Capítulo 6

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Ana
— Christian Grey te chamou para jantar? — Minha companheira
de quarto fala pelo que tem que ser a vigésima vez. Eu mergulho em um
tomate cereja com o garfo e rolo os olhos para Kate.
— Sim.
Ela torce o guardanapo entre suas pequenas mãos enquanto
solta um grito enorme.

— E você disse não? Você está brincado comigo?
Eu largo meu garfo para baixo em meu prato, irritada comigo
mesma por contar-lhe. Quando sentamos para jantarmos juntas, a
nossa conversa voltada para minha família - eu disse a ela sobre a
conversa que tive com vovó a caminho de casa sobre as notas do meu
irmão mais novo.
— Talvez ela devesse contratar um tutor para Seth — Kate havia
sugerido, derramando um copo de vinho.
Balançando a cabeça, eu respondi.

— Ele se forma em cinco meses. Eu não tenho certeza o quão bem um tutor faria para ele neste momento, sabe?
Kate deve ter percebido como eu me sentia culpada, porque ela
rapidamente mudou de assunto.

— Então desembucha. Diga-me sobre a filmagem de YTS?
Eu recitei tudo o que eu tinha feito hoje desde tirar as medidas
de Christina, ir a três cafés diferentes, a corrida por Amber, os
membros da banda de Christian dando em cima de mim. No momento em que mencionei o que tinha acontecido no camarim privado de Christian, no entanto, Kate parou de mastigar e inclinou-se para perto de mim, sondando por mais detalhes.
— Ana! Você está me matando! — Kate geme, puxando meus pensamentos de volta ao presente, onde ela está pulando sobre seu
assento. — Me conte tudo.
Eu franzi a testa porque ela é tão dramática.

— Não há muito mais a dizer. Eu não disse não e não disse sim.
Kate ergueu uma de suas sobrancelhas, me dando um olhar cético. Ela não pareceu notar que está completamente destruindo o papel toalha florido que pegou alguns minutos atrás.

— Então, você disse a ele, talvez?
— Você deveria deixar isso quieto — Sugiro, referindo-me a uma
de suas muitas bolas de estresse que está rasgada aos pedaços. Seus
longos cabelos loiros oscilam ao redor do seu rosto enquanto ela sacode a cabeça de um lado para o outro. Gemendo, eu corro minhas mãos pelo meu cabelo, como se isso fosse ajudar a ordenar minha
cabeça. E não porque Christian Grey tem estado dentro dela desde o nosso primeiro encontro esta manhã e ele se recusa a dar o fora, não
importando o que eu pense para substituir isso.
— Eu não tive a chance de dizer nada a ele. Sua assistente apareceu e disse que eles estavam prontos para ele no set de novo.
— E você não vai encontrá-lo mais tarde?
Eu solto um gemido e olho para Kate incrédula.

— Ok, para começar, Amber me esfaquearia se me pegasse fazendo algo diferente do que fui contratada para fazer - que foi uma das primeiras coisas que ela me disse. Além disso, você não acha que rastrear Christian é um pouco perseguidor?
Ela levanta a mão, inclinando-a de um lado e de outro em um movimento de é-talvez-um-pouco. Então a boca de Kate torce em um
sorriso e ela balança a cabeça.

— Você está brincando comigo? Ele é um rockstar. Estrelas do rock amam perseguidores. Pare de ser tão tímida e apenas saia com o cara. Solte-se pelo menos uma vez.
— Estou surpresa que você não tem um monte de ordens de restrição contra você — Eu digo com ironia, pegando o garfo novamente
para dar uma mordida gigante na salada e encher a minha boca. — E
antes que você me faça mais perguntas, duvido que ele vá perguntar
novamente. Foi, provavelmente, algum impulso, coisa de momento,
sabe? E, além disso, eu não sei nada sobre ele.
Ela balança a cabeça para mim, incrédula antes de deixar a toalha de papel cair no chão ao lado da mesa.

