Capítulo único

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Complexo. Era assim que definia o detetive pilar da Agência de Detetives Armados. Não havia outras palavras que pudessem retratar a personalidade egocêntrica, ou a obsessão por alimentos nada saudáveis.

Ainda se martirizava por ter resolvido se aventurar no campo minado que era se aproximar intimamente de Edogawa; o caminho até ele não continha apenas minas terrestres, mas diversas outras armadilhas mortais que no fim, acabaram a cansando, pois nenhuma mão a alcançou naquele corredor perigoso.

Sim, Yosano sabia o final daquela história antes mesmo de Ranpo deduzir alguma coisa.

Se envolver com o detetive lhe custou o coração despedaçado por incontáveis semanas após a desastrosa noite que dividiram a mesma cama, os mesmos lençóis, engolindo os murmúrios lascivos um do outro. Não era para ser; não deveria ter tido um início. A médica sabia; tinha consciência, desde o começo, de estar sozinha no meio dos próprios sentimentos, e foi até engraçado, pois nunca pensou em Ranpo com alguém, muito menos ela, mas doeu, doeu sim, de uma forma insuportável; mais do que a dor que causava nos pacientes.

Encarar aqueles olhos esverdeados que sabiam mais dela do que ela mesma lhe feriu tal qual a lâmina afiada que carregava na bolsa. Contudo, passou, pois Yosano era uma mulher forte, independente, que repudiava fraquezas, e não se deixaria cair por qualquer coisa, ainda mais algo que envolvesse o egocêntrico detetive.

Amores de verão sempre passam, e claro, com ela não seria diferente.

Retorno inexistenteOnde histórias criam vida. Descubra agora