Os Portões do Paraíso

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Eu amava como os olhos dela brilhavam quando ela via algo que gostava, amava como sua face corava quando ficava com vergonha e mais que tudo eu amava provocar ambas as coisas nela.

Ela reveza entre olhar para a tv e para mim e eu fingia não notar no início. Mas sua respiração vez ou outra ficava alterada enquanto assistia o filme, e digamos que desviar o olhar para mim não ajudava muito.

Continuei deitada com a cabeça em seu ombro, mas lentamente fui rastejando minha mão por sua cintura a abraçando como se me aconchegasse mais.

-Esta gostando do filme? - Perguntei baixinho, meus lábios roçaram levemente em seu pescoço a cada palavra, sua pele arrepiou na mesma hora.

-Sim... - Sua voz falhou engolindo em seco diante de meus olhos

-Gosta de me ver na tela? - Perguntei dessa vez beijando seu pescoço

Eu não esperava que ela respondesse para ser totalmente honesta, mas ao ver um aceno positivo de sua cabeça um sorriso malicioso tomou conta de meus lábios.

-Eu achei que... - Passei a lingua em seu pescoço e poderia jurar que ouvi um gemido abafado vindo de Nica - Você ficaria desconfortável com as cenas quentes do filme... - Provoquei voltando a beijá-la na região

-Você sabe que não é isso... - Ela falava entre suspiros

-E o que é Nica? - Sussurrei em seu ouvido antes de me afastar.

Ela sabia o que eu queria ouvir, o que eu queria que ela admitisse. Isso eu poderia assumir com muita facilidade, que eu queria ouvir ela dizendo que me deseja. Mas se eu tivesse que fazer o mesmo para que ela falasse sobre os sentimentos dela por mim... não sei se conseguiria. Eu não sei se conseguiria nem admitir isso em voz alta.

Poderia gritar para que todos ouvissem o quanto eu queria beijá-la, o quanto ficava excitada com ela e o quanto precisava de seu toque. Sem vergonha e sem pudor algum, mas dizer que eu estava apaixonada... Era um pouquinho mais complicado...

-Você... Você sabe... - Ela mordia o lábio inferior quando virou a cabeça para olhar para mim

-Fala pra mim... - Não importava o que eu já sabia, nunca me cansaria de ouvir isso saindo de sua boca. Mas diferente das outras vezes, Nica parecia relutante em me dar o que eu tanto queria, ao mesmo tempo que demonstrava estar tão interessada quanto eu.

-Quer tanto assim ouvir? - Seu peito subia e descia, e eu adorava ver suas reações quando tudo o que fiz até aquele momento não tinha passado de beijos.

-Eu acredito que palavras ditas tem seu poder... - Uma oração em voz alta, pode ser tudo o que falta para que suas preces sejam atendidas, ou assim eu pensava.

-Eu não ousaria discordar...

Nica sorria de canto e se calou. Talvez não fosse tão fácil assim conseguir o que eu queria. Mas eu claramente tinha meus meios.

-Se não quer falar... Eu acho que é justo que não toque também... - Disse segurando em seus punhos enquanto subia em cima de Nica.

Com uma perna entre as suas, sentei-me em sua coxa enquanto permanecia segurando seus pulsos. Nica não lutou, ela nem tentou se soltar para ser sincera.

Ela me olhava com desejo, eu poderia viver com aquele olhar sobre mim.

E naquele momento era como se o tempo parasse, como se os problemas não existissem, como se visitássemos o paraíso novamente, esquecendo tudo e todos.

Nenhum problema poderia me alcançar enquanto ela estivesse me olhando daquele jeito. Podia me sentir invencível, ela me fazia sentir como ninguém nunca fez antes.

Segurei mais forte em seus pulsos, foi a primeira vez que ela tentou puxar para se soltar, mas sem sucesso.

-Tem algo a dizer? - Provoquei me inclinando para ficar próxima de seus lábios.

