É fim de tarde, já passa das 17h, pra ser mais exata são 17:46, meu turno encerra às 18h, aproveito o pouco tempo que eu tenho para fechar o caixa e deixar tudo pronto pra quando Liza (funcionária do turno da noite) chegar, assim que a mesma chega, deixo a chave com ela e vou embora.
Antes de mais nada, acho que devo me apresentar, meu nome é Ayla, eu sei que não é um nome muito comum, de acordo com os meus avós no dia em que eu nasci a lua estava cheia, minha mãe Carina que sempre foi apaixonada por astrologia achou que esse nome seria perfeito pra mim por significar "luz da lua", e essa foi a última coisa que ela falou antes de morrer.
Não é tão fácil crescer sem os pais,e não,meu pai não morreu, ele só preferiu esquecer da minha existência. Fui criada pelos meus avós, Júnior e Márcia Miller mas infelizmente o inevitável aconteceu e no ano de 2015 eles faleceram, depois disso tive que ir morar com meu "pai".
Ter que morar com ele foi a pior coisa que me aconteceu, ele não me deixava ir pra escola, não me deixava sair com meus amigos e ainda recebia todos os dias visitas de homens que me olhavam de maneira assustadora, com o tempo meu pai criou o vicio em jogos e bebidas, então ele sempre chegava em casa bêbado e sem nenhum tostão. Em 2017 ele bebeu mais que o normal e apostou tudo, o carro velho que ele tinha, a casa e eu.
E adivinha só ?
Ele perdeu.Depois disso eu me vi obrigada a fugir de casa, mas ele não se importou, já que depois de tanto tempo ,não me procurou nenhuma vez.
Não é nada fácil pra uma garota de 17 anos arrumar um emprego sem nunca ter trabalhado antes e sem ter frequentado a escola. Minha "sorte" é que a um tempo atrás eu encontrei a Maia, uma velha amiga da minha mãe e quando fugi de casa, ela me ofereceu abrigo.
Voltei a estudar, fiz supletivo e em 2018 terminei meus estudos,arrumei um emprego como caixa de uma loja de conveniência, mas eu não queria depender de ninguém,não queria mais depender da Maia e com o salário que eu ganho na loja, não ia dar pra me sustentar.
As vezes é necessário abrir mão de certas coisas e se submeter a coisas ruins pra conseguir alcançar seus objetivos. E eu não medi esforços pra conseguir o que eu queria.Enfim, voltando às apresentações, o meu nome é Ayla Miller. Durante a noite, pode me chamar de Belinda.
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Serpente Provocante
General FictionAs vezes é necessário abrir mão de certas coisas e se submeter a coisas ruins pra conseguir alcançar seus objetivos. E eu não medi esforços pra conseguir o que eu queria. Ass:Ayla/Belinda