Capítulo único - Um ponto dourado brilhando no céu.

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— Childe... — Olhou para o pequeno ser que voava e suspirou pesadamente. Estava de novo sonhando acordado. — Paimon recebeu uma carta uns dias atrás.

Lumine? — Perguntou exasperado, levantando-se rapidamente do sofá. Paimon coçou a nuca, desviando os olhos dos azuis opacos de Tartaglia. — Desculpe, Paimon, eu...

— Keqing e Ganyu vão vim visitar a Paimon, vão trazer comidas gostosas do restaurante da Xiangling para nós. — A pequena figura de cabelos esbranquiçados levantou os braços animadamente, ainda evitando olhar nos olhos de Childe.

Era assim que vinha sendo por anos, desde que ela foi embora.

Paimon sabia que o ruivo não estava bem, e Childe sabia que Paimon mentia e escondia bem suas emoções.

Pelo menos tentava.

Suspirou derrotado e foi tirado de seus pensamentos ao ouvir os gritos de seu irmão vindo do lado de fora da casa.

A distração de Paimon finalmente havia chegado, e Childe se sentia aliviado.

— Childe... A Paimon também sente falta, então tá tudo bem falar às vezes, tá? — Sentiu as pequenas mãos de Paimon tocar seus fios e logo depois sumir. Esfregou as mãos no rosto brutalmente, irritando-se com a situação.

Lumine havia finalmente encontrado seu irmão há cinco anos atrás. Foi um choque descobrir toda história por trás, e um choque maior ainda ao ter que ver Lumine e Aether lutando um contra o outro sem poder fazer nada, apenas assistir agonizando enquanto Tsaritsa lhe impedia de se aproximar.

Depois de muito sangue e lágrimas, finalmente os dois irmãos estavam juntos, a jornada de ambos havia terminado e eles finalmente iriam pra casa.

Na época, Childe se perguntou e perguntou para Lumine se eles não poderiam considerar Teyvat como sua nova casa, todos o receberiam de braços abertos e os gêmeos poderiam até ficar em sua casa. Tudo que era de Childe também era de Lumine, e ele havia deixado claro isso quando a mesma o salvou da morte quando teve que enfrentar Scaramouche.

Lumine esboçou um sorriso singelo e agradeceu; ela havia entendido, mas resolveu permanecer em silêncio enquanto os sentimentos tão novos para Childe lhe deixavam sem chão.

Ambos viviam juntos, quando Lumine partia para uma nova jornada, Childe sempre estava lá para se despedir e lhe dar algumas moras, mas quando sua jornada finalmente chegou em Snezhnaya, a loira apareceu rapidamente em Liyue exigindo que ele acompanhasse ela e Paimon para sua terra natal.

Foram meses juntos, pela primeira vez na vida Childe sentia prazer e felicidade em algo que não fosse só lutar. Observar Lumine comendo, treinando, olhando as estrelas, cantarolando; todas essas coisas se tornaram suas coisas favoritas, e estar ao lado dela era a maior alegria do dia.

Mas então, o grande dia chegou, e com ele muitas verdades foram reveladas. Paimon foi a mais chocante, e embora ela tenha ficado tão confusa quanto todo o resto, a sua única preocupação era com Lumine e com o que pensava sobre ela.

Paimon era uma Deusa que havia usado seus poderes contra Celestia, ninguém realmente sabia quem Paimon era, já que era uma pessoa quieta e sombria, o que fez todos ficarem chocados, já que a personalidade não condizia com a que conheciam atualmente.

Como castigo, seus poderes ilimitados foram retirados de si, toda sua força vital, seu tamanho e suas memórias, tudo, foi tirado de si, sendo jogada de Celestia para a morte.

O destino juntou a dupla que até então todos conheciam, e só então Paimon se deu conta que se não fosse por Lumine, provavelmente estaria morta.

Todos os Arcontes a conheciam, mas ela não os conhecia. Não se importava, no entanto, desde que Lumine ficasse para sempre ao seu lado.

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