— Tudo o que você precisa saber sobre Christian Grey está no Google — Ela diz com sua voz caindo para um silêncio de adoração, quando ela diz seu nome. — E você deve procurá-lo, porque eu aposto ele vai pedir novamente amanhã.
— Tanto faz. Ele provavelmente se moveu para a atriz — Eu digo
me sentindo mal com a súbita onda de ciúme que varre em mim. É uma
emoção amarga que eu não tenho experimentado em um longo tempo, e
eu odeio que senti isso agora, por causa de Christian Grey.
***
Felizmente para mim, eu nunca fui grande apostadora em jogos de azar, porque ao meio-dia, na tarde seguinte, eu teria ficado mil e trezentos dólares mais pobre se tivesse aceitado a aposta de Kate na noite passada. No momento em que passo pelo camarim de Christian, ele me
puxa para dentro com ele. Não há mais ninguém aqui conosco, sem
assistente ou os membros da banda e eu engulo em seco.
— Eu tenho que trabalhar, Sr. Grey — Eu digo em uma voz
profissional, tirando um sorriso devastador dele.
Quando ele me apoia contra uma mesa alta com uma fileira de
espelhos por trás dele, eu juro que eu posso ouvir meu coração batendo
violentamente no peito.
— Jante comigo, Anastasia — Diz Christian, desta vez com a voz mais
firme do que ontem. Ele tem um cheiro inebriante – colônia polo - e eu
me encontro recuando e segurando a borda da mesa, ignorando o calor
desconfortável derramando das luzes do espelho. — Eu não tenho...
Encontros... Muitas vezes, mas eu quero isso com você.
— Por quê? — Eu sussurro.
— Porque — Diz ele, com um olhar pensativo se formando em seu belo rosto — Eu quero você para a sobremesa.
Piscinas de calor se formam no fundo do meu estômago, se
espalhando pelo resto do meu corpo. Christian chega atrás de mim e puxa o prendedor dos meus cabelos castanhos avermelhados. Ele joga rapidamente a faixa de borracha sobre a superfície da mesa, como se fosse a coisa mais ofensiva que ele já viu, dando-me um olhar de advertência quando vou com minha mão em direção a ela.
— Você não é nada sutil — Eu sussurro, incapaz de manter que
minha voz rache.
— Eu tentei isso e não fez merda nenhuma para mim. Então eu
decidi que iria ser aberto com você. Eu quero que você coma a comida
que vou cozinhar para você e depois, quero você quente e suada na
minha cama, fodendo comigo. Eu preciso provar cada centímetro do seu
corpo. Preciso para... — Seu olhar cai para minhas coxas e os músculos
de seu pescoço ficam tensos.
Essa pausa - o modo como sua linguagem corporal faz um giro
de 180º - evoca um som estrangulado do fundo da minha garganta.

— O quê? — Eu pergunto a ele com uma voz rouca. — O que você precisa de mim?
Quando ele traz seus olhos cinzentos de volta para os meus, olhando para mim de forma tão intensa que eu sinto que ele pode ver o que estou pensando - ver através das minhas camadas de roupa para
observar o efeito que tem sobre o meu corpo, eu puxo uma respiração
instável.
— Eu preciso te devorar.
Essas palavras conseguem tirar o ar para fora dos meus pulmões e minha cabeça gira enquanto uma de suas mãos toca de leve em volta do meu corpo. Ele desloca-a em toda a parte baixa das minhas
costas, me puxando para mais perto dele e se inclina até que seus
lábios estão a um centímetro da minha clavícula.
— Anastasia — Ele rosna e eu murmuro para reconhecê-lo. — Eu vou te provar.
Ele não estava me perguntando, ele estava claramente me dizendo o que aconteceria entre nós, e ainda assim, eu concordo com a cabeça, sentindo meu corpo contra o seu moldado no momento em que
seus calorosos lábios procuraram o centro do meu pescoço.
— Você cheira como maçãs — Ele sussurra duramente antes que sua língua saia para traçar a coluna do meu pescoço. Eu gemo,
deixando minha cabeça cair para trás. — E você tem gosto do melhor
tipo de pecado.
O melhor tipo de pecado. Deus, eu gostaria que ele não dissesse
coisas como esta, não quando eu deveria estar entregando o figurino de
hoje para Ethan. E certamente não quando eu queria envolver-me
completamente ao seu redor.
Kate estava certa sobre outra coisa, que já fazia muito tempo desde que eu me deixei ir.
— Você vai jantar comigo — Christian diz, arrastando seus lábios cheios ao longo do contorno do meu queixo e fazendo com que minha
garganta fique seca. — Amanhã à noite. Podemos ficar nus depois, talvez não, mas você vai jantar comigo. E eu tenho certeza que vai para
a cama comigo, também.
Eu me afasto e a parte de trás da minha cabeça bate contra o vidro atrás de mim. Christian me dá um olhar frio de desagrado quando eu
pressiono as palmas das minhas mãos contra o seu peito para que ele
não ferre com a minha cabeça tempo suficiente para recuperar meus
sentidos.
— Geralmente é uma ideia melhor pedir a alguém e não lhe dizer que será de tal maneira. — Eu digo, sentindo uma onda de desafio pulsar em mim. — Como você sabe se eu quero ir? E o que o faz pensar que vou acabar na cama com você?
Ele entrelaça os dedos firmemente em meus cabelos, arrasta um
som que está cheio de surpresa e raiva e, para minha surpresa, o
desejo, de mim, enquanto ele usa a outra mão para, sem esforço,
remover as palmas das minhas mãos de seu peito.

