21. A notícia

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Harry estava em sua cozinha, em frente ao fogão de lenha esperando pelo bulle apitar e avisar que a água de dentro já havia sido aquecido o suficiente.

Ele estava perdido em seus pensamentos e devaneios, olhando aquela fumacinha em sua frente, pensando sobre como ele se sentia ruim por ter deixado Louis sozinho daquele jeito, e como ele se sentia mal por se questionar se ele estava mesmo sendo um ótimo pai, ou se apenas estava se engando por todo esse tempo.

Seus pensamentos foram dispistados ao som estridente do bulle, pegando pela alça e levando até uma xicara a água esquentada, vendo as folhas de dentro da xícara se juntar a água, adicionando pouco de leite em seguida.

Um belo chá inglês.

Harry pegou a xícara junto ao pires e foi até a varanda para tomar um pouco de chá em sua cadeira de balanço.

Ele nem ao menos gostava de chá inglês. Ele se lembrava de fazer todas as vezes quando ainda ficava buscando Louis e Oliver em sua antiga casa até a sua, e então, ele fazia o chá inglês apenas para agradá-lo.

Era Louis quem sabia fazer o melhor chá inglês.

Mas ele não estava ali.

Enquanto isso, Louis ainda estava estático no meio do banheiro, sem reação alguma.

Ele estava confuso, estava friste, estava envergonhado, e ainda estava se sentindo enjoado com tudo aquilo.

O que estava acontecendo afinal?

Louis juntou todas as suas forças para terminar de lavar aquela bagunça do banheiro, optando por pegar um balde com água para encher a banheira e tomar um banho, mas ele se lembrou de uma coisa.

Era Harry, Harry quem preparava o banho dele, era Harry que enchia a banheira com a água mais quentinha, com direito a espuma e sabões.

Mas ele não estava aqui.

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O fim do inverno era algo de se apreciar no vilarejo. Os camponeses adoravam contar as passagens das estações, muitas vezes são esquecidas em outros vilarejos e são apenas meros detalhes para alguns camponeses.

Mas não para Holmes Chapel, onde toda estação é uma nova cor ao vilarejo. A passagem dos dias brancos de neve, cobertos por dias cinzentos de chuva, abrem-se para poder nos presentear com dias um pouco mais ensolarados. O amarelo intenso do sol se mistura com a imensidão azulada do céu, que por ser a única luz capaz de se espalhar pelas moléculas da atmosfera, somos presenteados todos os dias com dias azulados.

O céu é incrivel.

Mas Harry concluiu que mesmo com a chegada da primavera e com os seus dias mais azulados, aquele azul não chegava aos pés dos verdadeiros azuis dos olhos da sua princesa. Não há céu do mundo, verão mais desmasiado, ou até mesmo, oceano mais profundo, que alcance o azulado cintilante daqueles olhos tão intensos.

Harry, depois do seu chá, caminhou entre os gados para aliviar um pouco sua cabeça, não percebendo muito para onde estava indo ou para qual caminho estava seguindo, o vaqueiro apenas acompanhava as vacas e as ovelhas soltas pelo o capim alto do pasto.

Ele não sabe por quanto tempo, por quantas horas ele estava andando, não se importando em voltar para casa para o jantar, não se importando em verificar o estábulo agora ao anoitecer, não se importando em fechar o celeiro.

Apenas, não se importando mais.

- Harry? - Liam se aproximou do vaqueiro, percebendo que ele se apoiava na cerca de madeira, olhando para o horizonte com o chapéu em mãos, a bota apoiada no arame da cerca. Harry se virou e sorriu ao encarar o amigo, colocando novamente o chapéu em sua cabeça.

Oliver •❥ { l.s mpreg }Onde histórias criam vida. Descubra agora