Era eu...

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Por 2 meses, eu te fiz sorrir com poemas medíocres que surgiam na minha mente de madrugada, quando pensava em você. Todos os dias, sem falta, arrumava algum jeito de deixá-los em seu armário, ou até mesmo mochila.

Vivemos esse loop, mas chegou o dia que eu decidi que estava na hora de me revelar. Contei as minhas melhores amigas, expliquei o que iria fazer no dia seguinte, na quinta-feira.

Eu escrevi outro poema, desta vez, com um pequeno pedido de namoro, e a promessa de revelar minha identidade caso você aceitasse um relacionamento.

Estava tudo pronto, você sorriu e isso deixou claro que a resposta seria sim. Passei as maõs suadas -devido ao nervosismo- na blusa e quando iria dar meu primeiro passo em sua direção, ela passou correndo e tomou à frente.

Confusa, assisti todo o desenrolar da conversa. Arregalei meus olhos quando percebi o que ela estava fazendo. Eu iria interromper, quando você a beijou. A minha melhor amiga mentiu, roubou a autoria de todos os bilhetes e pequenos poemas que eu fazia para você. Isso me machucou.

Eu vi você sorrir para ela, acreditando que o bilhete foi dela. Eu vi vocês começarem um namoro e saírem de maõs dadas pelo colégio. Então, eu já não poderia fazer mais nada.

Ela passou semanas me pedindo desculpas e arrumando argumentos para não se sentir errada. Ela disse que vocês dois eram melhores juntos, disse que mal sabia como explicar aquilo, mas achava que eles combinavam mais. Que ela gostava de você há muito mais tempo, que não era justo.

Eu vi vocês se casarem. Eu vi vocês terem filhos. Eu vi vocês se separarem. Eu assisti cada momento.

Voce acreditou nela, acreditou que foi ela que fez todos aqueles bilhetes.

  Mas era eu... Foi eu que os fiz.

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⏰ Última atualização: Feb 07, 2022 ⏰

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