— Porque você me quer tanto dentro de você quanto eu quero estar. Porque você está molhada agora só de pensar em uma noite comigo.
— Encontros de uma noite não falam uns com os outros assim, — Eu indico sem fôlego.
— Se você quiser, posso encontrá-la em um bar e nós podemos
fazer um pouco de dramatização antes de ir para isso — Deus, o
que mais ele iria sugerir que fizéssemos juntos? Eu começo a dar-lhe
uma resposta quente, uma que provavelmente vai me fazer ser demitida
desta filmagem, mas ele libera o meu cabelo e traz sua mão ao redor
para cobrir minha boca.
Eu não gosto do jeito que ele gentilmente passa seus longos dedos em meus lábios, para que a minha boca molhe sua pele, ou o modo que há uma parte gigante minha, que está absolutamente amando o que ele está fazendo comigo. Essa que quer desesperadamente fazer isso com ele.
Ele está certo. Eu o quero dentro de mim.
— Você não vai me dizer não — Diz Christian, levantando a minha mão aos lábios. Ele desliza os dentes brancos através das pontas dos meus dedos e um delicioso formigamento corre sob a minha pele. — Não para o jantar, pelo menos. Eu não preciso pressionar uma mulher para ir para a cama comigo, então depois que comermos amanhã à noite, você está livre para ir para casa.
— Isso sempre funciona para você? — Eu pergunto. Quando ele levanta a sobrancelha, acrescento: — Dizer a alguém exatamente o que ela vai fazer. Não perguntando, mas ordenando.
Meu peito aperta quando um sorriso aparece em seu rosto, enquanto ele move seus lábios cada vez mais perto dos meus. Ele sopra
no canto da minha boca, banhando meu rosto com o calor e o cheiro de
hortelã.
Eu quero que este homem me beije. Eu ri muitas vezes sobre
pessoas se apaixonando, à primeira vista, mas isso é de modo
diferente. Isso é o salto de cabeça sobre a luxúria. Isso é...
Ele finalmente me dá o que eu quero, inclinando seus lábios sobre os meus e esmagando o meu corpo para o seu tão forte que me deixa sem fôlego. Eu espero que ele coloque as mãos em cima de mim, mas em vez disso, ele simplesmente as coloca moldurando cada lado do meu rosto. E talvez seja o modo como sua língua avidamente sonda a minha ou a forma como as pontas dos seus dedos massageiam minha pele, mas isto é o mais possuída por um homem que eu já me senti.
Christian se afasta inteiramente muito rápido, muito abruptamente,
e eu estou querendo mais. Ele me dá um olhar, como se ele estivesse à
espera de uma resposta minha, então eu cedo. Eu cedo porque quero
me deixar ir, pelo menos por uma noite.
— Sim. Eu vou jantar com você, Christian

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