oito e vinte e cinco da manhã, era o horário certo para que seungmin pudesse estar em seu jardim à espera da volta das fadas e em meio a eles aquele que cativou seus olhos com sua beleza única, e seus ouvidos com sua voz impecavelmente dócil de ser ouça. jamais visto igual, e somente ali, balançando pra lá e pra cá na varanda de sua casa, admirando o esverdeado do jardim que mantinha todos os dias. era incapaz de beijar aqueles lábios na primeira vez, mas logo, parecia inevitável por tanto tempo sem ver as asas inconfundíveis de hwang hyunjin. e seus lábios rosados que ecoavam sua voz baixinha, acalentava o coração daquele que sentava na cadeira das oito ás quatro da tarde.
alguns o chamavam de louco, diziam que sequer existiam fadas e quanto mais louco ele ficasse, ainda mais cedo apareceria morto pelas próprias esquizofrenias. mas este não era um problema, sequer uma crítica. melhor para ele estar louco e aficionado por tal ser, do que viver tão perdido nessa realidade tão complicada de viver, e desde então, estar louco era como estar sóbrio.
outra vez, conversava com bang chan, seu melhor amigo. dizia que os olhos de hwang eram categóricos demais para olharem nos teus. mas não teria coragem de dizê-lo bem ali. ah, mas ele o amava. desesperado. sem grade. e poderia viver ali para sempre desde que pudesse apreciar as estrelas que haviam na artística e categórica vista dos olhos de hyunjin.
rei de toda aquela imensidão florida, e nomeada jardim de licor, flutuava escondido pelos cantos ao redor do trono onde encontrava-se hwang. preguiçoso. sorridentemente atraente.
uma de suas pernas estava apoiada na lateral daquele trono. suas mãos se envolviam e ele assistia ao baile que ali dançavam as pequenas fadas e todos aqueles que habitavam naquele lugar majestoso.
não demorou para que recebesse a notícia de que haviam invasores por sua região, e por ser aparentemente devastador, era sútil até mesmo por cada movimento. seungmin, estava assustado, pois não queria ter errado sequer um passo ao admirá-lo em silêncio.
— ora, quem diria? — suas asas escuras se abriram, que soprou tão forte quanto o vento. mas a música permanecia calma e alguns dos pequenos elfos ainda dançavam livremente suas clássicas danças mágicas naquele lugar maravilhoso. parecia incrível vê-lo tão de perto, com um sorriso amedrontador mas ainda tão lindo, e sútil demais para ser verdade. — demorou tanto que achei que este baile duraria dias! — aproximou-se sem hesitar disto, e selou os lábios de seung, em ritmo lento. seus lábios pareciam bons demais pra apenas sabor morango, o licor ainda era mais forte quando o selar se tornava vez mais lento e duradouro. era fácil aproveitar.
— eu esqueci o caminho até aqui. — ao separar seus lábios do moreno, entrelaçou seus dedos na nuca do tal.
— e o que guiou-te até aqui? — abriu um sorriso que fez o outro retribuir ainda mais largo, por vez, acariciou os pontos de suas bochechas e entrelaçou suas mãos. mantendo ainda, a outra posicionada no rosto de kim.
— não sei. nenhum dos seus elfos apareceram em meu jardim, talvez eu tivesse de visitar-lhe desta vez. — aproximou-se para um beijo novamente, ao separar, elogiou mais uma vez seus minúsculos chifres, os quais hwang não gostava tanto, por sua vez. — senti saudades de você. seus pequenos chifres não cresceram depois de todo esse tempo, inacreditável. — desenhou circulos nas bochechas do moreno de fios longos. — você é incrível.
— são desanimados, não gosto deles. sequer melhoram na minha aparência, e você gosta tanto deles. — esboçou um bico em seus lábios, e cruzou os braços sentando-se novamente. — acha que sou incrível somente pelas asas e pelos chifres. ninguém jamais repara no quão dócil eu sou por dentro.
