promessas

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Minha família sempre foi humilde, na verdade somos desprovidos de riquezas. Minha mãe, morreu durante o parto, no caso durante meu nascimento. Somos 3 irmãs, Alessandra, Ana, e eu, Amanda. Meu pai é costureiro, trabalha numa loja de alfaiataria porém infelizmente, o salário não é o suficiente para nós sustentar.

A primeira a sair de casa em busca de emprego foi a Alessandra, ela é a mais velha. Felizmente ela achou emprego como doméstica em uma família renomada, confesso que é engraçado saber que a Alessandra virou doméstica, óbvio que isso não é motivo de piada, porém de nós três, ela sempre foi a mais mimada. Todos os mês recebemos boa quantia do seu salário, não vejo minha irmã a meses mas logo em breve ela terá férias. Por mais rígida e afrontosa, Alessandra sempre cuidou da nossa família, sempre priorizou eu, Ana e papai.

Ana não saiu de casa, porém, seguiu o mesmo caminho de papai. Foi aceita em uma loja de alfaiataria, ela é uma excelente costureira. Ana sempre foi muito timida, mais reservada e muito distraída porém é um doce de pessoa.

Já eu, espero ser aceita em qualquer coisa ou lugar. Minhas irmãs e meu pai não aprovam, eu tão jovem ir trabalhar.
Alessandra diz para eu esperar os 19 ou 20, papai e Ana a mesma coisa mas sinceramente, eu não ligo.

Estava sentada, enfrente a lareira, lendo um livro. Estava a espera da Ana e de meu pai. Confesso que é insuportável passar o dia em casa, fazendo tarefas doméstica me distrai mas elas acabam e por mais cansada que eu esteja, é bem pior do que desocupada.
Ouço batidas na porta. Levanto e vou até a maçaneta, antes de girar, digo:

- Quem é? - entre risadas, sabia que era Ana e nosso pai.
- Por favor Amanda, somos nós, Ana e papai - disse Ana, soluçando.
- Oh, perdoe-me - girei a maçaneta e abri a porta. - Está muito frio, não é? - Ana entregou em minhas mãos sacolas - Passaram na feira? - minha sobrancelha arqueou, fechei a porta com o pé.
- Sim. - Ana disse cansada e logo subiu as escadas, ela parou no meio - Antes que me pergunte... - ela suspirou - Estava aberta sim neste horário, guarde tudo por favor.
- Hmm, tudo bem. Olá papai! - disse lhe dando um beijo na bochecha.
- Olá, querida, como vai? - ele disse suspirando e se sentou na poltrona.
Coloquei as sacolas na mesa, e logo peguei uma xícara e coloquei chá, servi ao meu pai.
- Estou bem papai, aqui está. - entreguei em suas mãos. - Seu favorito, cidreira. - me sentei no chão e o observei apreciar o chá.
- Está ótimo, Amanda! - ele faz uma expressão insatisfeito e força um sorriso, sabia que não estava bom mas retribui o sorriso.
- Papai... - tossi - Você verificou os correios? - olhei esperançosa
- Amanda - ele disse e passou a mão nos olhos - Já conversamos sobre isso - ele se levanta e me olha impaciente.
- Eu sei porém pap.. - ele me interrompeu.
- Amanda, sem conversa. - seu olhar muda. Ele sobe as escadas e me deixa sozinha. Arrumo as coisas e logo subo.
Entro no quarto e vejo Ana, deitada na cama e lendo um livro.

- As paredes desta casa são finas como uma folha de papel. - disse sem tirar os olhos do livro.
Ignorei ela, me sentei na pequena penteadeira e comecei a desmanchar a trança.
- Amanda. - ela sussurrou, me olhando agora.
- Oi.
Ana se levantou e sentou ao meu lado, pegando nos meus cabelos e desmanchando as tranças.
- Precisa arranjar um emprego. - Ana disse, direta e seca.
- Como? - a olhei assustada .
- Me escute. - ela pegou minhas mãos e olhos nos meus olhos. - Reze, Amanda. Reze para que seja aceita em qualquer emprego.
- O que? - disse confusa, ela sempre disse que isso não seria necessário.
- Fale baixo. - ela disse - O papai está quase sendo demitido, mas por favor. Não conte a ele que te disse isso.
- Obrigada por me contar. Já mandei cartas para todas as famílias que necessitam de uma doméstica.
Ela me olhou triste, fechou os olhos e respirou. Mechas loiras de seu cabelo caíram no seu rosto.
- Eu sei, procure mais. - ela disse, franzi o cenho. - Amanda..- ela suspirou - Você não entende.
- Claro que eu entendo, o que eu faço? - pergunto.
- Ache um emprego, envie cartas, faça de tudo. - ela se ajoelha e olha para mim - Por nossa família, Amanda.
- Calma, eu darei meu melhor.

THE NANNY AND THE CROWOnde histórias criam vida. Descubra agora