Luciano P.O.V
Ao mesmo tempo que eu amava as noites de inverno, eu as odiava!
Não me levem a mal, mas é impossível dormir nesse frio sem um monte de cobertores e é horrível ter que tirar todos eles pra ir ao banheiro.
São em momentos como esse que eu invejo a habilidade da minha namorada de dormir e não levantar pra ir ao banheiro.Falando nela, não tive mais notícias depois que ela disse que iria jantar com os pais dela.
— Filho?- A voz de minha mãe na porta, chamou minha atenção.
Eu estava sentado de costas pra porta, sentado de frente para minha mesa da bagunça, apelido dado por minha mãe.
— Sim. - Respondi e olhei para ela.
— Que milagre você está aí sentado desenhando e não com sua namorada. - Ela disse.
— Não diga isso, ontem mesmo eu estava lendo com a senhora. - Me defendi.
— Sei disso, mas preciso fazer um draminha. - Ela disse e beijou meus cabelos.
— Aproveitando que a senhora está aqui, pode me dizer se está bom? - Perguntei, mostrando o desenho a ela.
Era um presente, Eleanor e eu faríamos seis anos de namoro no dia seguinte, e naquele ano, eu havia decido que daria a ela um desenho de uma das minha fotos preferidas, na foto em questão, Elanor estava sentada no batente da janela do meu quarto, olhando a chuva que caía.
— É a mesma coisa que eu está vendo a foto. - Minha mãe disse.
— Acha mesmo?- Perguntei.
— Eu tenho certeza, e outra, ela vai amar. - Ela disse.
Nossa conversa foi interrompida por minha irmã abrindo a porta abruptamente.
— A Eleanor tá lá em baixo e ela não parece nada bem. - Alice, minha irmã mais velha, disse.
Levantei rapidamente da cadeira e sai de qualquer jeito do quarto, não sei nem ao certo dizer como eu cheguei na sala, só sei que a cena que vi fez meu coração quebrar; Elanor tinha os olhos vermelhos, suas mãos tremiam e sua respiração estava entrecortada.
Merda, aquilo era um ataque de pânico.
Me aproximei calmamente dela e olhei em seus olhos.
— Anjinho, eu preciso que você olhe nos meus olhos e tente imitar a minha forma de respirar, oks?- Falei e estendi a mão, mas sem toca-la, sabia que ela odiava que tocassem nela em momentos assim.
Lentamente, sua respiração voltava ao normal, mas ela ainda tremia levemente.
Calmamente, como que analisando a situação, ela pegou em minha mão, sua pele e seus anéis gelados deram um leve choque na minha pele quente.— O que aconteceu?- Perguntei.
— Meus pais começaram a brigar do nada no jantar, não sei o motivo, acho que a ex esposa dele... Em algum momento, Mariane saiu em defesa da minha mãe, meu pai quase foi pra cima dela, minha mãe não deixou e foi pra cima dele, foi uma confusão, até que ele virou pra mim e eu juro, você sabe que eu não juro, aquele não era o meu pai. - Eleanor contou com os olhos cheios de lágrimas.
— Ei, calma, tá tudo bem agora. - Falei.
— Quando ele veio na minha direção, eu achei que fosse acontecer algo que...que fosse sobrar pra mim, outra vez. - Ela disse.
Respirei fundo, não podia me exaltar na frente dela.
— Ele encostou em você?- Perguntei.
— Não sei, não consigo lembrar. - Ela respondeu e seus olhos encheram de lágrimas outra vez.
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Meu anjo
Short StoryLuciano terminava o presente que daria a namorada no dia seguinte, quando fariam seis anos juntos, porém ele não contava com a chegada de uma Eleanor em Pânico. agora ele precisa acalmar a namorada e tentar entender o que aconteceu no jantar ao qual...