Quando Maria completou um ano de idade, eu decidi voltar pra casa que fica em Nova York pra viver minha própria vida e enfrentar a triste realidade sem Cristian.Agora que o mal está feito, tudo que resta é conviver com as consequências. E eu também me sentia um fardo na vida dos meus pais, como se eles fosse obrigados a cuidar de mim e da minha filha.
Pelo menos agora eu não irei mais sozinha, e sim com ela, que tem me dado força para continuar todos os dias. Ela tem sido o motivo de levantar da cama todos os dias e aguentar o peso esmagador da culpa e do arrependimento.
—– Tem certeza de que está levando tudo? — Minha mãe pergunta preocupada atrás de mim, enquanto eu faço as malas.
—– Sim, mãe.
—– Olhou em todas as gavetas da cômoda?
—– Olhei mãe — Reviro os olhos.
—– Tem certeza que não está se esquecendo de nada? E a mamadeira dela? o ursinho de pelúcia? Você sabe que ela não dorme sem ele.
Era óbvio que uma hora eu iria perder a paciência.
—– A única coisa que não posso esquecer é da minha filha, o resto eu não me importo, são coisas substituíveis mãe — Fecho o zíper da mala.
Depois de levar todas as malas pra fora com ajuda da minha mãe apesar dela ficar buzinando o tempo todo no meu oivido, pego Maria no colo e vou até o carro.
Quando minha mãe fez menção de abrir a boca, eu a interrompi.
—– Eu não estou esquecendo nada não, mãe, relaxa.
Dou risada do seu exagero.
Eu sabia que ela tinha se apegado a menina e não queria deixá-la ir e só estava arrumando pretexto pra ficarmos um pouco mais.
—– Pode segura-la pra mim? Só enquanto eu coloco as malas dentro do carro.
—– Claro, querida.
Ela pega Maria com todo cuidado do mundo, e a trata de maneira carinhosa.
Fico contente de Maria ter avós tão carinhosos pra ela, pena que por parte de pai, ela não tenha ninguém, incluindo Eva.
Ajeito a cadeirinha de Maria no banco de trás do carro para depois pegar as malas que estavam no chão.
Vai ser uma viagem longa e cansativa.
—– Filha?
—– Sim.
Noto um certo nervosismo na voz da minha mãe. Ela estava segurando as palavras desde a hora do café.
—– Eu estava aqui pensando, não seria melhor eu ir com você, pra caso...
Fecho o porta malas do carro com força, e a encaro seriamente, fazendo a mesma se assustar.
—– Como é?
—– Cuidar de uma criança, exige muita responsabilidade e uma boa saúde mental, e você...você não parece está preparada pra lidar com isso tudo sozinha
—– Acha que eu não consigo cuidar da minha filha sozinha? — Questionou indignada
—– Não foi o que eu quis dizer.
—– Eu sei muito bem o que você quis dizer, mãe — Berro — Aliás, eu tenho te achado muito estranha ultimamente, você praticamente faz tudo por mim, mal deixar eu tocar na minha filha, está sempre se metendo onde não é chamada...
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Desejo
Storie d'amoreNora está completamente apaixonada pelo seu namorado Cristian, mas a chegada do irmão dele promete abalar esse romance.