8° vai ficar tudo bem

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𝙋𝙞𝙡𝙖𝙧
7:44

Eu acordei de um sono profundo ou pelo menos achava isso. Me senti fraca, não conseguia abrir meus olhos era como se eles estivessem colados, sentia muita sede e meus lábios queimavam como se estivessem pegando fogo, senti também uma leve dor nós pulmões ao respirar o ar gelado que estava presente no ambiente. Tudo aquilo apenas me lembrava um lugar onde eu poderia estar e com toda a certeza não era a minha casa, muito menos o meu escritório onde eu costumava dormi de cansada muita das vezes.

Alguns instantes depois meus sentidos voltaram a funcionar normalmente e consegui ouvir vozes conhecidas muito bem por mim !Era Flora a amiga da minha mãe!

-Amiga não chore vaí ficar tudo bem com a Pilar! Ela é forte assim como a mãe e vai passar por tudo isso, você vai ver daqui a pouco ela vai acordar e tudo vai ficar bem

-Uhum

Ouvi alguns passos e uma voz masculina se instalar na sala e era uma voz diferente das que já ouvi antes. Sinto uma mão pegando meu rosto e indo em direção aos meus olhos e os abrindo e em seguida apontando um feche de luz branca neles, quando a luz foi afastada o homem a minha frente que parecia um médico se assustou ao me ver acordada.

-Ela acordou {disse ele em um tom de voz grosso mais logo o consertou e voltou a falar com mais delicadeza}

Era inacreditável todos presentes ali ao meu lado sorrindo como se tivessem ganhado na mega sena.

-Oi Pih {minha tia foi a primeira a tentar uma conversa comigo }

-água {Foi a única coisa que consegui dizer antes de sentir uma dor na garganta e meus olhos se encherem de lágrimas }

-Pega água pra ela! {Minha tia literalmente ordenou pra qualquer alma bondosa presente que pudesse buscar minha água }

-Aqui { Ronald veio em minha direção segurando um copo com água e o direcionou até minha boca com cuidado}

-Obrigado!

-Dinada { O homem se afastou e logo minha mãe chegou mais perto da cama e começou a alisar meu cabelos}

-Oque aconteceu? {Logo perguntei mais ninguém ali me respondeu}

-Princesa... {Direcionei meu olhar pra Amanda que já chorava e eu não entendi o motivo}

-Eu fui até a casa da vitória te buscar e te trouxe pra cá, então o doutor Rodrigo disse que você tinha perdido muito sangue e precisaria de uma transfusão urgente! {Ela deu uma pausa tentando ganhar coragem pra continuar}

-Quem foi o doador?

-O Ronald {Olho pra ele e vejo o sorriso divertido em seu rosto então sorrio para ele em forma de agradecimento}

-E você também precisou passar por uma cirurgia {logo Amanda continuou}

-Que tipo de cirurgia?

- Princesa eu sei que isso vai ser difícil de você intender agora mais foi pro seu próprio bem!

-Me diz logo

- Você teve que tirar o seu útero {o médico que estava no quarto foi mais rápido e direto e respondeu logo oque eu queria saber}

Depois dessa bomba a única coisa que era possível escutar eram as batidas do meu coração vindas da máquina!Elas eram rápidas e fortes e por causa disso meu peito começou a doer muito! O Doutor Rodrigo imediatamente começou a fazer uma massagem e me pedir para respirar fundo.
Ninguém saiu do lugar naquele momento apenas ficaram me olhando esperando alguma reação vinda de mim! Eu não sabia oque pensar sobre tudo aquilo afinal eu desejei tanto não ter filhos quando era mais novo que parece que meu desejo estúpido de criança se tornou realidade.
A única coisa que eu consegui fazer foi fechar meus olhos e respirar profundamente. Eu não me sentia bem e nem me sentia mal era uma sensação estranha de um vazio que se instalava dentro de mim que eu não era capaz de entender, mais sabia que minha vida não tinha acabado aqui e que eu ainda poderia ser mãe caso eu desejasse muito isso. Não forçaria vitória a engravidar poque eu queria uma criança mais eu poderia adotar uma bela adolescente de em média 14 anos como nos meus sonhos também se infância.
Parando pra pensar eu sempre quis ser mãe mais a ideia de ter que arrumar um homem pra casar me atormentava tanto que me fez desejar nunca ter filhos mais em segredo sempre foi meu sonho! Depois de mais alguns minutos em silêncio resolvi trazer meu cérebro de volta pra terra poque viajar no mundo da maionese é legal mais as vezes precisamos manter os pés no chão!

