O mal comumEm toda a minha vida, já vi e ouvi muito sobre o mal comum. Presente em inúmeros poemas e canções de heróis, o mal comum se tornou mais como um termo do que algo real em si. Apesar do termo e o quão fantasioso pode soar, posso afirmar que ele existe sim... ainda mais próximo do que se sabe.
Em minhas pesquisas, aprendi que o mal comum não é o imperador dos dragões, o executor louco ou mesmo um reino xenofóbico e opressor, mas sim uma dimensão viva que assombra todos os mundos. Um plano que era malígno o suficiente para traçar um ponto em todo o tecido do espaço-tempo, unindo todos os universos e existências ao lugar. Um espaço tão caótico e destorcido não poderia ser apelidado de um nome além de "Distopia". É um termo forte, mas igualmente assustador como o local. De acordo com minhas pesquisas, mesmo ele ligando todos os planos do espaço, nenhum dos planos se ligam entre si. Tudo está conectado a um e único ponto, o Mal Comum.
Naquele lugar, descobri 2 longas camadas, separando o inferno em andares. Não presenciei todas ou ao menos ouso, porém ainda decidi tomar a liberdade de os apelidar e anotar sobre o pouco que vi.
Dásos, a parte verde do infernoÉ como uma parte arborizada do local, mas tão grotesca quanto as outras. Perdi muitos e desejei perder toda a minha memória enquanto explorava os horrores daquele ambiente. Conforme avançava com uma esperança tênua, tive a infelicidade de descobrir que tudo que passei e perdi, foi para somente o primeiro andar das camadas. Naquele lugar, toda existência verde e biológica sofria mutações...ou deveria dizer transmutações? Simples árvores ou plantas, quando em contato com o tecido dimensional, poderiam se tornar seres horrendos com o único objetivo de incendiar toda vida presente nos planetas-alvos. Não sei o propósito desses seres ou se sentem prazer em expurgar toda paz e equilíbrio dos outros planos, somente sei que esses seres não devem ser vistos como animais ou organismos do reino plantae, mas como armas biológicas criadas por uma parte de uma dimensão viva ancestral.
(o restante está rasgado)
...a dimensão viva por ser separada em andares, pode ser interpretada de formas diferentes. Penso que o andar arborizado seja os pelos da dimensão, enquanto a carne seja o corpo da dimensão. Mas o que seria seu centro e andar mais elevado? O cérebro deve habitar o horror e aquele quem comandaria algo tão doentio. Ouvi dizer sobre um monstro do qual não pode ser chamado ou nomeado, uma existência que poderá e está fadado a engolir a luz e devolver a escuridão ao espaço. É possível derrotar algo como isso? Devemos apenas aceitar toda essa insanidade e nos curvar para um deus pagão e em plano físico? Quanto mais me questiono, mais fico horrorizado por perceber o quanto minha existência se torna pequena perante à infinidade e os mistérios do espaço que se localizam acima de nossas cabeças.
Não acho que os alquimistas tenham se escondido, mas mortos ou apagados. Achei alguns registros sobre eles, todos sumiram ao mesmo tempo por um fenômeno que só poderia ser explicado por um observador onisciente...se é que há um.
Em todos os relatórios dos alquimistas, eles citam um líder que parecia ter um conhecimento estranho, como se prevesse o futuro ou as possíveis e infinitas linhas que o planeta seguiria. Para abraçar o novo líder com bom humor, eles diziam que o homem era de uma linha temporal alternativa, talvez até mesmo um salvador ou existência superior. Em minha visão, um homem assim é tão perigoso quanto uma entidade caótica que devora a tudo para enfim ser nomeado. Se esse "líder" se revoltasse, poderia nos levar à extinção ao seu bel prazer.
(em um papel grampeado ao livro)
" O homem que me contratou tinha olhos amarelos, uma cicatriz e olhar intimidador. Dizendo ele, não poderia deixar que loucos tomem esse livro, mesmo que ele por si só pareça pertencer a um louco. Suas histórias são absurdas e não consigo engolir essa fachada de dimensão, seres superiores, teia espacial ou um homem que pertenceu à inúmeras linhas temporais. No fim, sou um escritor que precisa do dinheiro, mesmo que seja para escrever um relato sem base e completamente psicótico. "
(de volta ao livro)
Com a desgraça chegando e a mão abrindo os tendões, decidi que não havia espaço para moralidade. Me tornarei um vilão, deus ou o diabo se for preciso. Absorverei todos os meus companheiros, meus leais súditos que caminharam comigo lado-a-lado na alquimia.
Com suas vidas, eu me tornei o alquimista supremo. Com seus nomes, me tornei aquele quem é ignorado pelo ciclo. Morri e vi inúmeras vezes, tomando escolhas diferentes, contratando pessoas diferentes. Sinto que estou ficando louco, um homem não pode ficar são após sentir a morte centenas de vezes. Dessa vez, não terei qualquer senso de justiça. Farei algo que me tornará tão brutal quanto aquelas coisas. Não tem como matar um monstro sem se tornar um. Uma existência que vivenciou todas as possibilidades pode ter uma chance contra um organismo com desejos destrutivos e com poder para cumprir tal.
Me lembro de um garoto dos olhos diferentes, alguém que pertencia à um programa doentio militar. Uma cobaia que tinha potencial de incendiar o mal. Imagino o quão perturbado ele é por passar pela operação de Aurora. Qual era seu nome mesmo? Acho que era...Bruce?! Ele vai servir. Talvez eu possa extrair seu sangue e criar um soro a partir de sua mana e natureza assustadoramente especial. Com ele, criarei a organização que abolirá o abismo pelas sombras. Um grupo sem conceitos morais ou éticos, visando a todo custo a destruição do monstro sem nome.
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O Mal Comum
HorrorUm dos livrinhos do meu rpg de mesa. Livros esses que contam parte da história da mitologia do mesmo. Escritos e publicados por Clóvis, mas ordenados e vivenciados por Charles Hills, uma figura certamente misteriosa e perturbada. Drakhein é um un...