Ela não me respondeu, não que eu esperasse que ela o fizesse. Quero dizer, eu queria que ela fizesse, mas sentia bem no fundo que não iria.

Segurei seus braços acima de sua cabeça, meu corpo colado ao dela sendo separados apenas pelo tecido de nossas vestimentas que eu daria tudo para arrancar aquela altura.

Movimentei meu corpo sobre o seu me esfregando descaradamente em sua perna, Nica olhava boquiaberta, quase como se estivesse hipnotizada.

Nica tentou se inclinar para alcançar meus lábios, mas não permiti que tivesse sucesso em sua ação me afastando rapidamente quando notei sua intenção.

Não que eu não quisesse, eu realmente mataria e morreria por um beijo daquela mulher, mas estávamos no meio de um jogo, que ela não queria me deixar ganhar, mas que eu também não desistiria. Não facilmente.

Neguei com a cabeça ao me afastar mordendo o lábio inferior para provocá-la.

-Sem tocar, querida - Juntei seus punhos sobre a sua cabeça podendo segura-los com apenas uma mão

Com a mão livre deslizei pelo corpo de Nica passando demoradamente por cima se seus seios. Podia sentir seus mamilos pelo tecido, e se eu não estivesse tão fixada em conseguir que Nica falasse o que eu queria, teria jogado tudo para o ar para abocanhar seus seios ali mesmo. Mas não o fiz.

Levei minha mão para a barra do fino tecido da minha camisola, o levantei um pouco, mas não o suficiente para dar a Nica a visão que ela queria. Apenas o bastante para que eu pudesse ter acesso a minha roupa íntima que logo fui puxada para o lado.

Voltei a sentar sobre sua coxa, sentindo agora a sua pele em minha intimidade, comecei a me movimentar para frente e para trás. Podia sentir como deixava sua pele molhada com a minha própria umidade.

-Eu queria que pudesse me sentir... - Confessei em um gemido baixo - O quão molhada eu fico com você... Sem você nem me tocar ainda...

-Ainda? - Ela sorriu de canto, aquele olhar convencido com que vez ou outra ela me presenteava

-Você quer me tocar, Nica? - Passei a língua entre os lábios lentamente enquanto acelerava meus movimentos em sua coxa que me fez jogar a cabeça para trás num impulso enquanto gemia para ela.

-Tiff... - Ela quase choramingou o que me fez sorrir

-Tem algo para me dizer, querida? - Respondi em meio aos gemidos que sabia muito bem que deixava Nica louca

-Por favor... - Ela pediu e todo o meu plano caiu por terra pois quase que de imediato capturei seus lábios em um beijo mais do que necessitado acredito que para ambas.

Sua língua dançava em sincronia com a minha enquanto movia meu quadril contra a sua perna cada vez mais rápido em busca do máximo de atrito que podia ter naquela posição.

-Nica... - Eu gemia contra seus lábios

-Tiff - Ela chamou se afastando do beijo

Continuei me movendo contra sua pele mais e mais rápido.

-Tiff... - Ela chamou de novo

Fui diminuindo o ritmo a contragosto enquanto procurava pelo olhar de Nica.

-Talvez... seja melhor, a gente... ir devagar... - Sua voz estava tão rouca que quase não a ouvi.

-Devagar...? - Ainda estava totalmente ofegante e nem sabia descrever o quão frustrada estava.

-Se vamos mesmo tentar algo... Talvez seja melhor ir com calma dessa vez...

-Com calma... - Repetia o que ela dizia ainda um pouco incrédula

Sentia como se estivesse caminhando para o paraíso, mas ao encontrá-lo, os portões estavam fechados para mim. Enquanto eu... estava com as pernas completamente abertas para ela.

E se eu rezasse, Você seria a minha prece - ᴛɪғғɴɪᴄᴀOnde histórias criam vida. Descubra agora