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Ficar de castigo não é nada legal. Esse foi preço que paguei pela nossa pequena guerra de comida, e o pior é que o idiota do Michael nem ficou para ajudar na limpeza. Eu, Megan, Calum e Ariana nos viramos e arrumamos o máximo que conseguimos.

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Mais um dia, mais uma falta. Eu não sou muito de ir na escola, sempre tive problemas com frequência mas nunca me importei. Hoje não fui para aula de novo. Brigar com Michael me deixa sem vontade de viver. Eu fico triste, com raiva, frustrado e mais outros mil sentimentos e não sei até quando vou aguentar isso.

"Luke, de novo?" Minha mãe bufa ao me notar sentado na mesa da cozinha tomando café.

"De novo o quê?" Me faço de desentendido.

"Você faltou a escola, senhor" Ela me repreende, reviro os olhos e continuo tomando café. "Menino, estou falando com você!" Ela diz e me dá um tapa de leve na cabeça.

"Ai! Eu sei... eu não tenho oque dizer eu só... não fui." Ela me lança seu famoso olhar furioso e eu abaixo a cabeça fingindo que não estou com medo, mas na verdade estou sim.

"Se você continuar assim eu vou ter uma conversa com o seu pai." Ela diz enquanto começa a lavar alguns pratos.

Me ameaçar dizendo que vai falar pro meu pai é um golpe muito baixo.

"Bom, se você quiser pode conversar agora, aproveita e dá uma bronca nele." Digo num tom sínico. Hoje estou mesmo procurando confusão.

"Como assim? Ele não foi no serviço? Jesus, o que eu vou fazer com os homens dessa casa?" Ela enxuga as mãos e sai correndo da cozinha gritando meu pai.

Me jogo no sofá da sala e fico procurando algo na tv mas não há nada como sempre. O tédio é tão grande que decido ir no shopping. Ir ao shopping sozinho é o cúmulo da solidão mas não tenho outra alternativa. Tomo um banho, me troco e saio.

Não sei por quê eu achei que seria uma boa idéia ir ao shopping 11:30h da manhã, está totalmente vazio. Decido ir em uma livraria para passar o tempo, começo a olhar alguns livros e percebo a falta que eu tenho de ler. É bom ler livros e fugir da nossa realidade.

"Oi." Ouço uma voz baixinha me chamar. Talvez se eu me fingir de morto a pessoa vá embora.

"Menino, eu estou falando com você." Me viro e dou um sorriso falso para a garota ruiva na minha frente.

"Oi." Eu digo tão baixo que quase não escuto minha própria voz.

A garota começa a me olhar de cima a baixo, isso não é bom. Será que tem algo sujo na minha roupa?

Ela está usando um uniforme preto e amarelo então provavelmente trabalha aqui. Ela percebe que eu estava a analisando e coloca uma mecha do seu cabelo atrás da orelha sorrindo. E que sorriso lindo.

"É que..." Ela morde os lábios nervosa. Se eu não fosse gay, com certeza eu teria achado isso muito sexy. "Minhas colegas de trabalho... Ahn, eu sei que é bobo, mas elas me desafiaram a conseguir seu número." Espera, ela está mesmo dando em cima de mim?

"Número de que?" Duh, de sapato? Seu idiota. Não seja tão virgem, Luke.

Ainda bem que eu sou gay se não eu me arrependeria muito de estar sendo um troxão na frente dela.

"Seu número de celular." Ela diz e dá uma risadinha sem graça.

"Ah... claro, mas eu não sei de cabeça, deixa eu ver aqui." Por que eu estou fazendo isso? Eu me odeio. Por que eu estou ficando tão confuso? Qual é o meu número mesmo? Droga, por que eu fui sair de casa?

don't you see me now? // mukeOnde histórias criam vida. Descubra agora