Capítulo Único

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Estou ativo até demais aqui, né? Nem tô me reconhecendoKKKK
Apenas uma one-shot simples para alegrar vocês 😁

AVISO DE GATILHOS:

Violência, lesbofobia e insinuação de suicídio.
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"Eu acho que vou ter que aceitar

Que neste lugar horrível

Eu não deveria mostrar um vestígio de dúvida
Mas puxada contra a corrente

Sinto um pouco de dor

Que eu preferia viver sem 

Eu prefiro ser

Livre, livre, livre

Eu prefiro ser

Livre, livre, livre

Livre, livre, livre

Daqui."

   

                                       - Rebecca Sugar

Liberdade. Uma palavra bela, eu diria... Mas qual é seu significado? Qual o sentido? Como podemos aplicá-la em nossas vidas?

Para a filosofia, a liberdade é a capacidade individual de optar com total autonomia, mas dentro dos condicionamentos naturais, por meio da qual o ser humano realiza a sua plena autodeterminação, organizando o mundo que o cerca e satisfazendo suas necessidades materiais, como diz na enciclopédia. Segundo Aristóteles, só eram livres verdadeiramente aqueles que têm em si mesmo o princípio de agir ou não agir, ou seja, aquele que pode controlar diretamente e racionalmente suas ações. Isto era uma pessoa livre; alguém que seguia princípios que a sociedade os faziam crer que acreditavam e haviam criado em suas mentes, quando na verdade eram impostas sobre eles através de uma crença comum ou do medo ㅡ na maioria das vezes a crença anda ao lado do medo, então podemos dizer que existe apenas uma opção. 

Talvez a liberdade não seja tão livre quanto dizem ser nos diversos livros que já li, não me parece tão bela e virtuosa como era descrita por grandes autores famosos da época. Mas, ainda sim, eu queria usufruir da sensação exultante de ser livre, de poder tomar minhas próprias decisões, decidir por mim mesma qual seria o rumo da minha vida... Mas, infelizmente, fui desprovida da minha tão sonhada liberdade. Sou como um pássaro que tivera as asas cortadas cruelmente para servir como animal doméstico; não poderia fugir do infeliz destino que me aguardava. 

Bom, não posso ser pessimista, afinal, como saberia se meu rumo seria tão infeliz? Quer dizer, sou filha primogênita de Joseph Boonchuy, um almirante da marinha... Vocês devem estar pensando que "nossa, seu pai deve ser incrível! Você deve viver como uma princesa, não deveria estar reclamando de barriga cheia!", estou certa? Provavelmente sim, raramente estou errada. Enfim, desculpe-me por tirar sua idealização de "homem de bem" sobre os subordinados da marinha inglesa: todos não passam de cuzões! Perdoe-me pelo linguajar chulo, mas não vejo outra palavra capaz de resumir o quê todos são, a não ser esta.

Meu pai fora obrigado a se casar com minha mãe, um casamento arranjado por fins políticos, como já devem imaginar. Ele a via apenas como uma incubadora que perdera o valor após dar à luz a meu querido irmão mais novo, Anthony, ou seja, tornou-se inútil e descartável aos olhos de meu pai. Ela não poderia mais lhe dar filhos, uma vez que corria grandes riscos de morte caso engravidasse novamente. Um brinquedo com um defeito no qual não havia conserto, segundo meu doce e querido pai.

Abismo - MarcAnneOnde histórias criam vida. Descubra agora