momento, enquanto você era a prova viva de que isso é verdade...
— Filha? - olho em direção a porta e lá estava minha mãe encostada me olhando.
Noto o quanto o silêncio a toma ao me ver com uma lágrima rolando em minhas bochechas e logo o silêncio se quebra com ela lembrando o que iria dizer.
— Ah, sim, Rose ligou do escritório, disse que tem ótimas novidades pra você.
— Ai meu deus, será que vou mesmo conseguir o estágio?!— Da forma que ela agiu animada, acho muito provável que seja.
Passo a mão em minhas bochechas secando a lágrima que caiu e logo abro um sorriso para minha mãe.
— O que você está esperando filha, Paris te espera!
(...)
É estranho subir em um avião após ter prometido a mim mesma nunca mais entrar em qualquer veículo existente, a não ser uma bicicleta, mas dessa vez é para viver uma nova oportunidade e tenho certeza que meu pai voltaria do túmulo para me dar bronca, caso eu desistisse por isso. Ele com certeza ficaria muito orgulhoso.
Logo me assusto com a aeromoça avisando que em breve iremos pousar. Paris deve ser realmente surreal, claro que sentirei falta de Nova Jersey e principalmente da minha mãe, mas agora preciso começar minha carreira e minha própria vida.(...)
Paris (França)
13:02pm
Após desembarcar, pego meu celular e vejo que já são uma da tarde e eu nem consegui tomar meu café da manhã por conta da ansiedade, avisto uma cafeteria do outro lado da rua do aeroporto e talvez seja melhor comer algo antes que eu desmaie.
É impressionante como o café daqui tem um sabor leve e adocicado ao mesmo tempo, forte e marcante, e o croissant, com certeza tive amor a primeira mordida, mas logo minha atenção é roubada por uma garotinha que começa a chorar na mesa atrás da minha, limpo os lábios com a língua e me viro para ver o que esta acontecendo, e então meus olhos se chocam com os de um homem de cabelos castanhos muito escuros e um olhar intimidador e gentil, que esta junto a garotinha.— Marie, si'l te plaÎt c'est juste de la soupe. —Ele diz em um tom sério olhando para a menina e ela chora ainda mais. Eu sem conseguir me conter me intrometo.
— Você é péssimo com criança, sabia?
— O quê? — Ele me encara confuso e sério.
—Você fez ela chorar ainda mais.
— Ah, americana, não sabia que era psiquiatra infantil e eu só pedi para ela comer a sopa.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Além da terapia
RomanceJudy Fisher é uma novata na área de psicologia, Matteo é mais um adolescente com muitos problemas. Os dois tem uma conexão em comum inexplicável, que se torna mais um grande desafio para srta. Fisher lidar além dos próprios problemas, afinal, cada p...