Capítulo 4

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• Q U E E N   Z E L I N A

Não ironicamente, eu e a brutamontes nos perdemos por entre as ruas e becos do bairro próximo à boate.

Encontramos uma loja de conveniência vinte e quatro horas, e o que fizemos?

Pedimos informações sobre como voltar para o centro da cidade?

Não!

Compramos mais bebidas e nos sentamos em um parque.

Eu me acomodei em um dos balanços infantis, me balançando. Enquanto a mulher que me acompanhava se sentou no chão gramado à minha frente.

— Não gosta de balanço? — pergunto, sentindo minha vista tremer devido ao álcool e ao movimento constante do brinquedo.

— Eu provavelmente quebraria se sentasse. — gargalho, enquanto ela rege a parte inferior da máscara para virar mais uma vez a garrafa.

Analiso-a de longe. Está sentada de forma relaxada ao chão. Por mais que esteja relativamente quente, ela não tirou sua jaqueta, talvez seja seu charme?

— Você trabalha com o que? — resolvo quebrar o silêncio e ela direciona seu olhar para mim — Você levanta pesos, ou algo assim?

— Eu trabalho em um... açougue! — ela titubeia um pouco, talvez com vergonha da profissão simples. Que bobeira!

Penso em contar que sou uma lutadora em ascensão, mas não quero ouvir nenhum tipo de comentário do tipo:

"Você não é pequena demais para lutar?", ou "O que vai fazer? Morder a canela da sua adversária?".

— E você? — talvez eu deva ter devaneado um pouco, pois agora ela está em pé à minha frente. Olho para cima lentamente e seu silhueta corpulenta bloquea a luz fraca e amarelada do pequeno poste presente ali.

— Eu sou uma... — pense, Thea! Pense! — Massagista!

— Que interessante. — sua voz não está tão embargada quanto a minha, mas a embriaguez é um tanto perceptível.

— É, eu sou boa com as mãos! — solto um riso nervoso, seu corpo está muito próximo.

— Posso imaginar. — solta um riso curto e me dá as costas — Vou jogar isto no lixo, já volto. — pega a pequena sacola com nossa garrafa vazia e atravessa a rua, indo até o beco entre um dois prédios.

Paro de balançar e olho para o chão, sentindo tudo em minha cabeça rodar. É legal ficar bêbada como uma garota de dezoito anos e relaxar um pouco, para variar.

Respiro fundo e um barulho alto no beco me assusta. Será que ela se machucou?

Recolho meus sapatos ao lado do balanço e corro até o beco.

— Ei! — a chamo, da entrada do beco — Está tudo bem?

Não ouço nada e adentro o corredor escuro, procurando pela mulher corpulenta.

Me aproximo da caçamba de lixo e meu corpo é empurrado para a parede mais próxima, é ela. Acabo socando seu rosto com o susto, sentindo o material plástico da máscara trincar. Suas mãos estão apoiadas na parede atrás de mim e sua cabeça está baixa. Coloco as mãos na boca em choque.

— Ah, meu Deus! Me desculpe, é que você me assustou, eu não sabia onde você estava, e...

— Não se preocupe, estou bem. — ela sobe seu rosto novamente quero pedir que tire sua máscara para ver se a machuquei — Foi um bom soco. — ela ri e acabo rindo também.

— Deixe-me ver se machucou. — levo meus dedos até a parte inferior da máscara e a tiro. Não consigo ver absolutamente nada! A luz do poste mal consegue iluminar a silhueta de seu rosto, mas mesmo assim forço a vista e uso as mãos para sentir sua face.

Passeio pelos contornos do rosto dela, sentindo as curvas de sua mandíbula, nariz e queixo. Quando percebo, estou acariciando a pele de seu maxilar.

O rosto dela se aproxima e seus dedos delicadamente retiram minha máscara e a colocam em cima da lata de lixo.

— Encontrou algo que te interesse? — ela me pergunta e sinto o cheiro doce do destilado que bebemos em seu hálito.

— Definitivamente sim. — permito que minhas mãos escorreguei para a parte de trás de seu pescoço e puxo seu rosto em direção ao meu.

•••

N/A: Boa noite gente! Tudo bem? Espero que sim! Tive um empresto ontem e o capítulo ficou para hoje, mas o importante é que saiu! E amanhã terá novamente, nada muda ok?

Perdão pelos vacilos com relação às atualizações, o dia a dia tá bem corrido e às vezes não consigo me dedicar tanto quanto gostaria, mas vou dar o meu melhor pra levar a fic até o final, ok?

Até amanhã, beijinhos 🖤

Meet Me In The Ring / [versão não revisada]Onde histórias criam vida. Descubra agora