A primeira carta

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N/A: Olha só quem resolveu aparecer... Espero que gostem e queiram acompanhar. 

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O despertador tocou trazendo Minho de volta a realidade que ele tanto se esforçava para evitar. O moreno abriu os olhos com um suspiro cansado, parecia que havia sido atropelado por um caminhão e os pedaços tivessem sido costurados de volta de uma forma desleixada. Lamentou-se estar envelhecendo, seu corpo não era mais feito para noites de bebedeira com os amigos. Ficou encarando o teto enquanto pensava se valia ou não a pena levantar, a lembrança das contas penduradas ao lado da geladeira o convenceu que sim. Levantou-se em direção ao banheiro para sua higiene matinal e cerca de 30 minutos depois estava pronto ou parcialmente pronto para mais um dia.

Pegou as chaves e partiu em direção à rua, parando para analisar a caixa de correios cuja bandeirinha vermelha estava levantada indicando que recebera correspondência. Havia ali um único envelope vermelho cuidadosamente dobrado. Minho o encarou com curiosidade, não havia remetente, apenas seu nome escrito por meio de uma colagem irregular de letras recortadas de revistas e jornais. Apesar da extrema curiosidade, o moreno não pode ficar muito tempo ali parado, então guardou a carta no bolso e seguiu para a cafeteria que ficava há umas duas quadras dali.

Enquanto caminhava em passos rápidos o moreno se perguntava quanto ao conteúdo da carta. "E se for uma ameaça?", questionava uma voz em sua cabeça. Ele não se lembrava de ter ofendido alguém recentemente, pelo menos não algo que pudesse fazer alguém buscar vingança e ameaça-lo, talvez fosse um rancor antigo... De qualquer forma seria problemático se realmente fosse uma ameaça, Minho não estava nem um pouco animado para lidar com algo assim. "Você está sendo ridículo e está ficando paranoico".

Estava tão absorto nos pensamentos que mal notou que havia chegado ao destino até que bateu contra a porta de entrada e o sininho deu o aviso. Varreu com os olhos rapidamente o local e se encaminhou a uma mesa mais isolada num canto solitário escondido por uma grande folhagem verde escura. Sentou-se e voltou a encarar o envelope, seu coração batia rapidamente no peito em expectativa, não sabia se devia abrir ou não.

— O senhor parece tenso hoje, Sr. Choi! —Minho assustou-se com a repentina presença. O jovem garçom deu um sorriso sem graça. —Desculpa, eu não quis assusta-lo!

— Ah, oi Taemin. —disse Minho se recuperando do susto e lhe dando um sorriso gentil. — Já disse que pode me chamar de Minho.

— Eu sei, mas eu gosto de como soa Sr. Choi —o garoto deu ênfase no nome em seguida se arrependeu e corou constrangido. —Hum, desculpa... S-seu café expresso com pouco açúcar como você sempre pede. —Acrescentou rapidamente colocando o copo em frente a Minho. O garoto ficou o envelope vermelho com curiosidade, mas não disse nada, ainda estava vermelho como um pimentão.

Minho deu um sorriso solidário ao garoto enquanto agradecia. E pensou como era estranho pensa-lo como alguém bem mais jovem quando na verdade não devia ser mais que 3 anos mais novo. A vida adulta estava sendo cruel com Minho. O moreno olhou no relógio após Taemin se retirar para atender outra mesa, ainda lhe restava cerca de 15 minutos para chegar ao trabalho, devia ser suficiente para ler a carta. Bebeu um gole do café para tomar coragem e abriu o envelope. Diferente da colagem no destinatário a carta tinha sido digitada em um computador e depois impressa em uma folha amarelada que dava a impressão de ser antiga.

Caro Minho,

Deve ser estranho receber uma carta assim do nada e sem remetente. Eu achei melhor não me relevar logo de primeira, porque achei que seria um choque para você. Na verdade, será um choque de qualquer maneira, mas se eu puder estender esse segredo um pouco mais, eu o farei. Eu resolvi te escrever porque eu gosto de você e venho alimentando esse sentimento há algum tempo sem poder realmente lhe dizer e eu nem sei porquê. Acho que seria mais fácil se eu o abordasse e me confessasse, assim poderia deixar logo pra lá e seguir em frente depois que você me desse o fora, mas a ideia não me agrada muito, acho que prefiro me manter platônico e com a distancia necessária.

Cartas de um desconhecidoOnde histórias criam vida. Descubra agora