1. A ordem

25 1 0
                                    

Eu sabia que seria complicado. Na verdade, eu sempre soube.

Tudo parece tão clichê até o momento que percebemos que não há nada que possa ser profundamente feito. Eu fui um ciclo. Eu fui uma geração. E estou sendo o futuro peso de muitos daqueles que tem a pagar.

Não me orgulho de ser quem eu sou, entretanto, não posso evitar que a maldade dentro de minhas veias, correndo por minhas células e adormecendo minha compaixão aos próximos.

metade de meu corpo, sinto um calor imenso, uma quentura. Do outro lado do meu corpo, sinto o frio, tão gélido ao ponto de gelar todos os meus órgãos, enquanto do outro lado os queima.

Eu tinha um exército ao meu favor. Demônios. Mundanos. Pecadores. Aqueles que estavam conformados que o submundo seria seus vossos lares.

Não há o que temer quando sabemos da realidade, criar ilusões fazem-nos não sermos fortes o suficiente para enfrentar aquilo que deve ser enfrentado.

Quando estive na barriga de Hécate, tomei minha primeira chama de sangue. Com cinco anos, eu já era apelidado e tachado pelos demônios como: o filho do submundo. Aos dez anos, tive minhas primeiras diversões dentro de meu mundo particular. Aos dezoito, ganhei meu primeiro símbolo, com listras vermelhas e uma dor intensa, que fazia meu corpo sair fumaças. Meu lado gélido parecia que estava derretendo com o tamanho intenso da meu corpo, e o outro parecia que tudo borbulhava em calor imenso. Eu estava em verdadeira chamas dentro de mim e por fora apenas gritava de dor dentro daquela palácio, sentindo dor por todo meu corpo, queimando e queimando, ajoelhado e sem carregar nenhuma força.

Eu parecia que estava queimando diante de Hécate e Hades. E eles assistiam tudo, sentados em minha frente.

Hécate e Hades; Donos do medo, deus dos pecados, a repugnância de muitos e a admiração de alguns. Deusa das bruxas e deus do submundo.

E meus pais.

Todos os demônios presentes eram filhos de ambos, mas eu, justamente eu, era diferente dos demais.

Quando os demônios eram criados, eles eram inteiramente sangue sujo, obscuro e repleto de malícia; e ao me criar como um demônio, meu sangue era sujo e misteriosamente puro.

No entanto Hécate tomou a frente e decidiu colocar-me dentro de sua barriga para começar uma jornada totalmente diferente da que eles faziam. Ela ia ter-me como uma benção dos deuses.

Sangue de deus, alma de demônio.

Ela tomava sangue sujo, tirado da própria veia de Hades e tomava para chegar até mim. E mesmo após o meu nascimento, eu continuava tomando o sangue de meu pai.

E ali eles perceberam que estavam criando uma armadilha e a repugnância dos deuses, principalmente de seus dois irmãos: Zeus e Poseidon.

Quando minha mãe perdeu seu demônio preferido e mandado para o abismo negro, foi ali que eu percebi que sentimentos existia, pois pela primeira vez eu a vi de forma raivosa e zangada.

Ela nunca se esforçou em esconder sua fúria quando estava por perto, e eu nunca me importei. Ela parecia atraente irritada.

E pela primeira vez quando senti atração pela minha própria mãe, eu conversei com Hades, pois eu tinha sangue de anjo dentro de mim, então, evidentemente, pela minha inocência de criança, aquilo me assustou levemente e meu pai sentiu meu medo, e eu sentia que ele sabia.

E com o tempo eu fui entendendo o que tudo aquilo significava e eu soube controlar melhor minhas emoções perversas de demônio.

Mas eu não podia evitar de estar transformando aquilo que Hades sentia mais orgulho: ser igual a ele.

Chamas de sangueOnde histórias criam vida. Descubra agora