Pov. Natasha
Eu me considero uma mulher livre, sem amarras, sem medo ou bagagem. Apenas vivendo o momento.
Nunca fui de me ancorar a um único lugar, me jogando em aventuras de cabeça, com minha fiel escudeira uma Harley-Davidson Iron preta de muita personalidade.
Tendo isso em mente, se entende que amo o vento batendo em meu rosto e bagunçando meus cabelos. A sensação de estar praticamente voando pelas autoestradas.
Era final do verão e estava em mais uma de minhas jornadas, a tarde fazia uma brisa gostosa brincar com os pelos do meu pescoço abaixo do capacete, Peguei uma highway no nordeste do país. Já havia passado por New York e estava em New Jersey e pretendia chegar na Philadelphia ainda hoje. Iria encontrar alguns velhos amigos de faculdade.
Tinha acabado de entrar em uma pequena cidade pra abastecer quando senti a moto perder velocidade.
— Não, não... por favor não! – Murmurei assim que minha amiga engasgou até parar. – Mas que porra! – Desci do veículo bufando alto.
Por que isso tinha que acontecer justo naquele fim de mundo?
Chutei o escapamento com bastante raiva, isso já havia acontecido a algumas semanas atrás e eu tinha certeza que a correia havia se partido novamente.
Respirei fundo para não fazer nenhuma bobagem, e olhei ao redor, era uma rua normal de subúrbio – onde o centro comercial se resumia a lojas de uma lado e do outro das calçadas –, daquelas que se via em filmes antigos.
Retirei o capacete balançando a cabeça para que meu cabelo se soltasse e pendesse até a cintura.
Caminhei até a calçada e entrando em uma loja que se chamava Stark tecnologia, que era claramente o lugar que mais destoava dos outros estabelecimentos.
— Boa tarde! – Saudei o homem de barba bem feita e óculos de playboy.
— Ah, olá! – Ele sorriu pra mim, que me limitei a deixar minha boca em uma linha fina. Homens são tão previsíveis!
Já havia me acostumado com os olhares desejosos das pessoas, que nem sempre eram bem vindos.
— Você não é daqui! – Continuou com um sorriso travesso brincando nos lábios. – Aliás, sou Tony, aos seus serviços. – Estendeu a mão, retirei minha luva e a peguei com firmeza.
— Natasha! E sim não sou daqui, minha moto acabou de quebrar, preciso saber onde posso encontrar algum lugar pra comprar uma correia nova e seguir minha viagem.
— Ah, você veio ao lugar certo, temos a melhor oficina da redondeza. – Explicou, já saindo da loja. – Lá você não vai deixar um rim e nem vão te cobrar mais por você ser mulher!
Quando me dei conta já estava seguindo o homem até a sua picape.
— Ei, Rodhes, Banner, vamos ajudar essa gracinha a chegar lá nos irmãos Maximoff. – Chamou os dois rapazes que conversavam na porta de uma lanchonete na outra calçada.
Eles imediatamente se levantaram sorrindo.
Fui instruída a ficar de fora pois aquele era um trabalho para “homens” enquanto um deles tirou uma espécie de rampa e colocavam a minha motocicleta na carroceria, rolei os olhos para aquele bando de caipiras imbecís.
O tal do Tony fechou a traseira e deu a volta no carro abrindo a porta pra mim. Ele sonhava que eu iria entrar na cabine com ele.
— Eu vou ficar bem aqui atrás. – Respondi pulando pra perto da moto, os três idiotas apenas ficaram rindo.
— Só queria que estivesse confortável princesa. – Cacarejou, apenas dei um sorriso estranho, que poderia muito bem ser confundido com uma careta.
Apenas o dono da caminhonete foi deixando os outros dois para trás, peguei meu celular pra me situar e descobri que o nome da cidade era Westview, New Jersey, havia apenas 3.892 habitantes.
O caminho foi um pouco longo, só aí que comecei a me preocupar se realmente foi uma boa ideia subir no carro de um estranho. De repente, ele saiu da estrada e a caminhonete derrapou quando atravessamos o estacionamento não pavimentado, formando uma nuvem de poeira em torno de nós. Tossi e abanei a mão no meu rosto para conseguir enxergar.
Quando finalmente paramos e a terra começou a baixar, me senti como se tivesse acabado de entrar em um posto abandonado onde se usa como cativeiro ou coisa assim.
O lugar não parecia grande coisa... um edifício quadrado com uma pequena loja ao lado, o rock antigo estourando vindo da garagem aberta.
Espera, essa era a melhor oficina da redondeza?
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Highway
FanfictionNatasha tem apenas um objetivo, chegar na próxima aventura, mas e se no meio do caminho ela encontra algo mais interessante?