— eu não estava falando dos teus dons. — chateou-se com o comentário que hyunjin havia feito. — achei que fosse ficar feliz em me ver.
— e estou.
— não quer me levar para conhecer seu lar? me apresentar ao teu reino? sequer conheço esses baixinhos. — abraçou um dos pequeninos que corriam pelas pedras, com suas pernas tão pequeninas balançando de maneira adorável.
hwang sentia-se satisfeito com a presença de seungmin por ali, era como ter todo o mundo em suas mãos, abraçar o tempo e não soltar mais, para que ele demore a passar. para que seja mais duradouro tê-lo por perto. durante toda aquela tarde, admirou junto a ele, toda a região que havia por volta daquele lugar celestial. voou por todas as partes mais bonitas, mas não comparadas ao sorriso que seung dava ao segurar suas mãos e aquecer o peito com os calafrios que sentia perto de hyunjin.
naquela tarde, foi o suficiente para que os segredos não passassem de transparência para ambos. e o suficiente para alguns segredos se tornarem difíceis de lidar.
— como é do outro lado? — questionou deitado no peito de seung, fitando o céu azul e um tanto alaranjado em certa região daquele.
— um pouco crítico. eles são julgadores demais. gostaria de te levar até lá, mas eles iriam te trancar numa gaiola e prender você num museu como criatura desconhecida e amedrontadora. — passava seus dedos entre os fios de cabelo de hyunjin, que eram macios e castanhos.
— o sol vai se pôr. e, eu queria te contar algo.
— e o que é? — sentou-se no mesmo ritmo que hwang, e levou seus fios atrás de sua orelha, por vez, fitando sua atenção toda naquele.
— acabamos nos beijando bastante hoje, pra alguém que não pode se apaixonar por alguém do outro lado. e, se nos beijarmos mais uma vez até o fim da tarde, você também se tornará uma criatura amedrontadora e assustadora, como eu. — parecia decepcionado com aquilo, sentia que seungmin jamais voltaria, sequer beijaria seus lábios mais uma vez.
— não, você não é amedrontador. você é adorável, é dócil, amável. e isso não depende de mim, não digo isto porque gosto de você, e sim porque depende de quem decide ver isso dentro de você. e eu não me importo em me tornar algo nesse mundo, é bem melhor do que ser chamado de louco do outro lado. — selou a fronte de hwang, e aproximou junto a sua.
— mas, e seu melhor amigo? não pode deixá-lo para trás, eu posso te visitar durante a noite. e te ver dormir, é o suficiente para mim. — apoquentado, disseram com suas mãos entrelaçadas a de kim, cabisbaixo numa intensidade.
— se você poderia me visitar do outro lado, eu também posso visitá-lo e assisti-lo dormir do teto de sua casa. podemos ver isso juntos, e ele entenderá. só não quero que seja tarde para dizer que eu te amo. não quero dizer adeus a ti. — cobriu o rosto do tal com as duas mãos, e mais uma vez, acariciou suas bochechas. beijou seus lábios, logo aquela cena tornou-se graciosa. havia a bonita silhueta de ambos, num beijo majestoso de frente ao pôr-do-sol naquele fim de tarde.
e num piscar de olhos, seungmin tinha asas enormes, tão bonitas quanto as de hwang, e mantinham a mesma tonalidade de seus fios, e tinham um reflexo belíssimo ao se expor ao sol. ambos abraçaram-se com suas asas, e seungmin acariciava os pontos mais bonitos do rosto de hyunjin, com suas frontes em contato, e o de fios longos que sorria com alívio. parecia mais duradouro tê-lo depois do pôr-do-sol.
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ele tinha olhos categóricos demais para olhar nos meus
Fantasyera como ter todo o mundo em suas mãos, abraçar o tempo e não soltar mais, para que ele demore a passar. para que seja mais duradouro tê-lo por perto. durante toda aquela tarde, admirou junto a ele, toda a região que havia por volta daquele lugar ce...