Olá, eu sou a vallient (no twitter vallieent), mas pode me chamar de Lua.
Tive a idéia dessa One do nada e decidi escrever. Espero que gostem.
Aviso de conteúdo sensível: Insinuações a sexo, linguagem e cenas de sexo explícitas.
×
- Pi-tan-ga. - Ela sussurrou e ecoou em meus ouvidos em uma espécie de frenesi.
Eu estava encantada.
Abri os olhos e a vista turva identificava os dedos passando lentamente no meu campo de visão, eles estalavam querendo chamar atenção, mas eu ainda estava perdida no som que as folhas da árvore ao meu lado produzia. Balançavam por causa do vento.
- Quê? - Perguntei confusa franzindo meu cenho.
- Pitanga. - Repetiu a voz suave.
E então a dona dela me apareceu, sorridente, os lábios naturalmente avermelhados, olhos amendoados que eu não sabia identificar ao certo qual era a cor que continha, mas eram brilhantes, levemente caidinhos e grandes assim como seus cílios curvados.
Ela sentou-se na minha frente, arrumando seu vestido rodado branco e longo com alguns detalhes em vermelho, passou a mão pelos cabelos ondulados e castanhos, belas sobrancelhas expressivas e grossas.
- Seu nome? - Tentei deduzir e ela gargalhou negando, como se eu tivesse esquecido o óbvio.
- Pietra. - Respondeu a minha pergunta.
Tinha toda uma aura encantada ao seu redor, parecia vir diretamente de um sonho, um conto de fadas onde ela era a protagonista, eu chutaria a princesa, mas a moça parecia ser do tipo de mulher forte que adorava ser nomeada como rainha.
- Que sorriso bonito em, moça. - Atrevida fui, não tinha nada a perder, não sabia nem quem eu era... Mas estava sendo sincera, ele era branco e hipnotizante.
- Está agindo como se fosse a primeira vez em que me vê. - Ela cruzou os braços e pendeu a cabeça para o lado, me analisando. - Você me conhece.
- Não conheço. - Respondi de pronto negando com a cabeça. - Uma existência tão ofuscante não pode passar tão despercebida em minha vida, eu com certeza me lembraria de ti. - Sorri de volta fazendo ela corar com elogio. - Me diz teu sobrenome, talvez eu tenha encontrado o amor da minha vida.
- Pitanga. - A palavra outra vez, agiu como se fosse isso que ela estava me dizendo antes... Pi-tan-ga, separava as sílabas.
- Minha preferida. - Eu não sabia se o elogio era para ela ou para a fruta, servia para as duas. - Mas me nego a crer que seu sobrenome é esse. - Era diferente, eu nunca tinha visto.
- Acredite se quiser. - Deu de ombros.
- Sempre adorei frutas cítricas. - Cantei a moça outra vez, mas ela pareceu não perceber que eu me referia ao seu jeito.
- E deixe-me advinhar. - Ela bateu o dedo na boca como se aquele diálogo já lhe fosse conhecido. - Você vem quase todos os dias roubar as minhas pitangas.
- Suas? - Me senti um pouco envergonhada, eu era uma ladra? Olhei ao redor e a árvore ao meu lado estava carregada dos frutos chamativos e aromáticos.
- Minhas, da última vez você jogou elas em mim e manchou o meu vestido. - Apontou para o tecido e somente nesse momento eu percebi que eram manchas e não detalhes.
Abri a boca incrédula, além de ladra, eu também era indelicada e incoveniente? A minha presença não a incomodava? Porque eu certamente ficaria irritada se alguém fizesse o mesmo comigo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Pi-tan-ga • Lésbico.
RomanceAs frutas cítricas sempre foram as minhas preferidas. • One Shot