Sobre atrasos e esbarrões

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P.O.V. Sofia Santino

Quarta-feira, 07:13 a.m

Puta merda.

Levanto assustada e corro até o banheiro, não podia acreditar que eu estava atrasada para a aula. Tomo um banho rápido e escovo meus dentes rapidamente, visto o uniforme da escola que eu tinha customizado para ser uma regata.

Já eram 07:23, eu estava simplesmente fudida. Pego meu celular e minha bolsa e saio de casa, minha escola ficava seis quarteirões do prédio em que eu morava.
Sai pedalando como se minha vida dependesse disso, que caralho.

Cheguei na escola e tive que passar na secretaria pra pegar o bilhete da segunda aula, aproveitei que ainda faltavam uns 27 minutos para a primeira aula acabar e me tranquei em uma das cabines do banheiro para tomar um banho já que eu estava enxarcada de suor, aqui em São Paulo está fazendo um calor dos infernos.
O lado bom de jogar vôlei "profissionalmente" nessa escola é ter acesso ao banheiro de atletas, quando termino de me banhar e me trocar, ando até minha sala e bato na porta.

- Atrasada novamente, senhorita Santino. - Luis, meu professor de química diz sem emoção e volta a escrever na lousa

-eu juro que não faço de propósito professor - digo em um tom divertido e ando até minha cadeira

- Bom turma, próxima semana teremos prova, quem chegar atrasado perderá cinco pontos e eu não estou falando só da Santino, ela não foi a única que chegou fora do horário hoje.- ele continuou falando mas eu não escutei o resto do discurso, deus me livre de palestrinha a essa hora da manhã.

- Você é uma vagabunda- yas me deu um beliscão e sussurrou no meu ouvido - Fez festa ontem e nem me chamou, tua hora vai chegar Santino.

-Ai, porra. Eu não fiz festa sua imbecil, eu fiquei até mais tarde gravando publi.- virei meu corpo para ficar cara a cara com minha amiga e peguei seu caderno para tirar foto das lições de hoje, assim que terminei devolvi o caderno de yas e deito minha cabeça na mesa. Tirar um cochilo entre as primeiras aulas é algo essencial pra minha sobrevivência nessa escola.

09:35 a.m

Doarda e eu estávamos na fila da cantina falando bobagens e esperando nossa vez de comprar, tanto a merenda quanto a cantina sempre ficavam cheias mas hoje estava um absurdo.

- Olha, sinceramente. Eu nem sei se quero mais comprar sorvete, demora da porra - Doarda fala e eu empurro um menino mais alto que a gente que estava tentando furar fila, até parece que eu ia ficar com cara de besta vendo essa peste tentar passar na nossa frente

- Ei!

- "Ei" digo eu! Pode ir pegar a fila, filhão. Na minha frente é que cê não passa

- Eu só vou comprar um chiclete, nem vai atrapalhar - olho bem para ele e tenho uma ideia, o garoto não era um brutamontes em pessoa mas ainda sim era maior que eu e a doarda.

- Vamos fazer um acordo, pega nosso sorvete que a gente te deixa passar na frente - Entrego meu dinheiro pra ele e Eduarda faz a mesma coisa

Não demora muito e ele volta com o seu chiclete e os nossos sorvetes, agradecemos e ele nos diz que seu nome é Gabriel, ele é do segundo ano igual a gente e aquela era sua primeira semana na escola.
Nos despedimos dele e fomos sentar em um dos bancos que tinha por perto.

- Amiga, você acredita que a Victoria que faz aula de marketing comigo me chamou pra sair? - doarda dá uma colherada em seu sorvete de flocos antes de continuar falando - ela me disse que não vai me contar pra onde vamos por que quer fazer uma surpresa

O Amor Não É Pra Mim - SartinoOnde histórias criam vida. Descubra agora