PRÓLOGO

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Ele estava recostado no parapeito do balcão, observando a vista na noite estrelada. Atrás dele, a imensidão do castelo, construído muito antes de seu nascimento, impunha seu poder sobre qualquer um que ali frequentasse. Às vezes, até nele mesmo.

Estava esperando por ela, mas não queria admitir. Brincava com os dedos das próprias mãos, estalando e apertando-os. Não havia dúvidas de que estava ansioso.

Então, se virou na direção do castelo, que apesar de barulhento pelo baile que ali ocorria, ele não mais podia ouvir, pois sua atenção estava toda e completamente na garota que caminhava lentamente em sua direção.

Vestindo um vestido bufante, de um rosa tão claro que à luz das estrelas parecia apenas branco, ele pensou que poderia se casar com ela ali mesmo. O vestido era lindo, mas ela era muito mais — disso ele não tinha dúvidas.

Os cabelos escuros estavam presos no topo da cabeça, mas ela provavelmente tinha corrido até ali, pois alguns fios fugiam do penteado.

Ela estava com vergonha, percebeu ele, porque ela se recusava a levantar o olhar para encontrar com o dele. Logo, ele deu algumas passadas para alcançá-la e lhe ofereceu sua mão enluvada.

— Obrigado por vir, — sorriu ele.

Ela finalmente levantou o olhar que brilhava na noite. Estava completamente corada.

— Tem certeza disso? — a voz dela soou como um sussurro, e ele teve de se segurar para não abrir um enorme sorriso.

Ele jamais havia a visto tímida, e era um prazer ver ser ele que a deixava assim.

— Tenho, — respondeu ele, apenas, e sabia que jamais se arrependeria.

A Ditadura HexagonalOnde histórias criam vida. Descubra agora