-Tudo bem

-Não está triste por não poder ser mãe? { o Doutor me perguntou}

-Sim! Mas, eu já sabia que isso poderia acontecer, só não sabia que séria agora.

-Entendo

-Eu posso comer alguma coisa?

-Bem... Pode sim {ele sorri pra mim e pediu para que a enfermeira trouxesse algo para mim }

-Amor

-Hum { me viro pra olhar a pessoa que se referia a mim e eu jurava que era Amanda mas quando olhei direito era vitória na porta} -Entra

Vitória veio caminhando em minha direção um tanto tímida e com a cabeça baixa, quando se aproximou da cama pude ver que ela chorava

-Pourquoi pleures-tu mon amour ?

-Oque?

-Porque choras?

-Desculpa vida, eu sei que a culpa foi minha eu não devia e-eu {seu choro era constante e quase sufocante}

-Está tudo bem amor! Obsecro, nolite flere suus 'laetificari te videre in hac re publica! Sum denique nolite solliciti. Je ne regrette rien!

-É oque? { sua confusão era óbvia mais era fofa}

-Deve ser uma confusão por causa da anestesia, estranhei ela ter reagido tão bem quando acordou {o médico disse}

Estendi minha mão com calma até seu rosto e como previsto ela se abaixou um pouco para que eu pudesse tocá-la.Então passei minha mão por trás de sua nuca e agarrei seus cabelo e os puxei fazendo sinal que eu queria que ela abaixasse mais! Antes que nossas bocas pudessem se encontra susureei em seus lábios

-Te amo y no estoy triste por no poder tener hijos mi amor, pero estaría triste si no te viera aquí conmigo

Talvez ela não tenha intendido tudo mais fiquei muito feliz em poder ver o sorriso lindo que se formou em seus lábios rosados!

-Eu te amo!

Antes que pudesse dizer mais alguma coisa ela me beijou! Era um beijo calmo mais que transmitia desejo, mais mesmo assim foi muito bom!

-Amor eu quero um bebêzinho tá

-Tá bom, a gente vai ter um bebêzinho

-Huuum, eu tô com muita fome haha

-Meu Deus haha

No fundo estava triste por não poder ter filhos mais a companhia de vitória me fazia muito mais feliz do que lavar mamadeiras sujas e passar noites em claro! E não era o fim do mundo porque eu sabia que poderíamos adotar uma criança e tenho certeza que seríamos mães ótimas! talvez vitória não, porque tenho certeza que ela seria a típica mãe que não liga pra nada e tudo que a criança fizer tá certo, e eu ganharia o papel de pior mãe do ano haha.

Mais de qualquer forma era legal pensar nisso,eu acho que gostaria de vivenciar essa experiência com vitória e um pingo de gente correndo pela casa.

Fique mais algumas horas acordada gastando meu francês e meu espanhol com vitória e Amanda. Eu tinha estudado pra caramba e nunca tinha usado nenhuma dessas duas línguas pra nada, acabou que eu começei a ensinar elas a falar. Uma enfermeira trouxe minha comida e depois fizemos alguns exames. O meu médico voltou dizendo que eu precisava descansar e tirou todos do quarto me deixando sozinha. Eu estava cansada mas não tanto, fiquei uns 20 minutos pensando em tudo que tinha acontecido.
Ter tirado o útero foi chocante, eu sentia uma sensação de vazio dentro de mim como se faltasse algum dos meus órgãos. Eu acabei tendo o mesmo problema que a minha mãe e agora um grande sonho meu parecia mais difícil de se alcançar. Não estava triste, mas angustiada e ansiosa pra saber o que aconteceria no futuro, como seria pra ter meu tão sonhado filho. Eu ainda tinha muitas perguntas que me torturariam o resto da tarde se eu continuasse pensando muito, a sorte que os remédios começaram a fazer efeito e o sono chegou aos poucos.

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