Mudanças.

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Parte 2.

Desde então, os dois se tornaram mais próximos do que o adequado para uma relação entre o duque e seus subordinados. As provocações ainda existiam, com mais frequência do que antes, mas eles se permitiam rir mais na frente um do outro, esquecendo um pouco da etiqueta que os divergia, cedendo às brincadeiras quando estavam sozinhos.

Mew passou a levar Gulf como companhia quando precisava resolver algum assunto na cidade próxima; passavam horas conversando na carruagem durante a viagem.

Certa vez, em uma manhã, Mew, de repente, decidiu que queria cavalgar para um passeio no bosque.

— Tenho certeza que um escudeiro seria melhor — Gulf falou quando Mew o arrastou para os estábulos — E o meu trabalho?

— Eu o libero de seu trabalho por hoje. Eles não vão morrer sem você por algumas horas — Mew respondeu, observando enquanto selavam seu cavalo.

— Você também não morreria se ficasse longe de mim — Resmungou, seus olhos virados para o chão em uma expressão que parecia muito exausta de repente.

— Será divertido, vamos lá — Mew o agarrou pelos ombros e o guiou para perto dos cavalos.

O corcel de Mew era branco e poderoso, muito provavelmente de uma raça pura. Já o de Gulf era negro com algumas poucas manchas brancas em suas patas.

— Eles são irmãos — Mew falou, enquanto acariciava os dois cavalos — Assim como nós — Ele sussurrou a última parte.

Mew nunca teve muitos amigos, por ser filho do duque, muitos se aproximavam apenas por interesse, mas Gulf era diferente. Podia conversar com ele com facilidade e era divertido! Sem mencionar que ele nunca pedia algo em troca, nem mesmo um aumento de salário.

— Vossa graça é realmente inusitado — Gulf disse, montando seu cavalo.

— É primavera, Kanawut, vamos aproveitar os bosques e esta brisa fresca — Mew falou, montando também e, juntos, partiram pela estrada.

O bosque primaveril realmente era magnífico, com flores coloridíssimas perfumando o ar e árvores verdes proporcionando sombra refrescantes. O passeio estava realmente tranquilo, até encontraram uma mangueira.

(Aut.: É um pé de manga, mas o correto é assim)

— Isso é uma péssima ideia — Gulf falou quando Mew desmontou de seu cavalo.

— Você já experimentou uma manga direta do pé? Não há nada melhor, confie em mim — Mew arregaçou as mangas de sua camisa e se preparava ao pé da árvore — Podemos usá-las para o suco no almoço.

Gulf suspirou e desceu de seu cavalo.

— Se ele cair e bater com a cabeça, vá e peça ajuda — Falou para seu cavalo — Eu provavelmente estarei morto lá em cima.

— Vamos, Gulf!

Mew já estava subindo na árvore e apenas aguardava o outro. Gulf retirou seu fraque e sapatos, não estava nada apresentável para um mordomo de um duque, mas o próprio duque não estava diferente.

— Venha, eu te puxo — Mew disse, estendendo a mão para ele.

Gulf a segurou e, com uma força que realmente não esperava, foi puxado para cima, tendo que dividir um espaço minúsculo com Mew, o corpo dele colado ao seu.

— Bem vindo à árvore — Suppasit disse, sorrindo.

— Vamos pegar logo estas mangas e descer daqui — Gulf reclamou com uma carranca, virando para começar a subir e alcançar as frutas.

Em outra vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora